quinta-feira, 23 de julho de 2020

Governo propõe reforma tributária tímida sem taxar grandes fortunas

Liderança da Minoria na Câmara dos Deputados diz que não se pode desconsiderar uma proposta “justa, solidária e sustentável.”


O ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou ao Congresso nesta terça-feira (21) a proposta do governo Bolsonaro para a reforma tributária que tem como ponto central a unificação do PIS e Confins com a criação do novo tributo chamado CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).  Com a alíquota de 12%, a contribuição foi muito criticada por representar aumento de carga tributária.

No Congresso, parlamentares da oposição consideraram a proposta tímida e não toca em pontos considerados fundamentais como a taxação de grandes fortunas e a divisão de lucros e dividendos. A principal crítica é que simplificar impostos não é suficiente. Há necessidade de reduzir as desigualdades no país.

Em nota, a liderança da Minoria na Câmara dos Deputados diz que não se pode desconsiderar uma proposta “justa, solidária e sustentável”. Além da taxação dos mais ricos, os parlamentares do bloco defendem a unificação de tributos e das alíquotas do ICMS. Para o líder José Guimarães (PT-CE), o projeto de Guedes é insuficiente para enfrentar a crise.

“Essa reforma tributária de Guedes é uma piada! Ricos pagarão menos impostos com essa alíquota de 20% do IR para todos. Em vez disso, ele deveria elevar as alíquotas máximas sobre rendas maiores, taxar iates e jatinhos e os milionários”, disse a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT.

O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), defendeu uma reforma tributária com base em três pilares: simplificação, progressividade e sustentabilidade. “A tímida proposta entregue hoje pelo governo mal contempla o primeiro pilar. Cabe agora ao Congresso assumir o protagonismo desse debate tão urgente”, disse.

“Guedes entregou à Câmara uma reforma tributária em plena pandemia. O que importa MESMO não é feito, que é taxar as GRANDES fortunas para garantir uma renda básica ampla. O ministro que propôs R$200 de auxílio emergencial faz apenas o que interessa aos bancos, não ao povo”, publicou no Twitter a líder do PSOL na Câmara, Fernanda Melchionna (RS).


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