O Ministério das Relações Exteriores de Cuba emitiu um
documento recentemente onde faz um novo balanço dos prejuízos causados pelo
bloqueio dos Estados Unidos à ilha.
O relatório diz respeito ao período entre
abril de 2015 e março de 2016. Apenas neste espaço de tempo o povo cubano
sofreu uma perda de mais de 4 bilhões de dólares, ao longo dos 56 anos do
bloqueio já foram mais de 753 bilhões.
Nesta quarta-feira (26) acontece uma nova Assembleia Geral
da ONU para debater esta questão e, novamente, o governo cubano vai apresentar
o projeto “Necessidade de dar fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro
imposto pelos Estados Unidos contra Cuba”.
Segundo este relatório, os prejuízos econômicos são
“calculáveis”, mas as perdas sociais, culturais e de desenvolvimento nacionais
sequer podem ser mensuradas.
Veja 15 coisas que Cuba não pode fazer devido ao bloqueio:
1 – Cuba não pode exportar ou importar alimentos livremente
dos Estados Unidos. Deste o ano 2000 as restrições nesta área foram acentuadas.
Além disso, a Lei de Comércio com o Inimigo implementada no país
norte-americano em1917 segue vigente. O ministro de Relações Exteriores da
ilha, Bruno Rodríguez Parrilla, questionou como seu país ainda pode ser
considerado um inimigo.
2 – A proposta do presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, sobre a utilização do dólar nas transações internacionais de Cuba não
pode se concretizar.
3 – No caso de obter permissão para realizar alguma compra,
Cuba é obrigada a pagar em dinheiro e adianto por meio de bancos de outros
países e com moeda diferente do dólar. Isso faz com que os procedimentos sejam
mais difíceis e que o país normalmente tenha prejuízos com relação ao câmbio.
4 – O investimento de companhias norte-americanas em Cuba
continua sendo proibido e isto limita o crescimento do setor de negócios dos
Estados Unidos e prejudica o desenvolvimento da ilha, explicou o ministro.
5 – As importações de medicamentos estão condicionadas desde
1992 pela Lei dos Estados Unidos.
6 – Cuba deve sempre prestar contas sobre o destino final de
todos os itens de medicina adquiridos e não pode fazer os pagamentos
diretamente, mas sim através de bancos terceiros em moeda diferente do dólar.
Por se tratar de questões relacionadas à Saúde Público, a demora e a burocracia
nestes procedimentos podem, até mesmo, colocar a vida de pacientes em risco.
7 – Empresas como a norte-americanas são impedidas de
exportar materiais necessários para o tratamento da água potável de Cuba.
8 – Companhias norte-americanas não podem operar em Cuba
para oferecer serviços de tecnologia da informação, neste caso, os dois lados
perdem: as empresas dos Estados Unidos têm menos clientes do que poderiam, e a
indústria cubana não desenvolve todo seu potencial.
9 – Pacientes com câncer têm o tratamento prejudicado devido
à defasagem de equipamentos médicos na ilha vendidos pelos Estados Unidos. Isso
acontece porque as companhias norte-americanas são proibidas de abastecer o
país vizinho com os apetrechos necessários. Mesmo com o bloqueio, os dois
países firmaram um acordo, no último sábado (21) que estabelece um projeto de
cooperação para o controle do câncer.
10 – O povo norte-americano é proibido de viajar a turismo
para as praias cubanas. No dia 14 de outubro os Departamentos do Tesouro e
Comércio dos dois países apresentaram mudanças no regulamento que incluem
medidas para ampliar as possibilidades de viagens e intercâmbio. Estima-se que,
pelo menos 15% dos norte-americanos que viajam a passeio para o Caribe,
viajariam para Cuba se fosse permitido.
11 – Jovens norte-americanos são proibidos de estudar
Medicina em Cuba, considerada uma das melhores do mundo.
12 - O sector da biotecnologia em Cuba tem como propósito
desenvolver novos produtos, medicamentos, equipamentos e serviços de alta
tecnologia a fim de melhorar a saúde do povo cubano e gerar bens e serviços
exportáveis. Porém, a indústria biofarmacêutica de Cuba não é alheia aos
impactos causados pelo bloqueio dos Estados Unidos.
13 – Apenas no período de um ano o setor da construção civil
perdeu mais de 30 milhões de dólares. A principal razão é a impossibilidade de
ter acesso a tecnologias mais eficientes de construção que gastariam menos
recursos e materiais.
14 – O setor de aviação cubano deixou de ganhar mais de 156
milhões no período de um ano devido às perdas por relocalização geográfica do
comércio e impacto causado pelo bloqueio no desenvolvimento de serviços.
15 – Cuba tem condições de oferecer anualmente em 47 instituições
de saúde mais de 200 programas médicos de uma qualidade reconhecida a nível
internacional, a aproximadamente 15 mil cidadãos estrangeiros. No entanto, o
bloqueio nega a possibilidade aos cidadãos estadunidenses e em alguns casos aos
de outros países, que tenham acesso a estes programas, limitando assim os seus
direitos.
Via - Portal Vermelho
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