terça-feira, 8 de junho de 2021

Há os que pensam que são os únicos salvos

 


“Eu que já andei por todas as religiões, filosofias, políticas e lutas, desde os nove anos de idade eu já desconfiava da verdade absoluta”. (Raul Seixas).

Existe um conceituado número de fanáticos e religiosos de determinadas seitas ou agremiações, que se julgam propriedades exclusivas de Deus e por assim pensarem, tornam-se ao mesmo tempo, proprietários do Deus altíssimo.

São pessoas que interpretam Deus ou a bíblia à sua maneira, e desta forma, passam aos seus fiéis subordinados este “entendimento” como sendo um conhecimento condizente com a verdade pura, absoluta e santa que conduz as almas à salvação eterna.

Após isto, apagam ou fecham suas mentes para debates dentro da razão e não dão importância para conceitos que são contrários ao modo com que estes vêem Deus e o mundo, e assim, julgam-se detentores da verdade incontestável.

Tais fanáticos fazem Deus à sua maneira e de uma forma inversa à santificação, eles se tornam separatistas, presunçosos, petulantes, preconceituosos e em casos mais extremos, raivosos e por assim procederem, acabam sendo periculosos.

As mentes dos fanáticos religiosos estão fechadas para as diferenças de opiniões e conceitos, erroneamente, não dão condições para um debate lógico e por serem tão combatentes e hostis aos pensamentos contrários aos seus, eles satanizam qualquer outra ótica que discorde e se diferencie de suas supostas verdades absolutas.

Os religiosos extremistas, são de certa maneira tão fechados para as diferenças de pensamento, preocupam-se tanto em viver, segundo eles, de acordo com a vontade de Deus, que não se dão conta que a maneira pela qual procedem é fatalmente contrária ao que ensinava o Cristo.

Por exemplo: Os fanáticos são exclusivistas, só o grupo deles é digno de salvação, são preconceituosos, abominam determinadas e inevitáveis diferenças sociais, são excludentes, vêem maldade em tudo que não esteja à risca da cartilha imposta por seus líderes, esquecem-se os fanáticos que seus líderes, são tão vulneráveis ao erro como qualquer outro mortal.

Ao que lemos e sabemos, o Cristo em pessoa combateu a desunião social, a religião por sua vez, separa os homens, Cristo, o unigênito de Deus, disse aos pecadores que ele era o único caminho e suficiente salvador de todas as almas. Determinadas religiões, portanto, querem fazer-se complementos de salvação, no entanto, em uma ótica acurada, percebemos que algumas religiões, afirmam que só o Cristo não basta, é preciso também, passar pelo crivo deste ou daquele pensamento ou norma que rege esta ou aquela religião.

São tamanhos os absurdos apontados como doutrinas e verdades irrefutáveis pelos fanáticos religiosos que se auto-proclamam propriedades e proprietários de Deus, que num olhar contestador sobre suas supostas verdades, percebemos que eles sem se dar conta, anulam em partes o sacrifício do Cristo na cruz, pois de acordo com o que afirmam, é preciso além de Jesus, obedecer o que rege estes grupos, não querem perceber os fiéis, que tudo isso é apenas o ponto de vista dos criadores destas determinadas religiões, pois assim eles entenderam como verdade.

Para muitas pessoas de diferentes religiões, se um mortal finar-se fora de suas dependências, ele estará proporcionando para a sua alma, a maior desventura que se possa imaginar, a ida direta para o fogo eterno.

O que fazer com os que pensam que são os únicos que irão para o céu? O que fazer com estes tantos petulantes que se intitulam sabedores da verdade? Como conviver com estes semeadores da discórdia e do preconceito esbravejando em seus altares e púlpitos?

Não é nada fácil para as mentes questionadoras a convivência com estes pernósticos que tentam impor suas verdades “absolutas e incontestáveis”. São muitos os fanáticos, eles se proliferam juntamente com suas religiões, os que pensam que detêm a verdade já são legiões, e enquanto houver estes conceitos exclusivistas e separatistas, a religião será a principal causa de divisão e separação do homem pelo próprio homem.

Mateus Brandão de Souza, Graduado em História pela FAFIPA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário