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domingo, 31 de maio de 2020

Evaldo Gouveia, um trovador sentimental demais


Evaldo Gouveia - Foto: Facebook
Cantor e compositor morreu aos 91 anos, em decorrência da Covid-19. O Brasil e, em especial o Ceará, perdem muito. A cultura é mais uma vez atingida pela pandemia.

Morreu nesta última sexta-feira, 29 de maio, o cantor, compositor e violonista cearense Evaldo Gouveia, aos 91 anos, em decorrência da Covid-19.

A partida de Evaldo Gouveia deixa uma lacuna importante na cultura brasileira. O trovador sentimental compôs clássicos do nosso cancioneiro, que fizeram sucesso em inúmeras vozes e ainda hoje são cantados por todo o Brasil. Foram cerca de 1.200 composições e 700 gravações ao longo da sua carreira.

Sentimental demais, O mundo melhor de Pixinguinha, Tango para Teresa, Brigas, Bloco da solidão, O trovador, Que queres tu de mim, Alguém me disse e O Conde, são apenas alguns dos seus grandes sucessos, imortalizados nas vozes de gigantes da nossa música, como Altemar Dutra (talvez o seu maior intérprete), Nelson Gonçalves, Alaíde Costa, Maysa, Anísio Silva, Nora Ney, Morgana, Agnaldo Rayol, Miltinho, Moacyr Franco, Cauby Peixoto, Wilson Simonal, Ângela Maria, Elis Regina, Jair Rodrigues, Jamelão, Dalva de Oliveira, Gal Costa, Maria Bethânia, Zizi Possi, Fafá de Belém e inúmeros outros.

Ao lado de Mário Alves e Epaminondas Souza criou o Trio Nagô, lendário grupo da música brasileira. Com o parceiro Jair Amorim compôs canções que ficarão para sempre na memória musical do nosso país.

O Brasil e, em especial o Ceará, perdem muito com a sua partida. A cultura é mais uma vez atingida pela pandemia.

O Partido Comunista do Brasil – PCdoB – Ceará se une aos que lamentam e pranteiam a partida de Evaldo Gouveia, presta condolências a sua família, e rende sua homenagem ao Conde da nossa música, ao trovador sentimental que cantou e celebrou a vida com tanta beleza e com tanta sensibilidade.

Comissão Política Estadual do PCdoB – Ceará
Fortaleza, 30 de maio de 2020


sábado, 30 de maio de 2020

De belo em belo

É bela. É bela a vida e tudo que a acompanha. É belo um sorriso e bela também é a lágrima. É bela a flor e a borboleta. É bela a amizade e o amor. Ah, o amor! Desse nem se fala... A beleza é indescritível. Bela é a justiça, mais beleza tem o justiceiro.

E belo é o céu e a bola e a terra e o mar e o sol... E belo e bela. Haja beleza e haja palavras para falar de tanto. E, ah! as palavras! Quem tem mais beleza que elas? São infinitas, são deles, suas e minhas. E podemos inventá-las, emprega-las e devemos, antes e mais que tudo, amá-las.
Amá-las o suficiente para sabermos o exato momento de oculta-las, de não joga-las fora, de silenciarmo-nos.

E como não dizer que belo também é o silêncio? O silêncio do qual Deus faz uso para responder nossas questões afobadas e importunas. Questões que levantamos por capricho, por não nos conformarmos que somos reles mortais e que há inúmeros mistérios a nos rondar e jamais saberemos ao menos quais são todos.
Belos sonhos. Esses não nos podem faltar. Tão necessários para a vida quanto a respiração, tão bela também. Bela ou belas? Cada momento exige uma respiração diferente. E que beleza tem a diferença... Belo o pobre, o rico, o branco, o preto, o amarelo e o vermelho. Vermelho, de modo especial, mais belo. Mais belo, porque todos o carregam. O precioso líquido vermelho! O essencial. O tal sangue.

Belo o velho. E que beleza há no velho... O velho que traz consigo a carga de uma vida, a beleza de ter sido jovem e ter sofrido e realizado tudo o que os jovens, pobres jovens!, ainda terão que passar.
Belo o verde. Verde da natureza e talvez dos teus olhos!

Bela a tristeza, a saudade, a nostalgia que só chegam e se instalam, porque houve um passado magnífico e belo a tal ponto que vale a melancolia.

Belo, tão belo é o prazer! Prazer de ler um bom livro, recitar um poema ou ouvir uma boa música. Prazer de viver uma boa vida e estarmos nós aqui parados já há algum tempo falando da beleza de coisas que merecem, mas não deveriam ser focadas para serem percebidas.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Cheia de graça


Cheia de graça
De vinho e de mágoas
Pés firmes no chão
Lábios vermelhos
Palavras tão fortes
Mãos delicadas e quentes
Viúva de homens vivos
Cemitério no coração
Ouça o silêncio:
Mais um morto
Jaz um sentimento
Sete palmos do chão!

