quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Marta fez o que fez para perder a eleição

A história de Marta Suplicy é o que o que se chama em inglês de cautionary tale - simplificando, algo que serve de alerta. Uma fábula moral.


Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo.

Em nome de sua ambição, maior do que sua competência, ela passou por cima de tudo para conseguir uma vaga para concorrer à prefeitura de São Paulo.

Foi para o PMDB com uma conversa mole inacreditável sobre sua surpresa com a corrupção do PT, falou que nunca se considerou uma pessoa de esquerda, pediu desculpas de joelhos sobre as taxas, tirou o Suplicy do sobrenome, deu flores a uma Janaína Paschoal, posou para fotos com Cunha, Renan e Temer, abraçou o golpe.

Fez o diabo, enfim. Para quê? Para perder. Marta corre um risco enorme e de ficar de fora do segundo turno, segundo as pesquisas.

No Datafolha, ela está em terceiro lugar, com 15%, empate técnico com Haddad, com 11% (Doria lidera com 30% e Russomanno tem 22%). Perdeu apoio principalmente na faixa de renda média familiar de dois a cinco salários mínimos. No Ibope, caiu e empatou com Haddad.

Num levantamento interno do PT, Doria tem 30%, Russomanno 19%, Haddad, 17% e Marta 12%.

Ironicamente, de acordo com alguns analistas, ela conta com um voto útil dos petistas num embate com Doria ou Russomanno (não conheço ninguém na vida real que se disponha a isso, mas tudo é possível).

Uma máxima atribuída a Brizola diz que “a política ama a traição, mas abomina o traidor”. Você pode debitar o comportamento dela na conta do que um dos maiores jornalistas do Brasil chamou de “mundo psicológico dos ricos”. Marta não funciona com os mesmos padrões do brasileiro comum. É um jeito de explicar.

O fato é que ela apostou na burrice e na ingenuidade do eleitorado. Está pagando por isso. Aos 71 anos, esta é a última vez em que tenta enganar os paulistanos dessa maneira.

Vai com seus amigos para a lata do lixo da história como um triste exemplo a não ser seguido. Daqui a pouco tempo, estará num parque com os netos e bisnetos cantando - não Bob Dylan, como o ex marido, mas os versos de John Lennon: “Children, don’t do what I have done”.

Fonte: Blog do Miro


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