terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Protestos pelo Brasil nesta terça denunciam reforma da Previdência

Metalúrgicos, movimentos de mulheres, estudantes, trabalhadores rurais estarão nas ruas do Brasil nesta terça-feira (5) em protesto contra a reforma da Previdência Social. Serão atos públicos, paralisações, assembleias em portas de fábrica e em agências do INSS, bloqueio de vias e marchas denunciando a pressão de Michel Temer para que a nova proposta da reforma da Previdência Social seja votada ainda neste ano na Câmara dos Deputados.


Por Railídia Carvalho

A nova proposta para a reforma da Previdência Social é mais enxuta porém mantêm a lógica de dificultar a aposentadoria dos trabalhadores brasileiros penalizando o setor público (contribuição de 25 anos para aposentadoria proporcional), mulheres (que terão que trabalhar mais anos para se aposentar), homens (que devem completar 65 anos para se aposentar com benefício abaixo do que é previsto atualmente) e trabalhadores rurais (que podem também ser atingidos pela idade mínima de 65 anos, que não considera o quanto o trabalho no campo é extenuante).

A nova fórmula de calcular o benefício proposta por Temer rebaixa o valor proporcional e considera a remuneração de uma vida inteira para determinar a aposentadoria. Atualmente, o benefício é calculado pelas 80 maiores remunerações.

“O sentimento hoje do brasileiro é cada vez mais ir pra rua reclamar da situação antidemocrática e de retirada de direitos que estamos vivendo. A pesquisa Datafolha mostrou o nível de rejeição deste governo ilegítimo. Cabe aos movimentos, às centrais esclarecerem o povo, que cada vez mais vê tomar corpo esta indignação contra o atual governo”, declarou Vanja Santos, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) e dirigente sindical no Amazonas. Em Manaus, o ato público acontecerá no centro da cidade a partir das 16 horas no horário local.

Marcelino da Rocha, presidente da Federação dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), também vê esse sentimento de indignação no povo e acredita que o desafio do movimento social é transformar esse ingrediente em combustível para os protestos nas ruas. O dirigente participa da organização dos protestos do movimento Brasil Metalúrgico previstos para acontecer em todas as capitais brasileiras e preferencialmente nos prédios das agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

“O movimento sindical não está parado. Hoje (4), por exemplo, houve uma grande manifestação na fiat automóveis, em Betim (MG), reunindo metalúrgicos, movimentos sociais, trabalhadores da construção civil denunciando a reforma da Previdência. A iniciativa foi do mandato da deputada Jô Moraes e faz parte da movimentação para denunciar o programa de retirada de direitos de Temer”, informou Marcelino. Nesta terça, as centrais sindicais realizam ato unificado na praça Sete, em Belo Horizonte, a partir das 9h.

O presidente da Fitmetal considera estratégica a realização dos protestos como forma de se contrapor ao poder dos meios de comunicação tradicional.“O sentimento do povo também é de perplexidade principalmente em razão desse bloqueio que a mídia oficial faz do governo e das medidas que ele vem tomando retirando direitos do povo. Porque se a gente comparar o preço do botijão de gás, o preço da energia elétrica, da gasolina com o de três anos atrás seria motivo suficiente para manifestação mas a blindagem que cobre os golpistas é muito forte”.

Na Bahia, a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo iniciam os protestos às 6h da manhã no Iguatemi e rodoviária, com o bloqueio de vias para panfletagem de material para esclarecer a população sobre os prejuízos que trará a reforma da Previdência. À tarde haverá caminhada do Campo Grande à Castro Alves com a participação de todas as centrais. “Sentimos que a população quer algo mais radical como forma de defesa de direitos históricos como o direito à aposentadoria”, ressaltou Pascoal Carneiro, presidente da CTB no Estado.

Atos pelo Brasil nesta terça-feira (5)

São Paulo

São Paulo
16h Avenida Paulista

Pernambuco

Recife
15h Praça do Derby

Sergipe

Aracaju
7h ato na frente da agência do INSS na Avenida Ivo do Prado –Centro. Em seguida atos nas agências bancárias e no Calçadão da João Pessoa, Centro Comercial da Capital.

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro
14h Protesto em frente a Agência do INSS (Rua Pedro Lessa-Centro). 16h Ato Público na Candelária

Roraima
Boa Vista

8h. Ato em frente ao Sitram (Av. Princesa Isabel, 3776, Santa Tereza, na zona oeste da Capital)

Rio Grande do Sul
Porto Alegre.

5h. Ato no aeroporto
8h. Concentração Rodoviária
10h. Ato em frente ao INSS
12h. Ato no Palácio Piratini

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