E de repente,
Não mais que de repente
Há de surgir outro amor
Que aflorará em seu peito
Tão cheio: de medo e de graça
E lhe fará refém do esquecimento
Para mais uma morte,
Mais um enterro e um porre:
De vinho e de mágoas

Lábios vermelhos outra vez
Que venha o próximo,
Nunca o derradeiro.
Uma puta enterra,
Mas não morre de amor.

Texto de Dandhara Jordana

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Ciclo

Por Dandhara Jordana

Todo poeta já foi poema, poema de amor escrito ou dito nos lábios de alguém que por ele chorou. E todo poema já foi a um poeta que sem saber, ao menos, rimar palavras, combinou sentimentos a ponto de alegrar o coração e doer a alma. Porque a alma, geralmente, sente mais que o corpo cansado. A alma que ninguém nunca viu, mas que todo mundo já sentiu se contorcendo debaixo dos ossos sem rumo, perdida.

Toda mágoa já foi amor. Qualquer tipo de amor que ficou em algum tempo, com alguma palavra ruim que, com toda certeza, perturbará quem a escutou quietinho, calado, sozinho, por toda a vida.

E toda solidão já esteve acompanhada, mas não fez questão de manter-se  ali, pertinho, o amor do poeta que já foi poema, que se magoou!

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Qual o tamanho do seu preconceito?

Luana Costa
Por Luana Costa

Que todos temos preconceito sobre cor, raça, religião, posição social... Isso já sabemos. Mas até onde vai o seu?
O preconceito não é simplesmente excluir alguém por ser negro, é também quando você acha que alguém não é capaz de pagar a conta por estar "mal vestido" ou por pensar que uma pessoa que nunca estudou seja ignorante.

                O preconceito está em alta, desde que a homossexualidade virou tema das conversas convencionas e das discussões do senado, as pessoas se revoltaram, rasgaram o smoking e tiraram as sandálias, e já começaram a falar o que realmente escondiam por trás dos sorrisos falsos da modéstia.

 A mulher adota o cachorro de rua, ignorando o mendigo. O político compra uma ambulância nova e deixa faltar remédios e equipamentos no hospital. A hipocrisia como mãe do pré-conceito!

                Quantas vezes você não foi numa loja nova e aparentemente elegante e foi ignorada pelas vendedoras só por estar de shorts e chinelo? Esse conceito de seguir idéias alheias é se esquivar de objetivos importantes. Há muito mais na vida que ser estúpido com alguém por não ser do jeito que você gostaria.

             O preconceito não é de hoje, nem deixará de ser amanhã, não é só isso ou aquilo é além do que enxergamos, e suas conseqüências podem ser traumáticas e ainda catastróficas. Nunca se sabe o tamanho que as coisas podem levar, então dar uma oportunidade antes de julgar alguém pode ser benefico.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Dez anos deste blogue



Criado com o intuito de externar ou promover o questionamento de assuntos diversos com temas livres, focados na política ou na crítica contra a exclusão e a injustiça social, este blog iniciou suas postagens no dia 26 de Maio de 2010.

No decorrer de 10 anos, com postagens diárias, procurei expor uma opinião que não é apenas minha, visei mostrar nossos gostos musicais e promover a boa leitura. Solidarizando-me com a indignação de muitos que como eu partilha da mesma visão de mundo, mesmo sabendo que nossa opinião não é importante para todos e nem sempre vai de encontro com os conceitos de muitos dos que lêem o que aqui é postado.

Importa-nos, no entanto que este blogue foi em dez anos, um canal onde se pode fazer uso de um direito que nos assiste, o direito de nos indignarmos contra aquilo que não contribua para a formação de uma sociedade justa e igualitária.

Meus agradecimentos aos  seguidores, são motivos de meu orgulho pessoal, aos leitores diários, aos tantos que me param nas ruas para me falar deste modesto espaço e também a todos aqueles que se quer faço idéia, porem, também reservam alguns minutos de seu tempo para observar o que aqui estou postando, graças a vocês, hoje contamos com mais de um milhão e meio de acessos.

Saber que chegamos a esta marca, é estar certo que valeu a pena criar este espaço concebido nas rodas de bate-papo  durante os intervalos do curso de História da então FAFIPA,  e que nascera naquele 26 de Maio de 2010.

Talvez este meio de comunicação tornou-se obsoleto, mas, seguiremos aqui, até onde nos for possível, postando aquilo que vai de encontro aos anseios de uma sociedade, sendo um clamor para que a justiça e a igualdade abranja a todos, mesmo cientes que esta é a utopia que nunca alcançamos, mas, que nos motiva a caminhar.

A luta sempre segue...

Meu muito obrigado a todos. Parabéns para nós.

