"Garantir a continuidade da Revolução e salvaguardar o legado
de sua geração histórica constituem linhas de trabalho fundamentais para o novo
governo de Cuba". Assim o anunciou o presidente cubano, Miguel Díaz Canel, em
seu primeiro discurso como chefe de Estado durante a sessão constitutiva da IX
Legislatura da Assembleia Nacional do Poder Popular, em 19 de abril no Palácio
de Convenções de Havana.
Por Cosset Laço Pérez* Havana (Prensa Latina)
"Assumo esta responsabilidade com a convicção de que cada
cubano, da posição que ocupe, será fiel ao exemplo do líder histórico da
Revolução, Fidel Castro (1926-2016), e de Raúl Castro", expressou o governante.
O novo presidente também dedicou algumas palavras para
realçar o legado da geração histórica que conduziu a Revolução cubana por quase
60 anos.
Também em seu primeiro discurso, Díaz-Canel-engenheiro
eletrônico de profissão e Mestre em Direção-fez um chamado ao fortalecimento da
unidade para a continuidade da construção de um socialismo próspero e
sustentável.
'E aos que por ignorância ou má fé duvidam do compromisso
das gerações que hoje assumimos novas responsabilidades no Estado cubano, temos
o dever de lhes dizer com clareza que a Revolução continua e continuará viva',
asseguro ao assumir suas novas funções diante dos 605 deputados.
A Assembleia Nacional - órgão supremo do poder do Estado que
representa e expressa a vontade soberana de todo o povo- instalou em 18 e 19 de
abril sua IX Legislatura e elegeu um novo Conselho de Estado.
Encabeçado por Díaz-Canel como presidente desse órgão de 31
membros e do Conselho de Ministros, a nova estrutura integra-a também Salvador
Valdés como primeiro vice-presidente.
Assim, Ramiro Valdés, Roberto Morales, Gladys Bejerano, Inés
María Chapman e Beatriz Johnson foram eleitos como vice-presidentes, e Homero
Costa recebeu o respaldo dos parlamentares para continuar como secretário.
Díaz-Canel -que desempenhou-se nas funções de primeiro
vice-presidente durante cinco anos- substituiu no cargo ao líder Raúl Castro.
O ex-presidente continuará até 2021 como primeiro secretário
do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, a partir do mandato do VII
Congresso dessa organização, celebrado em 2016.
Ao oferecer as palavras finais na constituição da IX
Legislatura do Parlamento, Raúl Castro manifestou sua confiança no novo
presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba, ao destacar sua
fidelidade à Revolução e a solidez política.
A eleição de Díaz-Canel não é uma casualidade. Não duvidamos
que por suas virtudes, experiência e dedicação ao trabalho terá sucesso
absoluto na tarefa que lhe encomendou nosso órgão supremo do poder do Estado,
assegurou.
Em seu discurso, o General de Exército falou sobre o
desempenho deste no cargo de primeiro secretário do Partido nas províncias de
Villa Clara e Holguín, e depois como Ministro de Educação Superior e de
primeiro vice-presidente do Conselho de Estado.
A UNIDADE COMO PRINCIPAL ARMA
Ao falar do projeto social iniciado em 1 de janeiro de 1959,
Raúl Castro considerou a unidade do povo como a principal arma de defesa da
Revolução cubana.
Neste ponto concordou também Díaz-Canel, que afirmou: 'a
unidade, tão necessária enquanto forjava-se a nação, é desde 1959 sua mais
valiosa e sagrada força; que se fez extraordinária e invulnerável no seio de
nosso único Partido, que não nasceu da fratura ou atomização de outros, mas da
integração de todos os que se propunham fazer um melhor país'.
A instalação da IX Legislatura da Assembleia Nacional do
Poder Popular finalizou o processo de eleições gerais iniciado na ilha
caribenha no passado ano.
O anúncio do novo Conselho de Estado -órgão da Assembleia
que a representa entre um e outro período de sessões- teve lugar no aniversário
57 da vitória atingida na Praia Girón sob o comando de Fidel Castro sobre a
invasão mercenária organizada e financiada pelo governo dos Estados Unidos.
Os mercenários chegaram à ilha caribenha pela Ciénaga de
Sapata -província ocidental de Matanças- na madrugada de 17 de abril de 1961.
Dirigidos por Fidel Castro, o exército e uma representação
do povo da nação antilhana derrotaram os invasores que se renderam na Praia
Girón no entardecer do dia 19.
Esta vitória de Cuba representou a primeira grande derrota
do imperialismo estadunidense na América Latina.
* Jornalista da Redação Nacional da Prensa Latina.
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