segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Centrais convocam greve geral para 11 de novembro

Movimentos sindicais se articulam para tentar barrar propostas do governo Temer.


Uma das principais críticas dos movimentos e coletivos progressistas no Brasil, ditos de esquerda, era a falta de uma pauta comum, capaz de unir todas as frentes para forçar os governos petistas a radicalizar, de fato, políticas sociais. Até pouco depois do golpe que tirou Dilma do poder, a esquerda ainda não estava coesa, mas parece que Michel Temer conseguiu esse feito ao lançar a proposta de emenda constitucional (PEC) 241 e propor reformas na educação, previdência e trabalhista.

Já são mais de mil escolas ocupadas em todo o país contra as medidas e, nesta semana, centrais sindicais decidiram convocar greve geral para o dia 11 de novembro, começando com paralisações totais ou parciais de, pelo menos, uma hora nas fábricas.

Brasil de Fato

Centrais sindicais convocam greve geral para 11 de novembro

Representantes dos trabalhadores fazem oposição às reformas propostas pelo governo de Michel Temer

Em oposição à reforma da Previdência, à reforma trabalhista e à PEC 241, as oito centrais sindicais definiram nesta quarta-feira (19) uma data para a greve geral: 11 de novembro. A ideia é que, neste dia, as categorias façam paralisações totais ou parciais, ou seja, de pelo menos hora.

O ato fará parte da Jornada de Lutas Contra a Retirada de Direitos no país, um calendário nacional de mobilização e paralisações contra as reformas propostas pelo governo de Michel Temer, elaborado em reunião na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Também estavam presentes a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Conlutas, a Força Sindical, a Intersindical, a Nova Central e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Já na próxima segunda-feira (24), haverá um ato em Brasília contra a PEC 241, que deve ser votada em segundo turno na Câmara dos Deputados no mesmo dia.

Pauta

As organizações são contra a reforma da Previdência, que quer estabelecer a idade mínima de 65 anos para aposentadoria e equiparar as regras de homens e mulheres. Também são contra a reforma trabalhista que flexibilizaria a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e faria com que o negociado entre patrão e empregado prevalecesse sobre o legislado.

Além disso, protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os gastos dos serviços públicos pelos próximos 20 anos.

Repercussão

Após as mobilizações do dia 11 de novembro, as centrais sindicais voltarão a se reunir para definir os detalhes sobre os atos do dia 25 de novembro. Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, o que não muda são os propósitos finais da agenda de lutas.

“Será uma jornada de acúmulo de forças, estaremos nas ruas dia 11 e 25 e seguir caminhando rumo à greve geral, se os governantes não entenderem que não podem retirar os direitos da classe trabalhadora”, encerrou Freitas.

Edição: Camila Rodrigues da Silva
Via Jornal GGN

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