O papa Francisco, de 78 anos, estaria com um tumor benigno
no cérebro, de acordo com uma reportagem publicada nesta quarta-feira (21) pelo
jornal italiano Quotidiano Nazionale.
Segundo o jornal, o papa foi diagnosticado com uma mancha
escura no cérebro e está sendo assistido pelo médico japonês especialista em
tumores e aneurismas Takanori Fukushima, da Duke University Medical Center, nos
Estados Unidos. De acordo com a notícia, o médico descartou a necessidade de
uma intervenção cirúrgica, dizendo que o câncer pode ser curado com
tratamentos.
O Vaticano desmentiu a notícia e a considerou
"gravemente irresponsável". "O papa está desenvolvendo, como
sempre, sua atividade intensiva. A difusão da notícia é infundada e gravemente
irresponsável. Não merece atenção", disse o porta-voz da Santa Sé, padre
Federico Lombardi.
Mais tarde, o porta-voz desmentiu, pela segunda vez, a
notícia de que Francisco estaria com um tumor cerebral benigno. "Confirmo
completamente a declaração que já dei. Faço isso depois de verificar a
informação com fontes confiáveis, inclusive o papa", afirmou Lombardi.
"Nenhum médico japonês veio visitar o papa no Vaticano e não foram feitos
exames", concluiu.
De acordo com apuração da Ansa, Fukushima esteve na Itália
no fim de janeiro, provavelmente para atender o pontífice. Na ocasião, um
helicóptero oficial da Santa Sé com especialistas em câncer teria partido da
clínica San Rossore, perto de Pisa, com destino ao Vaticano.
Lombardi negou que um helicóptero tenha pousado no Vaticano
com médicos e especialistas. "Posso confirmar que o papa goza de boa
saúde", declarou o porta-voz. "Reafirmo que a publicação da notícia é
um grave ato de irresponsabilidade, absolutamente injustificado."
Em um editorial publicado ao lado da notícia principal sobre
o suposto tumor de Francisco, o diretor do jornal, Andrea Cangini, confirmou a
informação e explicou que o diário demorou para divulgar o fato para,
justamente, garantir sua veracidade.
"Desmentir a notícia é uma atitude compreensível e já
era esperada. Demoramos para publicar a notícia para podermos verificar todo o
caso. Não temos a menor dúvida. Nós nos questionamos seriamente se deveríamos
publicá-la e concluímos que aquilo que vale para um chefe de Estado ou de
Governo, vale também para o papa. A enorme responsabilidade pública que essas personalidades
carregam nos leva a acreditar que o direito à privacidade é menos importante
que o direito da opinião pública de ser informada", argumentou Cangini.
Nesta quarta-feira, Francisco celebrou a tradicional
audiência geral na Praça São Pedro, no Vaticano, para cerca de 30 mil pessoas.
Coincidentemente, o pontífice citou um de seus antecessores,
João Paulo II, e destacou que é necessário "carregar com alegria a cruz da
doença". "Caros jovens, que o testemunho de vida [de João Paulo II]
seja um exemplo para os seus caminhos. Caros enfermos, carreguem com alegria a
cruz do sofrimento, como ele nos ensinou", afirmou o líder da Igreja
Católica, referindo-se a João Paulo II, que sofreu durante anos com problemas
de saúde, quedas e uma tentativa de assassinato.
Francisco não se referia, entretanto, a seu próprio estado
de saúde. O papa leu um texto que havia sido preparado anteriormente para a
audiência, por ocasião do dia da memória litúrgica de João Paulo II, primeiro
papa polonês, canonizado em abril de 2014 e que é celebrada amanhã (22).
O argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito líder da Igreja
Católica em março de 2013, após a histórica renúncia do antecessor, Bento XVI.
Em diversas ocasiões, Francisco disse acreditar que seu pontificado seria curto
e que não descartava a hipótese de abandonar o posto.
Via Blog Dag Vulpi
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