Sinceramente,

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

Rosa

Luana Costa

Tenho saudades dela
Do sorriso tímido,da juventude bela
Do carinho e amor que foram marcados em mim como herança
e a mania de lavar a louça
Do rosto não me lembro, cuja esperança é vê-la em sonhos

Ela não podia falar,mas sua voz doce ouvia-se apenas pelo seu olhar
Tão pouco podia me ouvir,compreendia apenas pelo meu sorriso
Apaixonada por um mundo limitado e tão pouco aproveitado
Não, não a conheci
Tinha eu apenas três anos quando a deixei de ver

Vejo-a como um anjo no meu coração
Chorei tanto pela saudade que tenho
De alguém cuja personalidade sinto, mas não me recordo
Rosa, foi tão cedo para um lugar que não alcanço
Roubou-me as memórias, cujo sofrimento me parece maior

Vinte e três anos de uma vida que não pôde viver mais
Vinte e um anos de um coração que sente sua falta

Teria ela hoje, quarenta e um anos
Casada e com imensos filhos, pois adorava crianças
E eu a adoraria, seria para mim a 'grande tia'
Não que deixe de o ser, para mim ela ainda vive no meu coração


(Homenagem a minha tia Rosa
Cuja personalidade não pude desfrutar por muito tempo,
mas suficiente para ama-la. Saudades)

Luana Costa em  em Marcas do Tempo

sábado, 23 de maio de 2020

Talvez...

Foto: Adenáuer Novaes
Texto de Talita Fernanda


Procuro alguns defeitos em mim

A falta de alguns sentimentos me impedem de viver uma paixão

Talvez seja a falta de rancor e ódio

Ou também a falta de desprezo e ingratidão

Talvez eu seja um turbilhão de bondade em um mundo repleto de maldade

Talvez me falte coragem para uma mudança radical

Talvez eu seja flor, quando o espinho tem o domínio de toda beleza

Talvez eu tente ajudar, enquanto todos preferem viras as costas sem olhar para traz

Talvez eu me importe demais, as pessoas até zombam disso

Eu poderia não me preocupar, mas é impossível

Talvez eu atire um diamante e receba de volta uma pedra de concreto, Afinal cada um procura dar o que tem de melhor para oferecer.

“Cada um colhe aquilo que planta”

Desconheço essa frase, pois na minha horta nunca existiu maldade, e é oque eu tenho colhido ate então

Talvez eu esteja colhendo aquilo que plantaram para mim

Talvez o amor seja isso

Ou talvez não exista amor

Só exista solidão

Eu poderia não me preocupar, mas é impossível

Talvez eu atire um diamante e receba de volta uma pedra de concreto, Afinal cada um procura dar o que tem de melhor para oferecer

“Cada um colhe aquilo que planta”

Desconheço essa frase, pois na minha horta nunca existiu maldade, e é oque eu tenho colhido ate então

Talvez eu esteja colhendo aquilo que plantaram para mim

Talvez o amor seja isso

Ou talvez não exista amor

Só exista solidão...

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Médicos cubanos vão ao Perú para contribuir no combate à covid-19

Médicos cubanos atuarão nas áreas mais afetadas pela pandemia do novo Coronavírus.

Brigada de médicos cubanos que foi à Itália para o combate ao novo Coronavírus - Agência Ansa.
São Paulo - SP

Para contribuir no combate ao novo Coronavírus, o governo peruano anunciou no último sábado, 16, que 85 médicos cubanos deverão chegar ao país. Os médicos e enfermeiros fazem parte do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Grave - a Brigada Henry Reeve.

"O governo do Peru e o governo de Cuba assinarão um Memorando de Entendimento mediante o qual uma brigada humanitária formada por 85 profissionais da saúde cubanos chegará ao nosso país para reforçar as ações contra o coronavírus", informou a presidência do conselho de ministros do Perú. O acordo terá vigência de 3 meses e poderá ser renovado. As informações são da Agência France Presse.

O país tem 92.273 casos confirmados e 2.648 mortes causadas pela covid-19. Os médicos cubanos atuarão nas áreas mais afetadas que são Loreto, na Amazônia, Lambayeque e Piura, na costa norte.

 Edição: Marina Selerges

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Interesse privado atrasa e encarece desenvolvimento de vacinas para coronavírus

Enquanto farmacêuticas apostam em tecnologias inacessíveis, potencial vacina foi deixada – literalmente – no congelador.

Pesquisadora testa anticorpo para o novo coronavírus no Instituto Internacional de Vacinas (IVI) em Seul, na Coreia do Sul - Ed JONES / AFP
Praveen S.
Brasil de Fato | Nova Delhi (Índia)

esquisadores da Escola Nacional de Medicina Tropical no Texas, sul dos Estados Unidos, passaram cinco anos tentando desenvolver uma vacina para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), doença causada pelo coronavírus SARS-CoV que matou 774 pessoas na Ásia entre 2002 e 2003. Eles produziram um lote piloto e estavam prontos para iniciar os testes clínicos quando o estudo foi interrompido, por falta de financiamento, em 2016.

