segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

2018 PODE SER ELEIÇÃO COM RECORDE DE PRESIDENCIÁVEIS

Faltando quase três anos para a eleição de 2018, já passa de 10 o número de nomes colocados à disputa presidencial. 


A maioria já participou de pleitos anteriores e vê, no quadro atual de crise política e econômica e de baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff, o cenário ideal para se potencializar e, quem sabe, alcançar a vitória. Será que a próxima eleição conseguirá romper pela primeira vez, em mais de 20 anos, a hegemônica disputa entre tucanos e petistas? E mais: será que o país está preparado para lidar com os interesses de todos esses políticos?

Até o momento surgem como possíveis postulantes ao cargo de presidente os tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias e José Serra; o prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB); Ciro Gomes e Cristóvam Buarque (ambos do PDT); Marina Silva (Rede); Ronaldo Caiado (DEM); Jair Bolsonaro (PP); Luciana Genro (PSOL), além do ex-presidente Lula (PT).

Tucanos e possíveis ex-tucanos

Detentor do maior número de candidatos potenciais, o PSDB pode se esfacelar com a debandada de seus principais nomes. Um deles já anunciou a saída: o senador Álvaro Dias (PR) irá pular do barco com destino ao PV. Além da vontade de disputar a Presidência, ele também tenta se descolar da enorme rejeição ao governador tucano do seu Estado, Beto Richa (71% de reprovação).

Enquanto isso, o governador de SP, Geraldo Alckmin, poderá migrar para o PSB, partido do seu vice, Márcio França, maior entusiasta e articulador da ideia. As conversas estão avançadas e a estratégia para justificar a mudança de legenda, também, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB, faz um aceno importante para o tucano paulista. "O Geraldo tem, hoje, mais convergência com o pensamento do PSB do que divergências", disse Câmara. No entanto, antes de se decidir por uma candidatura, o governador de SP precisa melhorar sua administração e imagem perante o país.

Já José Serra tem se aproximado bastante do PMDB, tanto que seu nome é sempre lembrado como um dos possíveis integrantes da equipe de Michel Temer, se este se tornasse presidente, caso o impedimento de Dilma se concretizasse. Serra está empenhado no projeto: além de aproximar de Temer, também está mais perto de Renan Calheiros e até do ex-senador José Sarney, rompido com ele há mais de uma década.

Presidente do Diretório Nacional do PSDB e detentor da maioria dos apoios, Aécio Neves, mesmo tendo perdido as eleições de 2014, é visto como o tucano que teve o melhor desempenho frente ao PT desde 2002. Sua manutenção no comando da sigla neste ano também foi vista como a possibilidade de que ele seja repetido como candidato, numa mudança de estratégia tucana. O partido não costuma insistir nas disputas com o mesmo nome, tanto que alternou-se nas eleições presidenciais com Serra (2002), Alckmin (2006), Serra novamente em 2010 e Aécio no ano passado. No último Datafolha, Aécio ostentou os melhores índices (26%).

Lula

Alvo de uma intensa tentativa de desconstrução da sua imagem por parte da oposição, da mídia e por setores da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça, o ex-presidente Lula ainda assim é o nome mais vistoso da esquerda, que, a despeito da crise de imagem pela qual passa o PT, continua detentor de expressivos 20% dos votos, segundo o último Datafolha. Caso o governo Dilma consiga superar a atual crise econômica, Lula volta, provavelmente, à condição de favorito em 2018.

A favor do petista conta ainda a articulação de uma ampla frente de esquerda, envolvendo não só partidos, como movimentos sociais, sindicatos, intelectuais e artistas, favoráveis ao seu retorno ao Planalto. Vale lembrar que Lula foi reeleito mesmo diante do mensalão e chegou a ostentar mais de 80% de aprovação ao final do seu segundo mandato.

Marina

Presente nas disputas desde 2010, Marina Silva também ostenta índices relevantes. No último Datafolha, ela pontuou com 19%. A seu favor, a ex-senadora conta com o apoio da maioria dos evangélicos, que, contraditoriamente, também limita suas possibilidades, pois não permite que ela se posicione de forma objetiva em temas polêmicos, como a união de pessoas do mesmo sexo, aborto e descriminalização das drogas.

Ciro

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que tem se notabilizado pela firmeza de posições contra o golpe e com críticas duras aos peemedebistas Michel Temer e Eduardo Cunha, é encarado como "uma das figuras mais importantes na cena política", segundo apontou o escritor Fernando Morais. Ciro pode se tornar a opção de voto dos insatisfeitos com o PT, mas que não se sentem motivados a embarcar nos projetos do PSDB e do PMDB.

Cristóvam Buarque

Senador conhecido por bandeiras relacionadas à defesa da Educação, Cristóvam Buarque está de saída do PDT, uma vez que lá não vê mais possibilidades de ser escolhido candidato da sigla, para se filiar ao PPS e tentar a corrida pelo Planalto em 2018. Em 2006, quando disputou a Presidência pela primeira vez, Buarque alcançou notoriedade e foi votado por 2,5 milhões de brasileiros.

Eduardo Paes

Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) é sempre citado pelos peemedebistas como um nome forte dentro da legenda para tentar levar o partido ao protagonismo de uma disputa presidencial. O sucesso das Olimpíadas em 2016 pode servir de argumento. 

Mais direitistas

Potencializados por críticas ferozes ao governo Dilma e até mesmo com bandeiras estapafúrdias, nomes da direita tentam se notabilizar. É o caso do deputado federal Jair Bolsonaro (PP). Há também o senador Ronaldo Caiado, do DEM, cuja principal linha de atuação é o antipetismo.

PSOL

O PSOL costuma lançar nomes, como o de Heloisa Helena (em 2006) e Luciana Genro (2014), que agradam os eleitores de extrema esquerda. Genro teve mais de 1,6 milhão de votos no ano passado, e é lembrada para entrar numa nova disputa em 2018.



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