quinta-feira, 23 de junho de 2016

Bafão na casa grande - Secretário de Temer agrediu ex-companheira e assediou ex-funcionária


O secretário nacional de Juventude do governo interino de Michel Temer, Bruno Moreira Santos, é acusado por duas mulheres de agressão, ameaça e assédio sexual. Sua ex-companheira, Vitoria Abreu Alves da Costa diz que ele a agrediu com socos, tapas, chutes e puxões de cabelo, além de ameaçá-la com uma faca.

Procurado pela coluna Expresso, da Revista Época, Bruno disse que não conhecia Vitória. Depois, confrontado com a declaração que ela deu no Boletim de Ocorrência, o secretário de Temer confessou que manteve um relacionamento com ela por um ano e que eles tiveram uma filha. Negou, no entanto a agressão, e disse que nunca foi intimado sobre o caso.

Outra mulher, uma ex-funcionária de Bruno em uma agência do governo de Minas Gerais já prestou queixa contra ele por assédio sexual. Em Boletim de Ocorrência, ela disse que ele fazia “insistentes propostas de relacionamento, elogiando-a acintosamente, convidando-a para lhe acompanhar em viagens, além de usar termos mais ousados, sempre manifestando o interesse em manter algo mais íntimo”. De acordo com ela, depois de diversas recusas, as investidas começaram a vir com ameaças de demissão.

Da Época


Por Ricardo Della Coletta e Alana Rizzo

Bruno Moreira Santos é alvo de duas acusações de agressão pela ex-mulher e de assédio sexual contra ex-funcionária

Nomeado nesta semana secretário nacional de Juventude pelo presidente interino, Michel Temer, Bruno Moreira Santos foi acusado de agressão, ameaça e assédio sexual por duas mulheres. Em um dos Boletins de Ocorrência registrados contra Bruno, sua ex-companheira Vitoria Abreu Alves da Costa diz que ele a agrediu com “socos, tapas, chutes e puxões de cabelo, além de ameaçá-la com uma faca”.

As informações constam em dois Boletins de Ocorrência registrados em delegacias de Belo Horizonte e aos quais a EXPRESSO teve acesso.

No Boletim de Ocorrência de Vitoria, ela diz que foi vítima de violência porque Bruno não aceitou o término do relacionamento. Procurado pela EXPRESSO, ele afirmou primeiro que não conhecia Vitoria. Confrontado com a declaração da própria no documento de que ambos foram cônjuges, o secretário nacional de Juventude reconheceu que manteve um relacionamento com ela por um ano, com quem teve uma filha. Ele negou a agressão, afirmou que não conhecia o Boletim de Ocorrência e que jamais foi intimado sobre o caso.

“Nunca fui intimado, nunca fui ouvido sobre esses boletins. [Você] está me trazendo uma surpresa nova”, alegou. Apesar de se dizer surpreso, ele afirmou que a ocorrência foi registrada porque ganhou na Justiça a guarda da filha que teve com Vitoria.

A indicação de Bruno para comandar a Secretaria Nacional de Juventude consta no Diário Oficial desta segunda-feira (20). O salário do cargo é de R$ 13.974,20. Aos 24 anos, ele é presidente da Juventude Nacional do PMDB e filho do deputado estadual de Minas Gerais Cabo Júlio, do mesmo partido.

O outro Boletim de Ocorrência registrado contra Bruno é de setembro de 2015. Nele, uma mulher que à época era subordinada a Bruno em uma agência do governo de Minas Gerais relata ter sofrido assédio sexual por parte dele. Ela disse que Bruno lhe fazia “insistentes propostas de relacionamento, elogiando-a acintosamente, convidando-a para lhe acompanhar em viagens, além de usar termos mais ousados, sempre manifestando o interesse em manter algo mais íntimo com a solicitante”. No Boletim de Ocorrência, a funcionária afirma ainda que as investidas, após as recusas, passaram a vir acompanhadas de ameaças de demissão.

Por último, a funcionária declarou colocar à disposição da polícia seu aparelho celular em que há trocas de mensagens com os “convites, elogios e ameaças” feitos por Bruno.

Procurado, o secretário nacional de Juventude recém-nomeado disse que também não tem conhecimento do boletim, mas depois disse que as acusações foram feitas depois de ele ter demitido a funcionária. “A partir do momento que falei que iria exonerar, ela passou a fazer esse tipo de denúncia em todos os órgãos”, justificou. Segundo ele, acusações feitas em órgãos de controle do Estado foram arquivadas.

A EXPRESSO ligou para a funcionária que fez o boletim, mas ela não retornou. Vitoria Abreu Alves da Costa não foi encontrada.

A Secretaria Nacional de Juventude é vinculada à Secretaria de Governo. A estrutura tem a tarefa de “coordenar, integrar e articular as políticas de juventude, além de promover programas de cooperação com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados para o segmento juvenil”.

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