“Embora ele estivesse muito avançado e as evidências fossem bastante sólidas, infelizmente tivemos que colocar esse material em um congelador porque já não era prioridade fabricar uma vacina para SARS”, lembra Maria Elena Bottazzi, codiretora da Escola e do Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital Infantil do Texas.

Com a suspensão dos repasses do Instituto Nacional de Saúde, órgão público de fomento, os cientistas buscaram apoio no setor privado. A resposta foi que não havia interesse no projeto.

A semelhança entre os materiais genéticos do SARS-CoV e do SARS-CoV-2, vírus que causa a covid-19, é superior a 79,5%. Em ambos os casos, a porta de entrada para que o vírus se reproduza em outras células é uma molécula localizada nos pulmões, conhecida pela sigla ACE2.

Essa descoberta, publicada em fevereiro pela revista britânica Nature, animou os pesquisadores que tiveram seus estudos sobre SARS interrompidos. Para Bottazzi, a vacina congelada em 2016 permitiria pular etapas e responder à atual pandemia com mais agilidade.

“Ainda que tenha sido formulada contra a SARS, ela poderia resultar em proteção cruzada contra o SARS-CoV-2. Temos evidências concretas dessa possibilidade e gostaríamos de confirmar isso em humanos”, completa a cientista. Na pior das hipóteses, ela acrescenta, um resultado negativo evitaria que outros pesquisadores gastassem tempo e dinheiro repetindo o mesmo percurso científico.

 Ainda que tenha sido formulada contra a SARS, ela poderia resultar em proteção cruzada contra o SARS-CoV-2. Temos evidências concretas dessa possibilidade e gostaríamos de confirmar isso em humanos.

O preço da inovação

A interrupção dos testes clínicos ilustra a lógica de mercado que orienta os estudos sobre vacinas. Passado o pico de uma epidemia, grupos de pesquisa são desmantelados e avanços científicos se perdem simplesmente porque a demanda diminui.

Então, o que explica, em plena pandemia do novo coronavírus, o desinteresse da indústria farmacêutica em vacinas que já estariam em fase final de elaboração? Por que eles preferem começar “do zero” e não dar seguimento a estudos já em estágio avançado? Bottazzi tem uma hipótese.

“A maioria das vacinas que se tem tentado desenvolver contra o novo coronavírus – e certamente as que recebem mais recursos – apostam em tecnologias novas, nunca usadas antes”, analisa. Ao priorizar métodos inovadores e de alto custo, grandes laboratórios tendem a concentrar a fabricação, retardando o acesso em escala global.

“As vacinas priorizadas hoje respondem a uma lógica de interesse comercial sobre a propriedade intelectual. Tenho muita preocupação sobre como isso poderá ser implantado globalmente, porque o preço será alto e as pessoas não saberão fabricá-las. Mesmo que elas sejam seguras e eficazes, demorará muito para outros países poderem produzi-las e, mesmo, comprá-las”, acrescenta a pesquisadora.

 As vacinas priorizadas hoje respondem a uma lógica de interesse comercial sobre a propriedade intelectual.
O método de fabricação de vacinas considerado mais inovador pela indústria utiliza fragmentos de material genético modificado. A vacina desenvolvida na Escola Nacional de Medicina Tropical no Texas, por outro lado, baseia-se na produção de proteínas recombinantes.

“É um processo mais barato, simples e conhecido no mundo todo”, afirma a diretora da Escola. “Assim que a vacina é descoberta e devidamente testada em um laboratório nos EUA, por exemplo, o Brasil poderia começar a produzir no dia seguinte, como já faz com a de hepatite B”.

Quem está no páreo

Dos 115 estudos para desenvolvimento de vacinas para covid-19 contabilizados até a primeira semana de abril, 23 utilizam proteínas recombinantes, segundo levantamento da revista Nature.

A iniciativa privada é responsável por três quartos das pesquisas em andamento, segundo a publicação. Estão no páreo algumas das gigantes do setor, como a francesa Sanofi, as estadunidenses Pfizer, Dynavax e Johnson & Johnson, além das britânicas GlaxoSmithKline e Seqirus, esta última vinculada à companhia australiana CSL.

Um levantamento divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de maio considera que são 110 estudos oficiais de vacinas para o SARS-CoV-2. A maioria dos laboratórios estão concentrados nos Estados Unidos, na China e na União Europeia.

Na última semana, duas pesquisas realizadas no Brasil passaram a integrar a lista das “mais promissoras do mundo” – uma desenvolvida no laboratório da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a outra no Instituto do Coração, em São Paulo (SP).

Diretor do Centro de Impacto das Políticas em Saúde Global da Universidade de Duke, no sudeste dos EUA, Gavin Yamey pondera que a descoberta de uma vacina não significa necessariamente o fim da pandemia. Ele concorda que a dificuldade de fabricação e o preço tendem a limitar o acesso global, o que obrigará a comunidade internacional a formular critérios de distribuição e monitoramento.

“Produzir uma vacina é um processo longo, que envolve muitas etapas. Porém, precisamos nos preocupar com a distribuição desde já, porque sabemos que ela não estará em volume disponível para todos no primeiro momento”, explica.

 Alguns países – prefiro não dizer quais – já estão tentando monopolizar o acesso à vacina, antes mesmo de ela ficar pronta.
Yamey integra a Força-Tarefa para Desenvolvimento de Vacina para a Covid-19, grupo de trabalho lançado em fevereiro pelo Banco Mundial em parceria com a Coalizão para Inovações no Preparo para Epidemias (CEPI, na sigla em inglês), com sede na Noruega. O grupo reúne financiadores e cientistas para garantir a fabricação de doses em larga escala, com agilidade e capacidade global de implantação.

“Alguns países – prefiro não dizer quais – já estão tentando monopolizar o acesso à vacina, antes mesmo de ela ficar pronta”, conta o pesquisador. “Como a pandemia nos afeta a todos, não faz sentido. Precisamos de uma distribuição justa e equitativa, respeitando os princípios da saúde pública”.

O projeto da CEPI está na fase clínica, durante a qual oito potenciais vacinas são testadas em diferentes países. Seis delas passam à etapa seguinte, em que serão feitos novos experimentos e ajustes para cumprimento de requisitos regulatórios e de qualidade. Pelo menos três delas devem ser selecionadas para reprodução em escala em um período de 12 a 18 meses, contados a partir de março de 2020. O orçamento do projeto é equivalente a R$ 11 bilhões.

Interesses cruzados

Diferentes líderes globais vêm destinando recursos para o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19. Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, anunciou uma doação equivalente a R$ 1,4 bilhão para a CEPI no final de março. Donald Trump, presidente dos EUA, preferiu investir em um laboratório privado e repassou R$ 2,5 bilhões para a Johnson & Johnson.

Segundo o jornal alemão Welt am Sonntag, Trump também ofereceu o equivalente a R$ 5,5 bilhões ao laboratório alemão CureVac, que teria um protótipo em estágio avançado. Em troca, os EUA exigiriam acesso exclusivo à potencial vacina. Ambas as partes alegam ter se reunido na Casa Branca, mas negam ter havido qualquer negociação. Dias depois, a estadunidense Pfizer anunciou parceria com duas empresas alemãs, CureVac e BioNTech, para tentar produzir conjuntamente uma vacina.

Gavin Yamey considera que os gastos globais em meio à pandemia são necessários, mas poderiam ser muito menores se os governos houvessem tomado certas precauções. Em fevereiro de 2018, ele assinou um editorial publicado pelo Instituto de Saúde Global da Universidade de Duke intitulado "The Odds of a Devastating Pandemic Just Went Up" (que, em português, significa "As condições para uma pandemia devastadora acabam de surgir").

O texto criticava a decisão do governo Trump de cortar investimentos para prevenção e resposta a pandemias. Naquele ano, o presidente dos EUA reduziu o orçamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças e dissolveu a equipe de pandemia do Conselho de Segurança Nacional.

Yamey estima que, com um investimento de US$ 10 bilhões por ano, cerca de R$ 55 bilhões, os Estados Unidos estariam suficientemente preparados para enfrentar o novo coronavírus – hoje, o país é o líder mundial do ranking de mortes por covid-19.

A agência britânica de consultoria Oxford Economics estimou uma perda global de quase R$ 1,6 trilhão no primeiro semestre de 2020 devido à pandemia. No mesmo período, a Johnson & Johnson, por exemplo, aumentou em 10,1% as vendas de medicamentos.

Em outras palavras, a crise não afeta os lucros da indústria farmacêutica. Pelo contrário, em tempos de pandemia, o dinheiro “economizado” pelos governos em prevenção e pesquisa é, em parte, redirecionado para a conta das grandes corporações – como faz Trump.

Organizações não-governamentais, como a Médicos Sem Fronteiras (MSF), denunciam há décadas a falta de transparência da indústria farmacêutica como estratégia para ampliar a lucratividade, em detrimento da saúde pública.

“A indústria farmacêutica exagera os custos de pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos para justificar seus altos preços. (...) Na realidade, ela gasta mais em recompras de ações para aumentar os preços das próprias ações e vendas e marketing do que em pesquisa e desenvolvimento”, afirma texto publicado no site da MSF, semanas antes do início da pandemia.

::Caso Pfizer: Indústria farmacêutica esconde a cura de doenças::

Segundo relatório da agência de análise de dados farmacêuticos Evaluate, a receita das 10 maiores empresas do setor em 2018 foi de US$ 351,6 bilhões, quase R$ 2 trilhões. Além de Johnson & Johnson, Sanofi, Novartis e GlaxoSmithKline, já citadas nesta reportagem, integravam a lista as estadunidenses Merck&Co, Abbvie, Amgen e Gilead e as suíças Roche e Novartis.

A soma dos investimentos dessas empresas no setor de pesquisa naquele ano foi equivalente a R$ 365 bilhões, menos de 20% das receitas.

Propriedade intelectual e distribuição

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) lançou no dia 14 de maio uma petição assinada por 140 líderes globais que exigem que todas as vacinas e tratamentos para covid-19 sejam livres de patentes, produzidos em massa e distribuídos gratuitamente.

O debate sobre propriedade intelectual e patentes em um contexto de pandemia não se restringe à fabricação de vacinas. No Brasil, por exemplo, há mais de 330 patentes vigentes ou pedidos pendentes de análise no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) relacionados a ventiladores pulmonares, usados para tratamento de pacientes de covid-19 em estado grave.

A “quebra de patentes”, cujo nome técnico é licença compulsória, depende da legislação de cada país. No Brasil, a Constituição de 1988 condiciona a validade das patentes à sua função social, e em abril foi proposto um projeto de lei (PL 1462/2020) com esse objetivo. O texto tem apoio do Conselho Nacional de Saúde (CNS), mas sofre resistência da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), que reúne 50 laboratórios nacionais e internacionais.

O argumento em defesa dos direitos de propriedade intelectual é a necessidade de estimular as indústrias a investirem no desenvolvimento de soluções inovadoras. Por outro lado, essa garantia tende a restringir e dificultar o acesso a produtos que poderiam salvar vidas.

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se posicionou contra a suspensão de patentes “em qualquer hipótese” durante pronunciamento em 2019, antes da pandemia. O sucessor dele na pasta, Nelson Teich, não se posicionou.

Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, fez um apelo no início de abril para que laboratórios de todo o mundo garantam a transparência de suas pesquisas e o livre acesso a dados, de modo a facilitar o acesso global a medicamentos e vacinas. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que os futuros tratamentos para a covid-19 devem ser vistos como "um bem público", à disposição de todos.

“Não podemos repetir o erro da gripe suína de 2009”, ressalta Gavin Yamey, em referência à pandemia de H1N1, que matou mais de 150 mil pessoas, conforme estimativa da OMS. Na ocasião, países ricos monopolizaram o fornecimento global de vacinas, retardando as políticas de combate à doença em todo o mundo.

O que a CEPI propõe é um sistema de distribuição gratuito e unificado que priorize trabalhadores de saúde que estão na linha de frente e grupos de risco. Esse esforço envolveria financiamento do setor público e “vontade política” dos governantes, segundo Yamey. Afinal, os países ricos pagariam a maior parte da fatura, mas não necessariamente receberiam mais doses.

“Pandemias anteriores mostram que a população pobre, que vive em países onde o sistema público de saúde não é estruturado, é a mais atingida”, ressalta o pesquisador.

O G-7, grupo que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, comprometeu-se a apoiar o lançamento de projetos conjuntos de pesquisa para tratamentos de covid-19. A decisão, anunciada em 16 de março abriu portas para o debate sobre um mecanismo de distribuição global de vacinas, que deve ser encabeçado pela CEPI.

No último dia 24, a OMS lançou uma plataforma chamada “Colaboração Global para Acelerar o Desenvolvimento, Produção e Acesso Equitativo a Diagnósticos, Tratamento e Vacina contra a covid-19”. A iniciativa reúne países da União Europeia (UE), Reino Unido, Noruega, Canadá, Japão e Arábia Saudita, além de possíveis financiadores como Banco Mundial e Fundação Bill e Melinda Gates.

Devido aos ataques recentes do governo Bolsonaro (sem partido) à organização, o Brasil sequer foi chamado a participar do grupo e corre o risco de ficar para trás no processo de distribuição de vacinas. Os Estados Unidos, maior economia do mundo, suspenderam suas contribuições à agência internacional em plena pandemia e também não integram a plataforma.

Nesta segunda-feira (18), a OMS fez a primeira reunião anual de sua história por videoconferência. Líderes internacionais defenderam que a vacina seja tratada como "bem público". Xi Jinping, presidente da China, prometeu alocar o equivalente a R$ 11 bilhões para a luta global contra a covid-19, especialmente nos países em desenvolvimento.

Para quando?

Nas últimas semanas, a corrida por uma vacina para a covid-19 se acirrou. Laboratórios passaram a antecipar seus prognósticos, informando que poderia haver unidades à disposição antes do final do ano.

“A verdade é que ninguém sabe quando a primeira vacina estará pronta”, reconhece Gavin Yamey. Até hoje, o desenvolvimento mais rápido de uma vacina foi a do sarampo, que levou dez anos. “Na atual pandemia, todo o processo foi muito ágil, desde a identificação do vírus na China, o que dá condições de produzir uma vacina em tempo recorde”, completa o cientista.

