A vantagem de me tornar velho, é que já não me deprimo pelas
muitas coisas que não conquistei. Já não choro copiosas lágrimas por aquilo que
não pode ser meu. A vida me provou que teoria e prática, são lados distintos em
uma mesma moeda. Chega um tempo, em que a gente se dá conta que planos e pouco
do que moldamos, se concretizam, o destino tem a sua própria versão para nossas
vidas e é exatamente essa que prevalece.
Medos, estes eu os perdi, eu tinha um saco cheio deles, mas,
fui perdendo-os um a um ou de forma gradativa, mas, não há grande vantagem nisso,
com o acumulo dos dias, eu encontrei outros. Perdi o medo dos mortos, dos
fantasmas, mas encontrei o terrível medo dos vivos, medo das mentes maldosas e
dos corações de má fé. Aprendi não me abalar com muitos achismos equivocados
sobre mim, pois já descanso na confiança de saber o que realmente sou.
Em outros tempos de verde idade, preocupei-me muito com as
conclusões de terceiros sobre o meu eu, hoje o que sou ou o que deixo de ser,
diz respeito unicamente a mim e minha realidade, eu a conheço, conclusões
alheias que não condizem com minha verdade, são apenas erros enganosos ou
propositais de terceiros que não merecem um segundo de minha preocupação.
De praxe, tenho concluído que a muitos olhos alheios, não
sou normal, sou um louco, fujo a regras, por outro lado, noto que são outra vez
equívocos daqueles que ignoram minha normalidade.
Tamanha é a complexidade de existir e enorme a simplicidade
de ser, que estes extremos me despertam admiração, fascinação. Enquanto afirmo
com certeza absoluta que sei quem sou, posso também afirmar com todas as letras
que me desconheço, isto vai depender das sortes e dos reveses, dos momentos em
que eu estiver vivendo.
Dentre as conclusões que os anos tem me proporcionado, me
atenho a esta: "A vida é curta". Não importa se tenho oito ou oitenta
anos, a vida é o agora, e agora é muito cedo para morrer.
Conhecimentos, adquiri alguns, e se durante a vida eu não
for acometido de nenhuma demência, vou tê-los enquanto eu tiver fôlego uma vez
que e estes, ninguém me toma.
Arrisco dizer que a vida não é o mais sublime dos dons, o
dom mais precioso e que supera a própria vida é a saúde, esta é, no meu humano
conceito, a mais valiosa de todas as riquezas, e enquanto a possuímos, somos
capazes de tudo, a saúde é a mola propulsora que faz a vida bela...
Hoje é meu feriado pessoal, dia de comemorar e também dia de
avaliar tudo o que ocorreu até aqui, agora mais do que antes, com os pés mais
próximos do chão. Consciente das muitas coisas que há entre a lacuna do real e
do imaginário vou tocando meu barco, remando contra ou a favor da maré, pois
tudo faz parte da vida...
Um caloroso abraço a todos que me felicitam pela passagem do
meu dia. Hoje é 14 de Fevereiro, dia de Mateus.
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