quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Pressionado, Temer vai a público chamar massacre de "acidente pavoroso"


Depois de dias em silêncio e somente após passar a ser criticado pela omissão, o presidente Michel Temer decidiu ir a público classificar o massacre em um presídio de Manaus, que resultou em 56 mortos no último domingo (1º), de "acidente pavoroso".

Nesta quinta (5), ele fez uma fala diante da imprensa tentando retirar a culpa do poder público acerca do caos no sistema penitenciário.

"Eu quero me solidarizar com as famílias que tiveram seus presos vitimados naquele acidente pavoroso que ocorreu no presídio de Manaus. Nossa solidariedade é governamental e tenho certeza que é apadrinhada por todos aqueles nesta reunião", disse.

"Em Manaus, o presídio era terceirizado e privatizado e, portanto, não houve uma responsabilidade objetiva, clara e definida dos agentes estatais", afirmou. "Mas não basta ficarmos apenas em diagnósticos do que aconteceu ou não aconteceu. É preciso agir e executar", acrescentou.

Temer, por outro lado, reconheceu que cabe à União gerir a segurança interna dos presídios em parceria com os estados. "Se a segurança pública é fundamentalmente de nível estadual, a preocupação gerada nos últimos tempos faz com que todos nós tenhamos ciência e consciência de que se trata de um problema nacional", comentou.

Nas redes sociais, o termo "acidente pavoroso" para classificar um massacre fruto de uma guerra entre facções foi motivo de muitas críticas. Os principais portais editaram o título das manchetes para esconder a palavra "acidente".

Temer também aproveitou o episódio para admitir que o sistema carcerário não respeita o "preceito constitucional que determina que os presos devem cumprir pena em estabelecimentos diferentes de acordo com a natureza do delito, idade e sexo".

O Plano Nacional de Segurança que ele pretende lançar determinará, de acordo com relatos da Folha, "que unidades prisionais que sejam construídas a partir de agora tenham prédios diferentes para abrigar presos que cometeram crimes de alta e de baixa ofensividade."

Além disso, serão liberados R$ 150 milhões para a instalação de bloqueadores de celulares em 30% das unidades prisionais de cada Estado, e informou cinco presídios federais serão construídos para abrigar lideranças de facções criminosas.

Via - Jornal GGN

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