O novo coronavírus foi identificado em 7 de janeiro e teve sua sequência genética divulgada na semana seguinte. Em 63 dias, a primeira vacina já estava sendo testada em humanos, nos Estados Unidos.

 Todo o processo foi muito ágil, desde a identificação do vírus na China, o que dá condições de produzir uma vacina em tempo recorde.
O avanço mais recente foi divulgado pela farmacêutica estadunidense Moderna, nesta segunda-feira (18). Os oito voluntários testados, submetidos a duas doses de uma potencial vacina, criaram anticorpos semelhantes aos de pacientes curadas. A nova etapa de testes envolverá 600 pessoas e começará no final de junho.

Maria Elena Bottazzi, pesquisadora no Texas, admite que diferentes previsões para o lançamento de vacinas podem causar confusão. A sugestão dela é que a confiança do público nas informações divulgadas pela imprensa seja proporcional à transparência que os laboratórios oferecem em relação a suas pesquisas.

“Precisamos confiar nos processos científicos, mas, ao mesmo tempo, nos manter vigilantes para que estes não sejam atravessados por interesses políticos ou pouco transparentes”, ressalta. “Aqueles que fazem parte das equipes regulatórias precisam ter acesso aos dados sem nenhum conflito, de modo a não favorecer um ou outro laboratório. As decisões precisam ser baseadas unicamente em critérios técnicos”.

Como a busca por perfeição nem sempre é compatível com a urgência de uma pandemia, a sugestão da pesquisadora é equilibrar as expectativas entre a agilidade e eficiência.

“Vacinas seguras que podem oferecem 50% ou 30% de proteção talvez fossem boas para populações de alto risco, enquanto seguimos buscando um modelo melhor, que protegeria 100%. No fim, provavelmente teríamos uma espécie de caixa de ferramentas, em que algumas vacinas seriam as mais rápidas, embora ainda imperfeitas. Precisaríamos ter capacidade avaliar qual vacina seria útil em cada caso”, afirma Bottazzi.

A vacina contra SARS que estava em fase final de elaboração no Texas será descongelada em breve para testes clínicos em pacientes de covid-19. Em 5 de maio, a Escola Nacional de Medicina Tropical obteve um financiamento junto à PATH, organização estadunidense sem fins lucrativos que investe em inovação para saúde pública.

Embora comemore a retomada dos estudos, a cientista alerta para o risco de novas interrupções. “Temos essa preocupação, sim, porque isso acontece repetidamente. Ocorre um surto, a gente reage, mas de repente não há mais financiamento”, lamenta. “E, mesmo que uma dessas vacinas que estão sendo testadas pelo mundo funcione, é preciso seguir pesquisando, porque lá na frente pode surgir um novo coronavírus e temos que ter uma estratégia, não apenas ser reativos”.

A Johnson & Johnson, maior empresa do setor farmacêutico, citada três vezes neste texto, publicizou recentemente seu posicionamento sobre os temas abordados pela reportagem. Ao divulgar o crescimento das vendas no primeiro trimestre de 2020, o vice-presidente executivo Joseph Wolk escreveu: “Nós reconhecemos o lamentável impacto da pandemia da covid-19 sobre pessoas, comunidades, negócios e sobre o mundo. Embora os resultados da Johnson & Johnson no primeiro trimestre sejam expressivos, refletindo a resiliência de nossos diversos negócios, essa narrativa é compreensivamente colocada em segundo plano diante da preocupação mais premente de enfrentar a covid-19”.

A empresa tem a meta de produzir 1 bilhão de doses até o fim de 2021. Além das fábricas que já existem, nos EUA e na Holanda, a Johsnon & Johnson pretende construir outras duas plantas na Ásia e na Europa.

Ao jornal Washington Post, o diretor científico Paul Stoffels informou que a companhia não está interessada em lucrar com a vacina contra o coronavírus e concorda em priorizar profissionais de saúde e pacientes de alto risco.

Edição: Rodrigo Chagas

quarta-feira, 20 de maio de 2020

OMS: reabertura rápida pode prejudicar recuperação econômica

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus - Foto: Divulgação/OMS
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que deve haver cautela na reabertura para evitar segunda onda da Covid-19.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou nesta segunda-feira (18) que uma retomada “rápida demais” das atividades produtivas, após o período de isolamento social, traz risco de prejudicar a própria recuperação econômica.

Em discurso na 73ª Assembleia Geral da Saúde, evento que elege a próxima comissão diretora da entidade, Tedros, além de destacar seu trabalho à frente da OMS no combate à pandemia, insistiu que deve haver cautela na reabertura das economias para evitar uma segunda onda de Covid-19.

“Convoco todas as nações do mundo a fazerem o que for possível para que essa epidemia não volte no futuro”, clamou no evento, que neste ano acontece, pela primeira vez, de forma virtual.

