sábado, 2 de novembro de 2019

Aprendizes do tempo


Cora Coralina, a maior escritora de Goiás, no auto dos seus oitenta e poucos anos nos dizia que o tempo é o grande mestre da escola da vida. Salomão, o sábio rei, dedicou ao tempo o terceiro capítulo de seu livro Eclesiastes, “há para todas as coisas um tempo determinado.”

É através do tempo que acumulamos todas as nossas experiências, é no decorrer dos dias que aprimoramos nossos conhecimentos e é com o tempo que aprendemos coisas novas. O tempo é quem mostra nossos erros, nossas más decisões, ele tem o prazo determinado para nossos arrependimentos e frustrações. O tempo é quem diz se fizemos ou não a boa escolha.

“O tempo é o pai da razão”, assim dizem muitos dos seus sábios alunos. Em certas ocasiões, o tempo nos revela que o ruim não é tão ruim, e o que parecia ouro reluzente não passava de bijuteria que com os dias se desgasta, perdendo todo seu brilho e encanto, mostrando sua verdadeira consistência.

O tempo é nosso adestrador, ele nos pune, nos adverte e deixa às claras nossos erros ou acertos. Há o prazo determinado para prestarmos contas dos nossos atos, o tempo trás o momento certo para a colheita dos frutos das sementes que plantamos.

Bons ou maus ventos dependem de nossas decisões, mas, é o mestre tempo, quem vai mostrar as sortes ou os revezes do que decidimos, cabe a nós a prudência na avaliação. O tempo deixa claro que razão e emoção devem ser observadas e somente os cautelosos se deixam levar pela primeira.

Que possamos tirar bom proveito das lições do tempo, vamos observá-las e seguir o caminho mais curto para nossos objetivos. O tempo nos lapida, nos molda e busca através de suas dicas, fazer com que erremos o mínimo possível.

Devemos ter a prudência de enxergar tudo que o tempo nos evidencia. Com os sentidos da razão, podemos observar tudo que ele tem nos esclarecido, se formos bons alunos, com certeza quebraremos menos nossas caras. Mas que fique claro, bons ou maus tempos dependem muitas vezes de nós mesmos. O tempo revela tudo, vigiai irmãos, vigiai...

Por: Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.

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