segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

As frô de Puxinanã


 Por Zé da Luz

Três muié ou três irmã,

Três cachôrra da mulesta,

Eu vi num dia de festa,

No lugar Puxinanã.

 

A mais véia, a mais ribusta

Era mermo uma tentação!

Mimosa frô do sertão

Que o povo chamava Ogusta.

 

A segunda, a Guléimina,

Tinha uns ói qui ô! mardição!

Matava quarqué cristão

Os oiá déssa minina.

 

Os ói dela paricia

Duas istrêla tremeno,

Se apagano e se acendeno

Em noite de ventania.

 

A tercêra era Maroca.

De cóipo muito mal feito,

Mas porém tinha nos peito

Dois cuscuz de mandioca.

 

Dois cuscuz, que, por capricho,

Quando ela passou por eu,

Minhas venta se acendeu

Cum o chêro vindo dos bicho.

 

Eu inté me atrapaiava,

Sem sabê das três irmã

Qui ei vi im Puxinanã,

Qual era a qui mi agradava.

 

Inscuiendo a minha cruz

Prá sair desse imbaraço,

Desejei morrê nos braços

Da dona dos dois cuscuz.

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