terça-feira, 17 de março de 2020

Pesquisadores projetam 478 mil mortes por coronavírus no Brasil

Segundo os pesquisadores, quanto maior a quantidade de idosos em um País, "mais drásticas terão de ser as medidas adotadas".



Um estudo da Universidade de Oxford divulgado pelo The Intercept Brasil nesta segunda (16) acende um alerta vermelho sobre os impactos do coronavírus sobre a população brasileira. A pesquisa projeta que o País poderá alcançar a marca das 478 mil mortes, caso as medidas necessárias para a contenção da doença não sejam tomadas.

O estudo precisa ser visto com cautela, porque ainda não foi revisado por outros pesquisadores nem validado pelos órgãos ou instituições competentes. Mas como se trata de uma pandemia que está para atingir o pico no Brasil dentro de duas semanas, a informação começou a circular na comunidade acadêmica mesmo assim, para despertar debates sobre o que pode e deve ser feito para frear a disseminação do COVID-19.

De acordo com o estudo, o Brasil poderá ter grande número de mortes devido à quantidade de idosos que compõem nossas condições demográficas. Cerca de 2% da população tem mais de 80 anos. O coronavírus tem taxas de mortalidade maiores justamente entre os idosos, sobretudo a partir dos 60 anos.

“Analisando a taxa de mortalidade da doença em diferentes idades e fazendo as projeções para cada população, os pesquisadores chegaram ao cenário de possíveis 478.629 mortos no Brasil”, escreveu o Intercept.

A experiência até agora vista na Europa e na Ásia deixou os pesquisadores à vontade para usar como dado de referência o contágio de pelo menos 40% da população de cada país.

“A pesquisa parte do princípio de que 40% da população de cada país será infectada pelo novo coronavírus. A porcentagem é baseada em uma outra pesquisa, da Universidade de Harvard, nos EUA, que afirma que a proporção de contaminados em escala global será de 40% a 70%. É uma premissa razoável, considerando que especialistas indicam que a Alemanha, com pouco mais de um terço do número de contaminados, na Itália, atual epicentro da pandemia, terá até 70% de seus habitantes infectados.”

Na manhã desta segunda (16), o GGN repercutiu reportagem da Folha de S. Paulo que estimava que se 10% da população brasileira tiver coronavírus, o impacto para o SUS será de R$ 9 bilhões, apenas com gastos de UTI. O valor já é quase o dobro da verba de R$ 5 bilhões que o governo Bolsonaro pretende destinar para essa crise na saúde pública.

Segundo os pesquisadores, quanto maior a quantidade de idosos em um País, “mais drásticas terão de ser as medidas adotadas.”


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