segunda-feira, 10 de maio de 2021

A teoria e a prática

 


Um abismo separa os extremos teoria e prática. É peculiar nos jovens, nos imaturos, iniciantes e neófitos o planejar algo mirabolante, o pensar em fazer e acontecer antes de realmente ter acontecido, é uma realidade indiscutível, visível e própria dos que se julgam mais capazes que os outros.

Os iniciantes, os que planejam ser determinada coisa, muitas vezes elaboram acontecimentos miraculosos, esta é a fantasia dos primários, dos calouros, que tem a gana de mostrar serviço e convencer a si e aos demais que querer é poder, é ser melhor.

Se esquecem, porém os imaturos, das condições adversas, dos contra-tempos, dos obstáculos que muitas vezes freiam, impossibilitam e os tornam incapazes de realizar suas ações. É quando os iniciantes se dão conta que o planejar não é só contar com os fatores positivos, mas estarem cientes que as negatividades estão para os planos tal qual ou em maior medida estão os fatores positivos.

Na pratica, porém, é irremediável, virá a frustração, onde o despertar obriga o sonhador colocar os pés no chão, onde se reconhece que a fantasia e a realidade caminham separadas, é quando o sonhador se dá conta que fatalmente muito dos seus planos jamais serão concretizados.

Costuma-se opinar, criticar, apresentar soluções sem conhecimento de causa. Esquecem-se os leigos que somente quem palmilhou determinado caminho sentem e conhecem as dores nos pés que o caminhar proporciona.

Certa vez um ancião disse a um mancebo:

- “Quando eu era jovem, sonhava em tocar fogo no mundo”.

- E o que aconteceu? (perguntou o jovem ao velho)

- A vida me levou os fósforos”. (respondeu-lhe o velho).

Assim acontece com os iniciantes, com jovens, com os recém chegados. Eles planejam, sonham com a mudança, porém quando se dão conta da realidade, percebem que na prática quase nada do que se imaginou se concretiza. Nestes casos, colhe-se como frutos a decepção e o não atendimento as expectativas.

É preciso cautela, pois teoria e prática fatalmente se divergem.

Mateus Brandão de Souza.

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