sexta-feira, 11 de outubro de 2019

O vigoroso socialismo chinês

A passagem do 70º aniversário da Revolução Socialista na China revelou o entusiasmo do povo chinês com os êxitos do sistema inaugurado com a vitória da longa marcha comandada por Mao Tse-tung, em 1949. “De hoje em diante, a China vai se colocar de pé”, anunciou o líder revolucionário. O mundo ainda respirava a atmosfera da vitória da democracia na Segunda Guerra Mundial, mas novas ameaças surgiam no horizonte.


A Nova China, nascida da maior revolução anticolonial do século XX, foi importante também para o equilíbrio de forças na geopolítica do pós-guerra. Logo em seguida, em junho de 1950, com a intervenção norte-americana na península coreana, outro grande conflito começava a se desenvolver na região. À época, o sistema capitalista, já sob a batuta do governo dos Estados Unidos, enfrentava dificuldades para dominar alguns territórios, entre eles a China.

A União Soviética saíra da guerra ainda mais poderosa. Uma série de países da Europa — Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Bulgária, Romênia e Albânia — deixara a órbita das potências capitalistas. Além dos mais de 70 milhões de europeus, 475 milhões de chineses passaram para o campo da democracia popular e do socialismo. Esses acontecimentos eram tidos como obras de uma “conspiração moscovita”.

O mundo capitalista, que se debatia nas garras da crise desde antes do início da Segunda Guerra Mundial, armava-se febrilmente para impedir o avanço do socialismo. O mito-propaganda da “ameaça comunista” trazia de volta velhos chavões que inundaram o mundo pelas ações do nazi-fascismo no entreguerras. A Ásia e a América Latina foram as regiões priorizadas pela política de Washington para impedir o avanço das forças progressistas.

Além do cerco norte-americano — que voltaria a promover uma guerra de grandes proporções na região ao invadir o Vietnã —, a China se deparava com imensos desafios internos. O país enfrentava a constante ameaça externa e precisava de um rápido desenvolvimento. Após um período de ziguezague, com êxitos e revezes no aprendizado da Revolução desbravando um terreno novo, o socialismo com características chinesas chegou ao advento da reforma e abertura, criado por Deng Xiaoping.

O desenvolvimento rápido – essa livrou centenas de milhões de chineses da pobreza e passou por um acelerado ritmo de urbanização, com a superfície urbanizada se elevando de 17,9% para 50% do território nacional – trouxe também contribuição significativa para diferentes regiões do planeta. O país se integrou a várias economias, entre elas o Brasil. Outro fenômeno chinês de grande relevância foi a definição dos princípios de sua política externa, a busca do desenvolvimento pacífico estabelecido no 11º Congresso do Partido Comunista Chinês, de 1978. Hoje, a China tem importante protagonismo no multilateralismo internacional.

A construção da indústria básica e da infraestrutura também foi reforçada, dando suporte crescente ao desenvolvimento econômico e social do país. O salto educacional foi outro ponto relevante, considerado pelos chineses como um dos principais eventos que modernizaram a China nesse período, priorizado pelos camaradas de Mao Tse-tung e Deng Xiaoping que desenvolveram a reforma e a abertura.

Com seu feixe de tradições preservado, a China inventou seu próprio modelo de desenvolvimento, seu próprio estilo de fazer a roda da economia girar, baseado na alta tecnologia e no controle cambial – a razão principal da guerra comercial movida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump –, condição que coloca o país em primeiro lugar no mundo em termos de paridade de compra de sua população. Essa flexibilidade inteligente é um dos aspectos mais notáveis do sistema chinês. Ao mesmo tempo, o país reforça sua posição unitária e as garantias da sua soberania.

O presidente Xi Jinping, discursando no 150º aniversário de nascimento de Sun Yat-sen – o pioneiro da China republicana – em 2016, disse que era promessa solene do povo e da história nunca mais deixar o país ser despedaçado. “Todas as formas de atividades separatistas serão resolutamente opostas por todo o povo chinês", acrescentou. "Nunca permitiremos que qualquer pessoa, organização ou partido político remova uma parte do território da China, sob qualquer forma e em qualquer momento”, enfatizou.

Ao discursar no desfile dos 70 anos da Revolução, o presidente afirmou que “nenhuma força pode parar o progresso do povo chinês e da nação chinesa”. A Nova China, sob a direção do Partido Comunista, emancipou o país e sua população, dando-lhes novo destino, ao mesmo tempo que proporcionou à humanidade um gigantesco salto civilizatório.


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