quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A disputa pelo segundo lugar na campanha eleitoral argentina

Buenos Ayres - Os candidatos opositores Mauricio Macri, da aliança de direita Mudemos, e Sergio Massa, da coalizão Uma Nova Alternativa (UNA), estão hoje concentrados em uma disputa pelo segundo lugar na corrida eleitoral argentina.


Ambos reorientaram suas respectivas campanhas nos últimos dias, se atacando mutuamente, a fim de conseguir uma vaga para disputar no segundo turno com o candidato da Frente para a Vitória (FpV), Daniel Scioli, quem será o próximo presidente da Argentina, caso isso não se defina nas eleições de 25 de outubro.

Macri e Massa tentam conquistar, antes do domingo 25, o que chamam de voto útil de oposição com a esperança de que quem conseguir force assim o segundo turno do dia 22 de novembro e receba então toda a massa eleitoral opositora.

De acordo com as últimas pesquisas, Scioli oscila entre 38,5 e 41 por cento; Macri caiu para 26,5-28 por cento; enquanto Massa, que conseguiu superar a barreira dos 20 por cento, tem se aproximado e um estudo da Poliarquía ontem à noite lhe dava 24 pontos percentuais.

Conforme a Lei Eleitoral, para que um candidato ganhe no dia 25 de outubro, deve obter um mínimo de 40 por cento da votação com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo lugar, ou conseguir 45 ou mais sem importar a diferença com seus adversários.

Por isso a disputa pelo segundo lugar vai se intensificando, na medida em que se aproxima o dia zero para a vida política argentina, entre o conservador Macri e Massa, que se identifica como peronista e arrastou para sua Frente Renovadora a porção do peronismo oposto ao kirchnerismo.

Na disputa eleitoral há outros três candidatos: Margarita Stoltbizer, da Frente Progressista; Nicolás do Caño, da trotskista Frente de Esquerda, e o também peronista dissidente Adolfo Rodríguez Saá, de Compromisso Federal. Os três juntos somam entre nove e 11 por cento, segundo a pesquisa.

Para captar o "voto útil", Macri circulou no domingo uma carta pelas redes sociais conclamando os eleitores de cada um dos candidatos de oposição a se unirem e lhe darem os votos necessários para chegar ao segundo turno e conseguir tirar a FpV do governo.

Em declarações na segunda-feira à ultraconservadora Rádio Mitre, insistiu no pedido e disse que "a esta altura, está claro" que seu adversário da UNA (Massa) "não tem possibilidades de ir ao segundo turno".

Não demorou para o deputado nacional respondê-lo afirmando que o único que pode derrotar Scioli no segundo turno é ele, suposição que faz a partir de sua linha peronista, e o desafiou a um debate.

"Eu sou dos que acredita que a melhor forma de resolver isso é em um debate", disparou Massa e desafiou o candidato da Mudemos para debater diante das câmeras de televisão no domingo.

"A Argentina precisa do voto inteligente e que as pessoas possam eleger de acordo com suas convicções e com as propostas de cada candidato", argumentou o aspirante da UNA.

Enquanto isso, Scioli, embora lidere a disputa, não tira o pé do acelerador de sua campanha e em declarações à imprensa disse que quer "convocar o verdadeiro voto útil que está a favor do país", chamando os cidadãos a definir a eleição nacional para "o previsível, o confiável, o voto seguro que garante a etapa do desenvolvimento argentino".

O candidato da FpV sabe que precisa captar o voto dos eleitores que ainda estão indecisos e aumentar ao menos dois ou três pontos na contagem das pesquisas, para assim assegurar a vitória no dia 25 de outubro, para evitar um segundo turno que a partir de agora seria complexo para ele.

Como parte de seu intenso programa político, Scioli terá nesta terça-feira encontros com os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, e do Brasil, Dilma Rousseff, em busca de aprofundar as relações bilaterais e fortalecer face ao futuro uma agenda de maior integração ao mesmo tempo em que destaca sua imagem internacional.

Primeiro viajará a Montevidéu, onde o receberá Vázquez, e depois a Brasília para se encontrar com Rousseff.

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