terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Martín Almada: Venezuela e o voo do Condor na América Latina

"O que acontece na Venezuela mostra que o Condor segue voando na América Latina e temos que cortar suas asas a tempo", declarou o Prêmio Nobel Alternativo da Paz e membro do Comitê Executivo da Associação Americana de Juristas (AAJ), Martín Almada a Arnaldo Perez Guerra no blog Periodismo Internacional Alternativo.

Operação Condor contou com a participação dos governos de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai| Charge do Latuff

Reconhecido por ter descoberto os documentos que provam a existência de arquivos secretos parte de um acordo internacional entre ditadores latino-americanos, Almada descreve a Operação Condor como sendo uma “grande base de dados de ‘subversivos’ para sequestra-los ou abatê-los onde se encontrassem”. 

Tal operação nasceu durante o governo do ditador Augusto Pinochet nos anos 1970. De acordo com o intelectual paraguaio, os golpistas “foram formados na Escola das Américas (SOA) na zona do Canal do Panamá. Mais de 80 mil terroristas foram treinados nesta escola pelos Estados Unidos”.

Ele lembrou ainda que o golpe no Chile, perpetrado contra Salvador Allende em 11 de setembro de 1973, “foi o resultado da decisão de grupos monopolistas do país, associados com o capital financeiro internacional com o propósito de frear o auge das lutas populares ascendentes no Cone Sul da América Latina”.


“Era de ‘conhecimento comum’ no Paraguai que a greve de caminhoneiros contra Allende foi financiada pela CIA através do adido militar paraguaio em Santiago do Chile… O que está acontecendo hoje na Venezuela?”, compara para ressaltar que “Washington ataca o governo mais democrático da América Latina”.

O diplomata estadunidense, que teria influenciado o golpe de Estado no Chile e no Uruguai, Henry Kissinger, afirmava que Allende realizava um “governo irresponsável” e que por isso, “tinha que ser disciplinado. Obama também quer disciplinar hoje o governo venezuelano. Tanto Hugo Chávez como Nicolás Maduro se comprometeram: 'nunca mais morte, tortura, desaparecimento forçado, impunidade, exclusão social, pobreza, miséria e o atraso, resultado de décadas de entrega de nossa riqueza ao capitalismo financeiro voraz e incontrolável'. Nenhum soldado venezuelano é hoje enviado à Escola das Américas, que segue funcionando nos Estados Unidos, na Geórgia, com outro nome…".

"Só a luta, a mobilização e a denúncia permanente e valente, a solidariedade e o compromisso entre os irmãos latino-americanos nos levará a superar a agressão do império através de sua guerra midiática. A Venezuela tem que convocar de maneira urgente as autoridades da Celac [Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos] e da Unasul [União das Nações Sul-Americanas] para denunciar e frear esta conspiração típica da época da Operação Condor… O Condor segue voando e temos que cortar suas asas a tempo", conclui o pacifista.


Da Redação do Portal Vermelho,
com informações do blog Periodismo Internacional Alternativo.

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