quinta-feira, 14 de junho de 2018

Comissão de Ética aplica reprimenda a ex-presidente da EBC por ofensa a Taís Araújo

Órgão da presidência faz "censura ética" a jornalista Laerte Rimoli por compartilhar postagens "discriminatórias" no Dia da Consciência Negra.


A comissão de Ética Pública da presidência decidiu aplicar uma censura ética ao ex-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Laerte Rimoli, por debochar da atriz Taís Araújo em pleno Dia da Consciência Negra, ano passado. Rimoli compartilhou nas redes sociais memes ofensivos à atriz após ela ter divulgado um vídeo onde criticava o racismo na sociedade. “No Brasil, a cor do meu filho faz as pessoas mudarem de calçada”, disse, em referência ao pré-julgamento dos negros apenas pela cor da pele, feito pela polícia, inclusive.

Em uma das montagens compartilhadas pelo ex-presidente da EBC, uma garotinha aparecia fugindo em pânico com a atriz e seu filho ao fundo e a legenda: “quando você percebe que é o filho da Taís Araújo na calçada”. Em novembro do ano passado, a Comissão de Ética da presidência havia pedido esclarecimentos sobre o assunto a Rimoli.

Nesta terça-feira, foi divulgado que três membros da comissão consideraram o conteúdo da postagem discriminatório e afrontoso ao Código de Conduta da Alta Administração Federal. Já outros dois conselheiros avaliaram que a manifestação era humorística, ainda que de mau gosto, mas não caracterizadora de violação ética. Não cabe pedido de revisão ou recurso da decisão. A censura ética é uma espécie de reprimenda da administração pública que fica marcada no currículo do agente público.

Ouvido pela Agência Brasil, o ex-presidente da EBC disse que respeita a decisão do colegiado, mas que a considera exagerada. Informou também que estuda com advogados as medidas cabíveis. Na época, após muitas críticas, Rimoli acabou se desculpando com a atriz e sua família por ter compartilhado “um post inadequado”.


No mês passado, um outro processo contra Rimoli, que analisava suposta restrição de cobertura ao assassinato de Marielle Franco, foi arquivado por decisão unânime do colegiado.

Com informações da Agência Brasil

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