Durante período que analisou denúncias contra peemedebista,
Conselho sofreu oito mudanças.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados irá decidir na
próxima terça-feira (07) se Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) perde ou não o mandato. Durante o período que analisou as
denúncias contra o peemedebista, o Conselho, integrado por 21 parlamentares,
sofreu oito mudanças em sua composição que, segundo opositores de Cunha
aconteceram para beneficiá-lo.
Dentre as mudanças mais recentes está a entrada de deputada
Tia Eron (BA), no lugar de Fausto Pinato (PRB-SP) que defendia investigações
contra Cunha. Tia Eron já declarou publicamente elogios aos trabalhos de Cunha,
agora seu voto será decisivo para dar andamento no processo do parlamentar na
Casa.
Se, por acaso, a deputada votar a favor da cassação, o
placar dentro da comissão será 10 a 10. Em caso de empate, a definição ficará
com o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), que está sendo alvo
de uma representação na Corregedoria da Câmara, apresentada por adversários
políticos da sua base eleitoral na Bahia. Araújo, que já se manifestou favorável
à cassação de Eduardo Cunha, está sendo acusado de ter recebido repasses
irregulares de um deputado. A denúncia contra ele teria sido levada à
Corregedoria da Casa por um "assessor da Presidência da Câmara",
segundo o deputado do PR.
Agência Brasil
Conselho de Ética decide futuro de Cunha nesta terça em meio
a troca de membros
Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil
Na expectativa da sessão de discussão e votação do parecer
que pode resultar na perda do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcada para
esta terça-feira (7), o Conselho de Ética da Câmara chega a etapa final do
processo com pelo menos oito mudanças na composição. As trocas que alteraram
vagas de alguns dos 21 integrantes foram feitas estrategicamente, segundo
adversários do peemedebista, para beneficiá-lo com pena mais branda.
Paulinho da Força (SD-SP) chegou a substituir o titular
Wladmir Costa (SD-PA) dias antes da votação do relatório que, por 11 votos a
10, garantiu a continuidade do processo. A proposta era engrossar o apoio a
Cunha mas, depois da batalha perdida, a vaga voltou a ser ocupada por Costa.
Nesta votação, também votaram a favor do processo contra
Cunha, além do relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), os deputados Júlio
Delgado (PSB-MG), Léo de Brito (PT-AC), Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS),
Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PSD-PR), Zé Geraldo (PT-PA) e Rossoni
(PSDB-PR), que não está exercendo o mandato.
Todos os deputados continuam nas vagas, exceto Arnaldo Faria
de Sá (PTB-SP) que também se posicionou a favor do processo e acabou sendo
substituído pelo partido, que reivindicou a vaga agora ocupada por Jozi Araújo
(PTB-AP). Araújo atua no conselho como suplente de Mauro Lopes (PMDB-MG), que
não têm participado das reuniões.
Fausto Pinato (PRB-SP), que também defendeu as
investigações, foi substituído pelo partido por Tia Eron (BA). A troca provocou
reação dos parlamentares contrários a Cunha. A parlamentar, que chegou a
elogiar o trabalho de Cunha no Legislativo, negou ter tendência pré-definida em
relação ao caso. Atualmente, Tia Eron parece ser o voto decisivo para o futuro
de Cunha, que mantém, ao seu lado, dez votos favoráveis, segundo assessores e
integrantes do Conselho de Ética.
Se a deputada votar a favor da cassação, o placar empatado
por 10 a 10 pode ser definido pelo presidente do colegiado, José Carlos Araújo
(PR-BA). Tia Eron, no entanto, pode também pesar a balança a favor de Cunha,
totalizando 11 votos a seu favor.
Substituições
Entre os dez deputados que ficaram ao lado de Eduardo Cunha
na votação de março que deu início a fase de instrução, apenas quatro continuam
no colegiado: João Carlos Barcelar (PR-BA), Washington Reis (PMDB-RJ),
Wellington Roberto (PR-PB) e Mauro Lopes (PMDB-MG). Vinícius Gurgel (PR-AP)
havia sido substituído por Laerte Bessa (PR-DF). Na votação de três meses
atrás, Gurgel foi acusado de renunciar à vaga por um dia para dar lugar a outro
aliado de Cunha, impedindo que um suplente do PT votasse na sessão.
Cacá Leão (PP-BA) foi substituído pelo deputado Nelson
Meurer (PP-PR) e Paulinho da Força devolveu a vaga ao titular do Solidariedade.
No lugar de Ricardo Barros (PP-PR), que se licenciou do mandato para assumir o
Ministério da Saúde, entrou André Fufuca (PP-MA). Os últimos nomes a deixar o
colegiado – Erivelton Santana (PEN-BA) e Manoel Júnior (PMDB-PB) – aumentaram
especulações entre assessores de que votos favoráveis a Cunha contaminem os
resultados das eleições municipais, quando muitos deputados disputam
prefeituras.
Eduardo Cunha está afastado do mandato desde o mês passado
por decisão liminar do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato
no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro que entendeu haver desvio de
finalidade para promover interesses espúrios. Desde março, Cunha é réu no
processo que investiga se o parlamentar recebeu US$ 5 milhões de propina por um
contrato de navios-sondas da Petrobras. Por unanimidade, o STF negou, na
quarta-feira (1º), recurso da defesa do peemedebista contra a abertura de ação
penal que o tornou réu da Lava Jato.
Via – Jornal GGN
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