A pedante elite paulistana, me perdoem pelo pleonasmo - acha que
para entender as demandas e a complexidade do nordeste de nosso país basta
vestir um chapéu de franjinhas e posar de forma patética para uma foto com um
fundo de terra seca, quiçá uma cuia nas mãos e umas ovelhas ou um bode a compor
o cenário; a camisa pode ser social, a calça idem, pois no ideário de quem vive
nos shopping centers de São Paulo o chapéu e o cinismo nosso de cada dia é que
transformam um burguês encastelado em um legítimo representante do admirável e
sofrido sertanejo nordestino.
Nem em cem encarnações esses extratos de bosta que usam
perfume francês terão um milímetro da altivez, da dignidade, da graça e da
ternura do brasileiro do nordeste. É preciso dar uma série de surras nessa
gente vomitiva que imagina ter sangue azul; primeiro nas urnas, logo depois
chutando seus focinhos até que cheguem ganindo em Miami, para abanarem seus
rabicós ao primeiro yankee que virem. Antes que me acusem de bairrismo: sou
nascido e criado em Sampa.
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