terça-feira, 6 de abril de 2021

Personalidades latinas rejeitam interferência da OEA na Bolívia

 

Importantes personalidades latino-americanas, entre as quais vários ex-presidentes, expressam hoje sua preocupação pela ingerência do Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, na Bolívia e rejeitam a ingerência nos assuntos internos desse país.

Em nota publicada na Internet, cerca de 30 personalidades da região declararam que as recentes declarações de Almagro abriram um precedente perigoso para uma organização criada com o objetivo de buscar consensos, promover o diálogo interamericano e a solução pacífica de controvérsias no hemisfério.

Nessas declarações, o Secretário-Geral da OEA manifesta ingerência nos assuntos internos da Bolívia ao propor, entre outras coisas, a criação de uma comissão internacional para investigar supostas alegações de corrupção e reformar o Sistema de Justiça, afirma o texto.

Essas declarações excedem em muito sua missão como Secretário-Geral do órgão regional e ignoram o funcionamento do sistema interamericano, diz o comunicado assinado pelos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luís Inácio Lula da Silva (Brasil), Rafael Correa (Equador) e José Mujica (Uruguai).

Os signatários solicitaram a Almagro que se abstenha de fazer pronunciamentos unilaterais envolvendo todos os membros da organização, sem respeitar o caráter colegiado de seu mandato e que não intervenha nos assuntos internos dos Estados-membros da OEA.

Depois de rejeitar a nova manobra contra um governo eleito democraticamente como o boliviano, também solicitaram aos Estados-membros da OEA que repudiassem esse tipo de ação que prejudica a democracia latino-americana e caribenha, põe em risco a coexistência pacífica e viola a soberania dos Estados independentes.

'Ao mesmo tempo, ratificamos a importância do respeito à soberania e autodeterminação dos povos, fundamental para a convivência pacífica entre os Estados, no marco dos princípios do Direito Internacional e da Carta do, acrescenta o texto.

Finalmente, expressaram sua preocupação com as recentes declarações do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, que desconhece a recuperação institucional democrática e intervém em assuntos específicos dos bolivianos.

O documento inclui 12 ex-presidentes, oito ex-chanceleres e personalidades como Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, e Oscar Laborde, presidente do Observatório da Democracia do Parlamento do Mercosul, além de vários legisladores.

Via – Prensa Latina


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