Dia 2 começou a Copa São Paulo de Juniores, a popular
Copinha. Desprezada por muitos, valorizada por poucos.
Falem o que for, algo não pode ser negado: a Copinha é o
maior campeonato da categoria sub-20 masculina (ensaiou-se uma mudança para sub
19, mas segue sendo sub-20). Ou você conhece algum lugar do mundo onde ocorra
algo do tipo? São 23 dias com 448 partidas, incluindo mais de 3 mil jogadores,
128 equipes de todos os cantos de um país que tem as dimensões de um continente
divididos em 32 sedes.
Tem dias como o segundo, por exemplo, que acontecem 42
partidas. Nenhum campeonato tem essa loucura de ser tão rápido e com uma
enxurrada de jogos.
O fato é que sim, superestimam o torneio. Ele não produz
mais craques como antigamente, mas deve-se ao nível fraco do futebol. E nem to
falando do Brasil, é do mundo. Não vê-se mais qualidade num conjunto, numa
equipe. São uns jogadores esporádicos aqui e acolá que despontam, mas não pense
que são craques. São jogadores acima de uma média que está mais próxima da
linha mais baixa, próximo de ruim do que algo excelente.
Depois que os calendários foram mudados e re-organizados
(lembro de times que jogavam 3, 4 vezes na semana porque os torneios se
cruzavam), os torneios regionais se transformaram em pré-temporada para o
Campeonato Brasileiro que é vendido como o melhor do mundo (será mesmo?),
janeiro é um mês um tanto morto pra quem curte futebol. Antigamente, existiam
os torneios regionais como Rio-São Paulo, Sul-Minas. Torneios de tiro curto,
mas que era um alívio para a alma futeboleira sedenta por algo.
Mas em tempos que temos poucos direitos como torcedores (na
realidade quase nenhum), a Copinha é uma ótima saída pra quem quer ver jogos
acessíveis, afinal são de graça. Por exemplo, fui assistir duas pelejas e senti
uma liberdade que infelizmente ficou apenas limitada ao campo de várzea, ou
seja, cerveja no estádio, duas águas por 5 reais e coisas pra comer por valores
de 2 a 3 reais.
Se os jogadores estão nivelados por baixo, o mesmo serve
para os campeonatos.Mas em tempos que campeonatos estão cada vez mais inchados,
longos e sem graça nenhuma, a Copinha ainda é um respiro.
Então, não liga pro que a mídia hegemônica fala de que
“surgirão novos Robinhos” e comparação de meninos a jogadores que já foram
revelados e fizeram história. Ou de gente que fala “mas Copinha não vale nada”.
Vá, curta e tente encontrar algo de bom no pouco que resta do futebol. Não
adianta ficar esperando uma boa partida aparecer, vá atrás, faça seu ano
futeboleiro. Às vezes um jogo de Copinha vale mais do que uma Libertadores
pomposa cheia de seus mimimis.
Via – Portal Vermelho
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