quinta-feira, 23 de junho de 2016

MBL diz que Bolsonaro é “vítima de fascismo” em ação no STF


Movimento Brasil Livre, conhecido grupo pró-impeachment de Dilma Rousseff, sai em defesa de Jair Bolsonaro e diz que decisão sobre apologia ao estupro foi “injusta”. Deputado se tornou réu em duas ações no STF.

O Movimento Brasil Livre (MBL), conhecido grupo pró-impeachment da presidente Dilma, usou redes sociais para sair em defesa do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que ontem se tornou réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) por injúria e apologia ao crime de estupro.
A página do grupo no Facebook publicou um post dizendo que Bolsonaro “é vítima de fascismo censório em ação no STF”.

“Hoje o STF tornou Bolsonaro réu no processo mais absurdo, ilegítimo e irracional do ano. Uma bizarrice imperdoável. Que vergonha para um país que se diz civilizado ver uma Corte Suprema se rebaixar tanto”, diz a publicação na página do MBL.

De acordo com o coordenador do movimento, o estudante Kim Kataguiri, o MBL não compartilha dos mesmos posicionamentos ideológicos do deputado, conhecido pelo conservadorismo em relação a questões relacionadas aos direitos humanos e pela defesa apaixonada da ditadura militar. No entanto, o grupo acredita que o parlamentar foi injustiçado sob o aspecto processual.

Para Kataguiri, o STF deveria se debruçar sobre outras questões consideradas mais importantes, como o caso emblemático do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que é alvo de 12 inquéritos na corte, dos quais nove referentes à Operação Lava Jato. “Existem questões muito mais relevantes do que uma boçalidade dita por um parlamentar que hoje, apesar de ter uma quantidade significativa de seguidores, politicamente falando não faz nada”, afirmou o estudante.
Questionado se o julgamento do STF não se insere nas atuais discussões sobre a cultura de estupro, Kataguiri avalia que não cabe ao Judiciário “atender anseios populares”.

Reincidência

Bolsonaro tem histórico de envolvimento em polêmicas devido a declarações públicas – motivo que resulta em diversos processos por quebra de decoro parlamentar no Congresso, com desdobramentos na Justiça. No caso em questão, referente a 2011, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), que é homossexual assumido, ajuizou ação no Conselho de Ética da Câmara por declarações consideradas homofóbicas.

Mas a situação do deputado teve outro destino no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que o condenou ao pagamento de indenização de R$ 150 mil, por danos morais, ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD, que garante reparação a direitos coletivos), do Ministério da Justiça. A ação judicial foi resultado, entre outras questões, de declarações do parlamentar sobre homossexuais feitas em março de 2011 e veiculadas no programa CQC, da TV Bandeirantes.

Informações de Congresso em Foco
No Pragmatismo Político

Nenhum comentário:

Postar um comentário