sábado, 28 de janeiro de 2017

MARILENA- Prefeito Zé do Peixe decreta estado de calamidade financeira em Marilena

Dívidas do município ultrapassam os R$ 5,5 milhões, decreto de calamidade financeira tem duração de 120 dias.

Prefeito Zé do Peixe: O valor da dívida pode subir ainda mais com o levantamento que estamos fazendo
Com dívidas herdadas que ultrapassam os R$ 5,5 milhões, o prefeito de Marilena, José Aparecido da Silva (Zé do Peixe) decretou ontem estado de calamidade financeira nos cofres do município.

“Esse valor deve subir ainda mais com o levantamento que estamos fazendo, só para se ter uma ideia descobrimos nos últimos dias uma dívida de R$ 820 mil em notas estornadas que desapareceram”, disse o gestor.

De acordo com Zé do Peixe as irregularidades encontradas  são inúmeras, entre elas a falta de pagamento dos fornecedores e prestadores de serviços que ultrapassam a casa dos R$ 5,5 milhões. Somente de dívidas com notas que não foram empenhadas e consequentemente não pagas a prefeitura deve mais de R$ 1 milhão. Já a dívida flutuante, que são as de curto prazo com notas empenhadas e não pagas o valor ultrapassa R$ 1,7 milhões. “Todos os dias aparecem novos fornecedores e prestadores de serviços cobrando por seus trabalhos”, disse o gestor que deve entregar toda a documentação com indícios de fraudes ao Ministério Público. “Mandamos cancelar mais de R$ 108 mil em cheques sem fundo emitidos nos últimos dias de dezembro”. 

O gestor disse ainda ter herdado a folha de pagamento do mês de dezembro no valor de R$ 1,1 milhão. “Deixaram a folha, mas sem dinheiro empenhado em caixa para o pagamento”, disse o gestor que exonerou 14 cargos comissionados no início do mês.

Zé do Peixe relatou que o limite com a folha em dezembro ultrapassou os 60% da arrecadação, o que é vedado por Lei, o limite máximo permitido é de 54%. “Estamos tomando algumas medidas de contenção de despesas para diminuir o índice de gastos, só assim não teremos problemas com a liberação de certidões e envio de recursos para o município”.      
           
Com o decreto de ontem o município tem 120 dias para apurar as contas, renegociar contratos e realizar serviços vitais na cidade. Também durante esse prazo fica vedada a concessão de férias, licenças prêmios e horas extras que impliquem em novas despesas para os cofres municipais.   

Zé do Peixe relatou ainda que o município está fazendo boletins de ocorrências policiais para apurar o desaparecimento de pneus, baterias e peças da frota. “Só estou com duas máquinas trabalhando, o restante está tudo parado, os próprios servidores estão tentando arrumar algumas”, finalizou o gestor que na próxima semana deve estar em Curitiba na busca de recursos para cidade.

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