sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Morales propõe julgamento de Obama por crimes contra a humanidade

O presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs nesta quarta-feira (25), diante da 68ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a criação de um “tribunal dos povos” com o apoio de organismos internacionais para levar a julgamento o mandatário dos Estados Unidos, Barack Obama, por delitos contra a humanidade. 


“É preciso constituir um tribunal dos povos com organismos internacionais e grandes defensores dos direitos humanos para começar uma demanda contra o governo de Obama”, declarou o chefe de Estado boliviano em sua participação.

Morales assegurou que, entre outros motivos, é preciso julgar o presidente norte-americano pelos delitos contra humanidade e reforçou seu argumento dizendo: “sigo convencido de que por trás de qualquer guerra de intervenção, o que fazem (os EUA) é se apropriar de nossos recursos naturais”.

O mandatário acusou o governo estadunidense de financiar o terrorismo. “Devemos processar os atos de terrorismo internacional, o financiamento do terrorismo, o confronto armado e os adversários", disse ele, que condenou também a espionagem dos EUA. “Como podem falar de democracia quando os serviços de espionagem violam os direitos humanos, não só dos governos anti-imperialistas, mas dos próprios aliados, dos cidadãos e até da ONU?”, questionou.

Morales respaldou ainda o mandatário venezuelano, Nicolás Maduro, pelo suposto bloqueio aéreo em Porto Rico, e criticou a posição militar norte-americana.

“Aqui não pode existir um dono do mundo”, insistiu ele, que afirmou ainda que a segurança norte-americana e a luta contra o terrorismo não podem se converter em pretexto para intervenções militares.

Para o mandatário, “o terrorismo não se combate com medidas unilaterais, mas com política social, tolerância religiosa, mais democracia, mais igualdade e educação”.

Em seu discurso, o presidente boliviano comentou a postura de Obama: “Me chamou a atenção o que disse quando assumiu o poder – que havia sido eleito para acabar com as guerras”. Morales confessou ainda o seu desencanto com a postura imperialista assumida por seu homônimo estadunidense: “agora estamos vendo todo o contrário, isso porque o prêmio Nobel da Paz no fundo é o prêmio ‘Nobel da Guerra’”.

Théa Rodrigues, da redação do Portal Vermelho,
Com informações do jornal La Razón

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