terça-feira, 4 de agosto de 2020

Dobra número de países com recorde diários de infecções por coronavírus na semana passada, provocando recuos nas quarentenas e restrições a viajantes de muitos países .


Por Cézar Xavier

Na sexta-feira (24), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo registrou quase 300 mil novos casos em um único dia, um recorde.

A alta foi puxada por Estados Unidos (67 mil), Índia (48 mil) e Brasil (48 mil), que responderam por quase a metade das novas infecções.

No mundo, já são mais de 16,6 milhões de casos confirmados de covid-19 e 655 mil mortes.


Há três semanas, países que relatam aumentos diários no coronavírus eram sete. Esse número subiu para 13 na semana seguinte, depois para 20 na semana passada e 37 nesta semana.

O número de casos vem aumentando em países como México, Austrália, Japão, Hong Kong, Bolívia, Sudão, Etiópia, Bulgária, Bélgica, Uzbequistão e Israel, entre outros.

No Brasil, o número de novas infecções por dia atingiu um pico de 45.665 no sábado, considerando a média dos sete dias anteriores. Na semana anterior, esse número era aproximadamente 30% menor, 33.573.

Muitos países, especialmente aqueles onde as autoridades flexibilizaram as regras de distanciamento social, estão enfrentando o que seria uma segunda onda de infecções, mais de um mês após registrar a primeira.

Subnotificação

Especialistas dizem acreditar que o número verdadeiro de casos confirmados e mortes é muito maior, principalmente devido à subnotificação.

No caso brasileiro, eles afirmam que a falta de testagem em massa impede que esses números sejam conhecidos, além de atrapalhar a formulação de políticas públicas.

Sem a realização de testes em larga escala, infectados que não tenham sintomas, os chamados “assintomáticos”, podem continuar espalhando o vírus, dificultando seu controle.

Os Estados Unidos continuam no topo da lista de casos. O país superou 4 milhões de casos e registrou mais de mil mortes por quatro dias consecutivos. O Brasil e a Índia – que , segundo epidemiologistas, ainda não atingiram o pico da doença – também já superaram 1 milhão de casos.

Apenas a América Latina responde agora por 45% das mortes por covid-19 em todo o mundo.

Em vários países, após a flexibilização da quarentena, com o aumento de casos, voltaram a enrijecer o confinamento e exigir uso de máscara. Outros passaram a restringir acesso de viajantes de outros países. O recuo é observado em cidades da Austrália e Alemanha.

Na Europa como um todo, a maior circulação de turistas por causa das férias de verão também acendeu o alerta entre as autoridades de saúde. Reconfinamentos e restrições estão ocorrendo em regiões praianas da Espanha. Restrições a viajantes que vêm de países onde a pandemia está descontrolada ocorrem no Reino Unido, Noruega, Bélgica, Itália e França.

Já a Alemanha informou que implementará testes obrigatórios para turistas que retornam de destinos de alto risco após as infecções atingirem um recorde em dois meses.

A maior preocupação é o contágio entre os jovens, uma vez que eles se reúnem à noite em grandes grupos nas cidades, em praias e casas noturnas.

Segundo a prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, os níveis de hospitalização até outubro podem exceder os registrados em junho, o auge da pandemia.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, que anunciou a retomada dos voos internacionais em 1º de agosto, convocou autoridades para uma reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir o aumento de casos.

No Oriente Médio, Omã impôs novas restrições que começaram no sábado, além de um confinamento de duas semanas que coincidirá com a festa sagrada de Eid al-Adha, depois de relatar um número recorde de casos.

Abaixo, tabela com os países que reúnem a maior parte dos casos diários de contágio, na última sexta-feira (24), com as pioras em vermelho, estabilidade em amarelo e quedas em verde:





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