sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Ernesto Che Guevara: uma presença permanente no povo sírio

O espírito do legendário guerrilheiro Ernesto Che Guevara está presente hoje no povo sírio, mais que nunca, que ergue sua imagem guerreira como estandarte nos 48 anos de sua queda em combate em terras bolivianas.


A imagem de Che Guevara pode ser vista aqui em muitos lugares, desde um quadro pendurado na sala de uma casa, até no pescoço dos combatentes sírios, que o levam como amuleto na hora de enfrentar o terrorismo que o imperialismo alimenta e paga.

Para os sírios, Che, como o batizaram carinhosamente os cubanos, é um ícone da resistência e da luta, reforçado ainda mais nestes tempos de agressão, em que as trincheiras se converteram em sinônimo de sobrevivência.

Ainda se recorda a presença do comandante guerrilheiro – argentino de nascimento e cubano por convicção – nestas terras do Levante, onde chegou há 56 anos como embaixador da Revolução cubana, em um percurso que o levou por vários países do mundo árabe.

Em junho de 1959, visitou a Síria, um encontro histórico que lhe permitiu conhecer, em primeira mão, a realidade desta parte do mundo, que nesse momento já anunciava seus desejos de independência política e soberana, frente à voracidade do poder hegemônico neocolonialista.

Na Síria, Che se reuniu com Shukri al-Quwatli, então presidente deste país levantino, que o acolheu como mensageiro de uma nascente revolução libertadora, portador de uma mensagem de paz, irmandade e solidariedade, que perdura até nossos dias.

Em Damasco, o comandante Ernesto Guevara visitou lugares simbólicos e de interesse histórico como a grande mesquita dos Omeyas, uma das maiores e mais antigas do mundo, conceituada como o quarto lugar mais sagrado do Islã.

Também visitou o túmulo onde repousam os restos mortais do grande Saladino (Al-Nasir Salah ad-Din Yusuf ibn Ayyub) e conheceu em primeira mão as heroicas lendas que narram os milenares esforços de luta contra os usurpadores estrangeiros.

Dessa viagem histórica de Che às terras árabes, ficou fundada uma irmandade indestrutível com a ilha caribenha, e constituiu pedra angular para o fortalecimento da amizade e das relações entre a América Latina e esta parte do mundo.

Em sua passagem pelo Oriente Médio se encontrou com grandes personalidades, portadores dos pensamentos mais avançados de sua época. Conheceu os líderes nacionalistas Gamal Abdel Nasser, do Egito, e Jawaharlal Nehru, da Índia, país em onde prestou posterior homenagem a Mahatma Gandhi.

Em um artigo publicado na revista Verde Oliva, em 5 de outubro de 1959, Che reconhecia um grau superior de desenvolvimento entre o povo sírio, “com uma cultura geral muito avançada e com uma classe média desenvolvida, com tendência ao comércio”.

Mais de meio século depois, seu espírito continua vivo nas ruas e no povo deste país, que agora o recorda e se agarra ao seu legado, fazendo da resistência e do combate as melhores armas para salvar a Pátria.

Fonte: Prensa Latina

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