sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Por que tomei partido:

Por Gabriel Palma

Procurei não me manifestar durante o segundo turno, mas definitivamente não gosto de muros, muito menos de ficar em cima deles. Procurei avaliar com discernimento e escolher o lado do muro que está mais de acordo com o que espero da vida e do meu país. Comparei os dois partidos, e os dois candidatos antes de chegar a minha conclusão.

É claro que o país precisa melhorar e muito, mas já estivemos em situação muito pior.
Seria muito fácil simplesmente ser oposição, ir de acordo com as “modinhas”, com as notícias que a revista marrom e a Rede Globo injetam na nossa juventude, mas nunca gostei de ser igual a maioria. Pelo menos na internet e no Paraná, me parece a maioria. Entre essa maioria, o ódio e a falta de argumentos são eminentes.

Seria muito fácil votar no PSDB e falar mal do PT, quando tenho meu Iphone e internet a vontade para publicar minha indignação com o governo atual nas redes sociais, muito simples criticar o Bolsa Família, afinal eu não dependo dela, aliás para ser bem sincero, qual o motivo para me importar se o povo do nordeste está passando fome?! Se quando chego em casa posso me dar o luxo de escolher um delivery, ou preparar meus alimentos orgânicos para compor minha dieta “detox”, sem glúten e sem lactose. Claro, o verão chegou e preciso intensificar o treino na academia para estar com o corpo em dia para, enfim, curtir o fim de semana no litoral com os amigos e postar no Instagram. Pra que perder meu tempo para vasculhar o que o PSDB fez, ou deixou de fazer pelo nordeste na época em que esteve no poder?! Se preciso comprar aquela calça da Calvin Klein, para impressionar na balada que vai rolar na próxima terça-feira numa fazenda de algum milionário.

Essa xenofobia escancarada que vai contra tudo que defendo e sou, que ataca o povo nordestino que é o meu povo também. Meu saudoso avô, e meu pai saíram do Ceará; E posso lhes afirmar meus “queridos”: Eles não são burros, aliás eles são exemplos de inteligência e caráter para mim. No Ceará a falta de água e a seca nada tinham a ver com o governante que o povo de São Paulo escolheu por mais quatro anos, por exemplo.

A única coisa que sinto saudades dos anos 90 é do bom e velho Rock and Roll, passei por problemas de saúde, e devido à alta inflação e ao baixo acesso a saúde, meu pai precisou vender o carro da família conquistado com muito suor, precisamos de rifas e claro muitas orações pra eu conseguir a cirurgia. Eu me sentia culpado por ter feito minha família gastar tanto naquela época, a cabeça de um menino não entende o que acontece no país. Hoje eu vejo que tudo era mais difícil.

Não posso ir contra um governo que tirou 40 milhões de brasileiros da fome; Um governo que construiu 18 novas universidades federais e 500 institutos federais; Um governo que, com suas intervenções na economia, possibilitou que o trabalhador trocasse de carro e pudesse viajar de avião; Governo em que os pobres têm dinheiro na mão, gastam no comércio local, geram emprego, renda, produção, enquanto deixam os filhos com as vacinas em dia e na escola, aprendendo; Há doze anos os juros vem baixando e não pedimos empréstimos para o FMI, aliás pagamos a dívida que o governo anterior criou; Este governo fortaleceu o Mercosul e foi solidário para com os povos africanos; Este governo tem um salário mínimo 200% maior; Este governo baixou a taxa de desemprego para 5%; Neste governo, a crise econômica mundial não desempregou o povo.

Eu tenho a esperança clara da reforma política, valorizo a comida na boca de um povo que, pela primeira vez na história, saiu do linha da fome. Mas não saiu nos jornais.

Valorizo a assinatura na carteira de trabalho da empregada doméstica. Que agora pode até ver sua filha cursando a mesma faculdade que o filho do patrão.

Valorizo o auxílio que a mãe recebe para alimentar o filho. E garantir o mínimo de cidadania e dignidade.
Valorizo a inflação controlada e a economia firme, durante um terremoto econômico mundial, a desigualdade atingindo os menores índices da história do Brasil.

Valorizo o sono da primeira criança da família a dormir num quarto de verdade, o churrasco de domingo com os vizinhos, que agora também puderam financiar a sua casa e ter um lar.

O primeiro diploma de cada família, que nunca antes sequer tinha pisado em uma universidade.
Valorizo o pai e a mãe de família que puderam ter uma casa, através do maior programa habitacional do país.


Sou pobre, filho e neto de nordestinos, filho do Brasil, sonhador, realista, sou 13!

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