Secretaria de turismo de Trier, cidade natal do filósofo,
mandou imprimir uma terceira leva de notas, vendidas a 3 euros cada.
O filósofo comunista Karl Marx, é claro, desprezava o
dinheiro. Inspirado em Shakespeare, ele comparava o dinheiro a um proxeneta, um
cafetão entre a necessidade do homem e o objeto, entre a vida humana e os meios
de subsistência. E lamentava que, de sua figura inicial de servo do homem, um
simples meio de circulação, o dinheiro tenha se convertido repentinamente em
“senhor e deus no mundo das mercadorias”. O que diria Marx se soubesse que uma
cédula em sua homenagem se transformou em objeto de desejo?
Lançada em Trier, na Alemanha, cidade natal do filósofo, uma
cédula de Zero Euro com a efígie de Karl Marx está vendendo como pão quente. A
prefeitura da cidade colocou as notas à venda como souvenir no aniversário de
200 anos de nascimento do autor do Manifesto Comunista, celebrados no último
sábado, 5 de maio. Cada nota de Zero Euro, sem valor real algum, é vendida por
3 euros na agência de informação turística da cidade e também pela internet, ao
lado de chaveiros, broches, ímãs de geladeira, cartões postais e canecas de
Marx.
“O souvenir brinca com as críticas de Marx ao capitalismo”,
explicou o diretor da secretaria de turismo de Trier, Norbert Kaethler, no
lançamento. Segundo a secretaria, a primeira leva de 5 mil notas vendeu
imediatamente, tão logo foram lançadas, na semana passada. A cidade solicitou
então a impressão de mais 20 mil cédulas, que também se esgotaram em tempo
recorde, diante da demanda de compradores do mundo inteiro, incluindo
Austrália, Estados Unidos e Brasil. Agora, a secretaria de turismo mandou
imprimir mais 20 mil notas de Zero Euro com Marx estampado, que só chegarão no
final de maio.
Enquanto as novas cédulas não chegam, no “câmbio negro”, ou
seja, em sites de colecionadores, a mesma nota já está custando quase cinco
vezes mais. Isso é que é mais-valia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário