Faltando quase três anos para a eleição de 2018, já passa de
10 o número de nomes colocados à disputa presidencial.
A maioria já participou de pleitos anteriores e vê, no quadro atual de crise política e econômica e de baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff, o cenário ideal para se potencializar e, quem sabe, alcançar a vitória. Será que a próxima eleição conseguirá romper pela primeira vez, em mais de 20 anos, a hegemônica disputa entre tucanos e petistas? E mais: será que o país está preparado para lidar com os interesses de todos esses políticos?
Até o momento surgem como possíveis postulantes ao cargo de
presidente os tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias e José Serra; o
prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB); Ciro Gomes e Cristóvam Buarque (ambos do
PDT); Marina Silva (Rede); Ronaldo Caiado (DEM); Jair Bolsonaro (PP); Luciana
Genro (PSOL), além do ex-presidente Lula (PT).
Tucanos e possíveis ex-tucanos
Detentor do maior número de candidatos potenciais, o PSDB
pode se esfacelar com a debandada de seus principais nomes. Um deles já anunciou
a saída: o senador Álvaro Dias (PR) irá pular do barco com destino ao PV. Além
da vontade de disputar a Presidência, ele também tenta se descolar da enorme
rejeição ao governador tucano do seu Estado, Beto Richa (71% de reprovação).
Enquanto isso, o governador de SP, Geraldo Alckmin, poderá
migrar para o PSB, partido do seu vice, Márcio França, maior entusiasta e
articulador da ideia. As conversas estão avançadas e a estratégia para
justificar a mudança de legenda, também, o governador de Pernambuco, Paulo
Câmara, do PSB, faz um aceno importante para o tucano paulista. "O Geraldo
tem, hoje, mais convergência com o pensamento do PSB do que divergências",
disse Câmara. No entanto, antes de se decidir por uma candidatura, o governador
de SP precisa melhorar sua administração e imagem perante o país.
Já José Serra tem se aproximado bastante do PMDB, tanto que
seu nome é sempre lembrado como um dos possíveis integrantes da equipe de
Michel Temer, se este se tornasse presidente, caso o impedimento de Dilma se
concretizasse. Serra está empenhado no projeto: além de aproximar de Temer,
também está mais perto de Renan Calheiros e até do ex-senador José Sarney,
rompido com ele há mais de uma década.
Presidente do Diretório Nacional do PSDB e detentor da
maioria dos apoios, Aécio Neves, mesmo tendo perdido as eleições de 2014, é
visto como o tucano que teve o melhor desempenho frente ao PT desde 2002. Sua
manutenção no comando da sigla neste ano também foi vista como a possibilidade
de que ele seja repetido como candidato, numa mudança de estratégia tucana. O
partido não costuma insistir nas disputas com o mesmo nome, tanto que
alternou-se nas eleições presidenciais com Serra (2002), Alckmin (2006), Serra
novamente em 2010 e Aécio no ano passado. No último Datafolha, Aécio ostentou
os melhores índices (26%).
Lula
Alvo de uma intensa tentativa de desconstrução da sua imagem
por parte da oposição, da mídia e por setores da Polícia Federal, Ministério
Público e Justiça, o ex-presidente Lula ainda assim é o nome mais vistoso da
esquerda, que, a despeito da crise de imagem pela qual passa o PT, continua
detentor de expressivos 20% dos votos, segundo o último Datafolha. Caso o
governo Dilma consiga superar a atual crise econômica, Lula volta,
provavelmente, à condição de favorito em 2018.
A favor do petista conta ainda a articulação de uma ampla
frente de esquerda, envolvendo não só partidos, como movimentos sociais,
sindicatos, intelectuais e artistas, favoráveis ao seu retorno ao Planalto.
Vale lembrar que Lula foi reeleito mesmo diante do mensalão e chegou a ostentar
mais de 80% de aprovação ao final do seu segundo mandato.
Marina
Presente nas disputas desde 2010, Marina Silva também
ostenta índices relevantes. No último Datafolha, ela pontuou com 19%. A seu
favor, a ex-senadora conta com o apoio da maioria dos evangélicos, que,
contraditoriamente, também limita suas possibilidades, pois não permite que ela
se posicione de forma objetiva em temas polêmicos, como a união de pessoas do
mesmo sexo, aborto e descriminalização das drogas.
Ciro
O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que tem se
notabilizado pela firmeza de posições contra o golpe e com críticas duras aos
peemedebistas Michel Temer e Eduardo Cunha, é encarado como "uma das
figuras mais importantes na cena política", segundo apontou o escritor
Fernando Morais. Ciro pode se tornar a opção de voto dos insatisfeitos com o
PT, mas que não se sentem motivados a embarcar nos projetos do PSDB e do PMDB.
Cristóvam Buarque
Senador conhecido por bandeiras relacionadas à defesa da
Educação, Cristóvam Buarque está de saída do PDT, uma vez que lá não vê mais
possibilidades de ser escolhido candidato da sigla, para se filiar ao PPS e
tentar a corrida pelo Planalto em 2018. Em 2006, quando disputou a Presidência
pela primeira vez, Buarque alcançou notoriedade e foi votado por 2,5 milhões de
brasileiros.
Eduardo Paes
Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) é sempre citado pelos
peemedebistas como um nome forte dentro da legenda para tentar levar o partido
ao protagonismo de uma disputa presidencial. O sucesso das Olimpíadas em 2016
pode servir de argumento.
Mais direitistas
Potencializados por críticas ferozes ao governo Dilma e até
mesmo com bandeiras estapafúrdias, nomes da direita tentam se notabilizar. É o
caso do deputado federal Jair Bolsonaro (PP). Há também o senador Ronaldo
Caiado, do DEM, cuja principal linha de atuação é o antipetismo.
PSOL
O PSOL costuma lançar nomes, como o de Heloisa Helena (em
2006) e Luciana Genro (2014), que agradam os eleitores de extrema esquerda.
Genro teve mais de 1,6 milhão de votos no ano passado, e é lembrada para entrar
numa nova disputa em 2018.
Via - Brasil 247
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