sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Paranavaí - Pedreiro adapta cano em perna amputada para trabalhar

Sem dinheiro para comprar a prótese, que custa cerca de R$ 10 mil, o pedreiro comprou um cano de 100 milímetros e um “cotovelo” da mesma medida. Usando fogo ele ligou as duas peças e com fita adesiva prendeu o artefato na perna.


A cena do pedreiro chapiscando o muro de uma residência no Distrito do Sumaré, na tarde de ontem (8), com certeza passou despercebida para muitas pessoas que passavam. Porém, o radialista Pedro Machado da rádio Caiuá Fm de Paranavaí, ficou sensibilizado com a imagem de Fernando Ramos Leonel, 34 anos, trabalhando com uma “prótese” improvisada, feita com cano de plástico, um cotovelo de PVC e uma fita adesiva.

O pedreiro sofreu um grave acidente no dia 17 de março deste ano, na BR-376 próximo ao trevo de Alto Paraná. Ele voltava para Paranavaí depois de comprar uma moto e foi atingido por um caminhão. Entre idas e vindas, o motociclista ficou mais de quatro meses internado em hospitais de Paranavaí e na cidade de Londrina.

Durante esse período, Leonel teve que amputar parte da perna direita (do joelho para baixo). Ele explicou que a decisão médica surgiu depois que contraiu uma bactéria. “Se não fizesse a amputação correria sério risco de morrer."

Casado e com uma filha de nove anos para sustentar, o pedreiro se viu obrigado a achar alternativa para não deixar a família em situação financeira difícil. Sem dinheiro para comprar a prótese, que custa cerca de R$ 10 mil, o pedreiro comprou um cano de 100 milímetros e um “cotovelo” da mesma medida. Usando fogo ele ligou as duas peças e com fita adesiva prendeu o artefato na perna.

O problema é que o material não é adequado e provoca fortes dores ao final do dia. O pedreiro tem que tomar remédio para poder suportar a dor e dormir. “Deus deu o livramento de vida e arrancou só a perna. Era para eu estar morto. Por isso, tenho que seguir a vida”, disse Leonel.

No final da entrevista dada ao radialista Pedro Machado, o pedreiro foi questionado sobre a possibilidade de ser ajudado. Ele explicou que pensa em fazer rifa para juntar dinheiro e comprar a prótese. Porém, em tempo de crise, ainda não sobrou dinheiro para comprar algo. “Moro aqui nas populares do Sumaré e quem quiser ajudar pode entrar em contato no telefone de minha esposa 99178-5806.”

Via - Diário do Noroeste

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