terça-feira, 22 de março de 2022

Nós combinamos!

 


Alguém o questiona:

- Está feliz?

Responde ele sorridente:

- Sim. Estou!

Agora o menino que era tão sincero deu pra mentir. Só observo. Quem o puxara conversa sai à francesa... Ele fica sério mais uma vez. Pergunto-me: Por que ele mente para si mesmo? Não vejo resposta, o pergunto:

- Está tudo bem?

- Sim, está!

- Não parece!

- Oras, por quê?

- Porque sim. Por que mentiu?

- Eu menti? Quando?

- Agora mesmo, para aquele sujeito que saiu sem se despedir.

- Não menti, não! Por que você diz isso? Deu para beber agora?

- Não, não bebi, bêbados não vêem a realidade.

- E você vê?

- Sim, principalmente quando as pessoas metem tão mal quanto você!

Ele balançou a cabeça num gesto de indecisão e me perguntou:

- Você está muito ocupado?

E foi assim que nossa amizade começou. Eu o ouvi atenciosamente tudo que se passava e por um momento tive vontade de abraçá-lo e apertá-lo fortemente.

Era amizade, a mais sincera, eu sei. Tinha a pureza dos anjos e uma maturidade incrível. Fui logo dando palpites, palpites não, opiniões, seus problemas eram tão confusos, mas não media esforços para ajudá-lo e ojudei muito, quase tudo tinha uma diquinha minha. Um dia ele olhou profundamente em meus olhos e disse:

- Eu encontro minhas respostas em você! Não sei mais o que seria de mim sem você por perto.

Eu, meio grato, meio envaidecido, meio envergonhado o respondo num tom vermelho:

- E a minha melhor ocupação é te ajudar, meu maior prazer é mostrar-te o caminho. Se te faço feliz, saiba, eu reflito você!

Daquele dia em diante eu sabia que seríamos eternos e que a melhor parte de mim seria para fazê-lo sorrir.

Meu nome? Tempo, e o dele, Amor.

Dandhara Jordana.

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