Tedros destacou que a OMS tem atuado com transparência durante a pandemia e informado a população diariamente sobre o avanço da doença. Ainda que não tenha citado nominalmente os Estados Unidos, a fala soa como uma resposta ao presidente americano, Donald Trump, que vem criticando a entidade por supostamente esconder o novo coronavírus por algum tempo para preservar a China.

O diretor-geral também fez um apelo para que investimentos em saúde sejam ampliados em todos os países, de forma que o mundo esteja preparado para eventuais próximas pandemias. A Assembleia Geral da Saúde começa nesta segunda e termina na terça-feira (19).

Fonte: Época Negócios

terça-feira, 19 de maio de 2020

Ho Chi Minh: Aquele que ilumina

A Editora Anita Garibaldi acaba de lançar o livro “Ho Chi Minh – Vida e obra do líder da libertação nacional do Vietnã”


Por José Carlos Ruy

Em 2 de setembro de 1945, mais de um milhão de pessoas se acotovelaram, na praça Ba Dinh, em Hanoi, para ouvir a leitura da Declaração da Independência da República Democrática do Vietnã, lida pelo líder nacional Ho Chi Minh. O texto em português daquela declaração faz parte do livro ora lançado pela Editora Anita Garibaldi, com apoio da Embaixada da República Socialista do Vietnã no Brasil, organizado por Pedro de Oliveira, sob o título “Ho Chi Minh – Vida e obra do líder da libertação nacional do Vietnã”.

É um livro memorável que registra a finura e amplitude políticas de Ho Chi Minh, o grande líder da revolução vietnamita que derrotou três imperialismos na busca da autonomia e independência nacional – a França, o Japão e os EUA.

Na Declaração da Independência, há a referência direta às Declarações de Independência dos Estados Unidos, de 1776, e a Declaração da Revolução Francesa, de 1791. “Todos os homens são criados iguais. Eles são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre eles a vida, a liberdade e a busca pela felicidade”.

São referências notáveis – a França era a metrópole colonial perante a qual o Vietnã declarava sua independência, e os Estados Unidos, a potência imperialista que se engajaria numa guerra selvagem contra a soberania e autonomia do Vietnã. Referência notável porque ecoa, na afirmação da independência do Vietnã, de forma clara, o caráter da luta nacional e democrática do povo vietnamita, ao de luta semelhante dos povos da França e dos EUA – que, em tempos passados, buscaram objetivos semelhantes aos que o povo do Vietnã buscava, em pleno século 20.

A antologia de textos que faz parte do livro agora lançado, revela Ho Chi Minh, um homem modesto e simples, como um gigante do pensamento e da ação política revolucionária que ele foi.

O livro é composto por um prefácio de Renato Rabelo (presidente da Fundação Maurício Grabois), uma introdução de autoria do organizador Pedro de Oliveira, a cronologia da vida de Ho Chi Minh, um caderno de imagens do líder revolucionário vietnamita e uma entrevista com Do Ba Khoa, embaixador da República Socialista do Vietnã.

Mas o grosso do livro é formado pela antologia de textos de Ho Chi Minh, finalizando com o poema “Ao fim de quatro meses”, escrito por ele num dos momentos em que passou pela prisão.

A antologia de textos é de grande importância, e permite que se aprofunde o conhecimento da obra daquele que pode ser visto como um continuador de Lênin no Oriente.

Formada por textos desde um escrito em 1919 – “Reivindicações do povo anamita” – até o “Testamento” que escreveu em 1969, apenas quatro meses antes de deixar a vida, aos 79 anos de idade.

Esta coleção de textos de Ho Chi Minh pode ser lida de forma prazerosa e agradável pois, sendo poeta, Ho Chi Minh aplica esta habilidade à escrita, mesmo de natureza política. Mas, mais importante que isso, os textos de Ho Chi Minh revelam sua grande preocupação contra todas as formas de opressão. E deixam claras as barbaridades cometidas pelos dominadores, sejam de classe, de raça ou de gênero. Há relatos jornalísticos comoventes, pela dramaticidade, sobre crimes bárbaros cometidos por europeus “civilizados” – desde agressões físicas ou verbais até estupros e assassinatos cometidos impunemente por colonizadores. Há também a descrição em cores vivas da crueldade de linchamentos racistas, de negros ou brancos que os apoiassem, que eram quase cotidianos nos EUA.

Há também o relato da construção política e ideológica de organizações revolucionárias, na França e, depois, na Indochina e no Vietnã. Sua preocupação permanente com a formação dos militantes revolucionários e comunistas – num texto chama a atenção para o maior valor da qualidade, ante a quantidade, no espírito leninista do mais vale pouco mas bom.

Como chefe de Estado, depois de 1945, empenhou-se profundamente na alfabetização de trabalhadores e camponeses, num esforço constante e consistente pela ampliação de sua consciência política.

Há textos que explicitam a forte ligação do pensamento de Ho Chi Minh ao do revolucionário russo Vladimir Ilich Lênin. