quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Mídia golpista teme delação de Cunha

A mídia golpista, que festejou a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara Federal e deu amplo respaldo à sua cruzada insana para desestabilizar o país e para deflagrar o processo de impeachment contra Dilma, parece preocupada com a delação premiada do correntista suíço. 


Por Altamiro Borges

Merval Pereira, que durante muito tempo paparicou o peemedebista carioca, é um dos mais assustados. Em seu comentário na Globonews, nesta segunda-feira (12), ele alertou: “Eduardo Cunha vai fazer uma delação premiada, porque deve ser condenado a muitos anos de cadeia. Ele é uma pessoa organizada, deve ter muita coisa gravada e guardada”.

Já na CBN – a rádio que toca mentira e também pertence à Rede Globo –, o “imortal” voltou a prever o caos na política brasileira: “A única saída de Eduardo Cunha é a delação premiada, para escapar de uma condenação seríssima. Não acho que ele se disponha a ficar 30, 40 anos na cadeia a troco de lealdade a alguém. Acredito que ele vá mesmo fazer a delação. Deve ter muito papel, muita gravação clandestina, deve ser a delação mais substancial, fora as das empreiteiras”. O maior temor de Merval Pereira é que a delação detone o PMDB, o partido do Judas Michel Temer.

No mesmo rumo, Vera Magalhães publicou em sua coluna no Estadão desta terça-feira alguns relatos sobre os bastidores da cassação do lobista. “Há cerca de duas semanas, Eduardo Cunha chamou aliados da Câmara para uma reunião em sua casa. Queria saber se os deputados que, apesar de ‘ajudados’ por ele, iriam traí-lo. Pela lista apresentada, 90 dos mais de cem que Cunha se gabava de manter ao seu lado votariam pela cassação. Um dos participantes do encontro deu o seguinte recado aos colegas traidores: ‘Preparem os capacetes porque vai chover canivete’”.

Moreira Franco já está na mira

A jornalista lembra que o achacador “é conhecido por fazer dossiês contra adversários com riqueza de detalhes. Nos últimos dias, ele teria feito chegar ao Planalto que está disposto a envolver o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, em irregularidades na Caixa Econômica Federal. Moreira é amigo do presidente Michel Temer e sogro do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)”. Vera Magalhães garante que Eduardo Cunha tem excelente memória e conhece detalhes da conspiração golpista que depôs Dilma:

“Ao menos três discípulos quiseram saber de Cunha, às vésperas da votação sobre seu destino, se ele se lembrava de todas as articulações promovidas para ajudar colegas e prejudicar rivais. Na conversa houve referência à PEC da Bengala, a emenda constitucional que tirou das mãos da então presidente Dilma Rousseff, no ano passado, o poder de indicar cinco ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF). A sondagem sobre a viabilidade da PEC chegou a ser discutida em um jantar na residência oficial da Câmara. O peemedebista teria dito: ‘Recordo de todos os que estavam lá, do cardápio e até do vinho que tomaram’, exibindo a boa memória que promete agora usar contra quem o traiu”.

Cadê o justiceiro Sérgio Moro?

Eduardo Cunha só abrirá o bico se for incomodado pelo juiz Sérgio Moro. Com a perda da sua imunidade parlamentar, os cinco processos que tramitam contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), por embolsar grana de corrupção da Petrobras, serão enviados ao “justiceiro” da Lava-Jato. Sabe-se que Sérgio Moro não tem nada de imparcial ou neutro. Ele abusa de métodos truculentos – prisões arbitrárias, torturas psicológicas e vazamentos seletivos – contra os alvos políticos da direita. Mas é cúmplice dos líderes do “golpe dos corruptos”. Por três vezes, o juiz disse que não encontrou o endereço de Cláudia Cruz, esposa do correntista suíço, para ouvir o seu depoimento. Haja incompetência ou conluio!

Mas a pressão pela punição de Eduardo Cunha deverá prosseguir na sociedade, forçando Sérgio Moro a tomar alguma atitude. Do contrário, ele ficará totalmente desmoralizado e a sua midiática Operação Lava-Jato perderá qualquer crédito. Caso seja preso – e, pior ainda, caso sua esposa e filha também sofram punições –, Eduardo Cunha se tornará, de fato, um “homem-bomba”, como postou nesta terça-feira o correspondente do jornal espanhol El País, Afonso Benites. “De todo-poderoso a abandonado, agora ele deve se tornar um homem-bomba, com potencial de abalar toda a classe política brasileira. O temor de parte de seus aliados é que, para se livrar de punições duras, como a prisão, o peemedebista faça um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e entregue alguns dos seus colegas em eventuais irregularidades”.

“Em sua última entrevista coletiva no salão verde da Câmara, Cunha já deu seus primeiros disparos. Chamou antigos aliados que votaram pela sua cassação de hipócritas, reclamou do governo Temer e afirmou que Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu sucessor na presidência da Câmara, conduziu o processo de cassação de maneira equivocada, por isso recorrerá ao Judiciário para tentar retomar o seu mandato. ‘Todo mundo sabe que na verdade há uma articulação porque no governo hoje tem uma eminência parda. Quem comanda o governo é o Moreira Franco, que é sogro do presidente da Casa’... Um dos mais impopulares políticos do Brasil na atualidade parece não querer vender barato sua queda”.

Se abrir o bico, Eduardo Cunha poderá implodir o covil de Michel Temer. Isto explica o temor do “imortal” Merval Pereira e de outros "calunistas" da mídia golpista. Também explica porque os irreverentes internautas já mudaram sua hashtag de #ForaCunha para #FalaCunha!

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