sexta-feira, 28 de abril de 2017

Milhares de paranaenses aderem à greve geral do dia 28 de abril

Trabalhadores paralisam as atividades nesta sexta contra as reformas trabalhista e da Previdência.


Daniel Giovanaz
Brasil de Fato

Fábrica sem operário, posto sem frentista, rua sem gari, ônibus sem motorista. Centenas de categorias de trabalhadores de todas as regiões do Paraná anunciaram esta semana que vão aderir à greve geral de sexta-feira (28) contra os cortes de direitos promovidos pelas reformas trabalhista e previdenciária do governo Michel Temer (PMDB). A mobilização é coordenada nacionalmente por cinco centrais sindicais: União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas).

A concentração em Curitiba começa às 8h30 em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), na Praça Nossa Senhora de Salete, Centro Cívico. Às nove, está prevista uma marcha até a praça Tiradentes, e às 11h30 haverá um protesto em frente à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

A última paralisação nacional contra a reforma da Previdência, no dia 15 de março, reuniu 40 mil nas ruas de Curitiba e cerca de 100 mil no Paraná.

Adesões

Bancários, servidores municipais, motoristas e cobradores do transporte municipal, policiais civis, guardas municipais, metalúrgicos, professores da rede particular e da rede pública estadual e municipal de Curitiba foram os primeiros a anunciar participação na greve geral de 28 de abril. Esta semana, professores da UTFPR, da UFPR e das estaduais UEPG, UEM e Unicentro também votaram pela adesão ao movimento.

“Os trabalhadores da limpeza pública também estão sendo convocados para o movimento contra a retirada de direitos”, acrescenta a assessora do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco). Eles vão se reunir a partir das 6h30 na rua João Negrão em frente à sede da Cavo, empresa responsável pela coleta de resíduos em Curitiba.

A coordenadora do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais de Saúde do Paraná (SindSaúde), Mônica Glinski Pinheiro, afirma que a categoria também aprovou adesão à greve: “Como é uma área essencial, vamos manter 30% trabalhando. Isso vale para toda a rede de hospital, hemocentros e regionais de saúde”.

Massacre

Além da pauta nacional, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) informou que a paralisação ocorre em memória aos dois anos do massacre de 29 de abril de 2015, quando as forças de segurança do estado deixaram mais de cem professores feridos no Centro Cívico. “Para nós, da rede estadual, o 29 de abril acontece cotidianamente nas escolas”, lamenta o presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão. “De lá para cá, o governo passou a ter um papel mais de tribunal de inquisição do que de entidade organizadora do processo pedagógico, gerando um quadro de desvalorização que fatalmente irá aumentar o nível de adoecimento da nossa categoria”.

Jornada de Lutas pela Democracia ocorre nos dias 9 e 10 de maio

A jornada de manifestações em Curitiba, que começa no dia 28, deveria se estender até o dia 3 de maio, data em que havia sido agendado o depoimento do ex-presidente Lula (PT) ao juiz Sérgio Moro, no âmbito da operação Lava Jato.

A Frente Brasil Popular, que reúne movimentos sociais contrários ao governo Temer e em favor da realização de eleições diretas, havia organizado uma série de atividades na região central da cidade para os dias 2 e 3 de maio. A programação inclui atos pela reforma agrária, conferências e debates sobre a Lava Jato e contra a criminalização dos movimentos sociais, além de atividades culturais.

Como o depoimento de Lula foi adiado em uma semana – por razões de segurança, segundo Moro –, a Frente também decidiu transferir a programação para os dias 9 e 10 de maio. A justificativa é que, naquelas datas, os holofotes estarão voltados para Curitiba, e as reivindicações terão maior repercussão.

Edição: Ednubia Ghisi

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