Entenda o que está por trás da valorização e dos aplausos
das autoridades norte-americanas na suposta "democracia" com a
derrubada de Kucyznski.
A derrubada de Pedro Pablo Kucyznski da Presidência do Peru,
por investigações desdobradas da Operação Lava Jato no Brasil com ilícitos
envolvendo a Odebrecht aonde a empreiteira tem presença comercial, foi
comemorada pelo governo dos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (23), a saída de
PPK, como é chamado o agora ex-presidente do país latino-americano, e a entrada
com a posse de Martín Vizcarra mostra "a democracia", afirmou em
comunicado o Departamento de Estado dos EUA.
O Congresso peruano aceitou nesta sexta a renúncia de
Kuczynski, após a pressão feita por parlamentares e pelo próprio partido do
ex-mandatário, com a divulgação de vídeos e áudios em que aliados de PPK estariam
tentando subornar outros parlamentares em troca de barrar o impeachment que já
estava tramitando no Parlamento peruano contra o então presidente.
Após a divulgação da mídia, Pedro Pablo Kucyznski foi
pressionado: caso não renunciasse, seu impeachment seria inevitável, indicavam
os aliados. A carta de renúncia foi apresentada nesta quarta-feira e, na sexta,
os parlamentares aprovaram a saída do presidente. No mesmo dia, foi realizada a
posse de Martín Vizcarra.
Para o contentamento do Departamento de Justiça
norte-americana, Vizcarra carrega a bandeira "contra a corrupção", a
exemplo do que adotou a própria Operação Lava Jato no Brasil para angariar
apoios, apesar de questionáveis os métodos de atuação. "A justiça deverá atuar com
independência, responsabilidade e rapidez", pontuou o novo mandatário.
Na outra ponta do continente, os EUA aplaudiram. "O
respeito à Constituição durante essa transição reflete a força do país como uma
democracia resiliente, compatível com os princípios articulados na Carta
Democrática Interamericana", disse a porta-voz do Departamento de Estado
dos EUA, Heather Nauert.
Mas por trás da comemoração à "democracia
resiliente", os EUA vem adotando um projeto de dominação judicial, por
meio de colaborações com autoridades dos países latino-americano, e sob a
bandeira de combate à corrupção. Como consequência, os países que não adotam as
regulamentações consideradas padrão para os Estados Unidos, com a
responsabilização, multas e prisões de dirigentes, ocorre a automática derrubada
de empresas nacionais, como no caso do Brasil, a empreiteira Odebrecht, que
possuía ampla presença de atuação mundial.
A sequência do discurso de Heather Nauer, porta-voz
norte-americana, trouxe a confirmação da extensão dos aplausos:
"Trabalharemos com o Peru na Cúpula das Américas de abril, em Lima, onde
reafirmaremos o compromisso coletivo de nosso hemisfério com a
democracia".
Via - Jornal GGN
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