quinta-feira, 16 de junho de 2016

Machado delata: Aécio comprou apoio para presidir Câmara

Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e atual delator premiado na Lava Jato, disse que participou da captação de recursos escusos para bancar a eleição do senador Aécio Neves, do PSDB de Minas, quando deputado, para que conseguisse a presidência da Câmara dos Deputados, em 2001.


Aécio, campeão de referências em delações e candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014, na chapa com Aloysio Nunes, também do PSDB, já é investigado em outros dois inquéritos a partir da delação de Delcídio do Amaral, que foi do PT do Mato Grosso do Sul.

Conforme relatado por Machado, ficou acertado entre ele, Aécio e Teotônio Vilela Filho, que na época era presidente do PSDB, que levantariam recursos para ajudar cerca de 50 deputados a se elegerem, para viabilizar o apoio à eleição de Aécio para a presidência da Câmara. O recurso foi solicitado à campanha nacional de Fernando Henrique Cardoso, que se reelegeu em 1998 como presidente do Brasil.

Na época, foram arrecadados R$ 7 milhões, conforme relatado por Sérgio Machado, em recursos que vieram de empresas e também do exterior. A familiaridade de Machado com os ilícitos do tucanato é que era do PSDB à época, só depois se transferindo para o PMDB.

O delator do momento afirmou que parte dos recursos vieram da campanha do próprio FHC, por intermédio de "Luiz Carlos Mendonça", mas sem especificar se era o Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações do tucano FHC. Disse que Luiz Carlos Mendonça ficou com a responsabilidade de manejar os recursos depois da morte de Sérgio Motta, que negociava com os candidatos o apoio financeiro.

"Esses recursos ilícitos foram entregues em várias parcelas em espécie, por pessoas indicadas por Mendonça; que os recursos foram entregues aos próprios candidatos ou a seus interlocutores; que a maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões de reais arrecadados à época foi destinada ao então deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro", detalhou Machado.

Machado disse ainda que Aécio recebia os valores "através de um amigo de Brasília que o ajudava nessa logística", mas não disse quem.

O delator confirmou outros depoimentos sobre Aécio, relacionados aos recebimentos de propinas de Furnas e afirmou que parte do dinheiro para a eleição de Aécio para a Presidência da Câmara veio de Furnas, à época nas mãos de Dimas Toledo.

"Todos do PSDB sabiam que Furnas prestava grande apoio ao deputado Aécio Neves via o diretor Dimas Toledo, que era apadrinhado por ele durante o governo Fernando Henrique Cardoso e Dimas Toledo contribuiu com parte dos recursos para a eleição da bancada da Câmara à época", disse o delator.

Aécio nega, disse que nunca recebeu propina de Furnas e "defendeu as investigações da Lava Jato".
(com informações da Folha)

Via – Jornal GGN

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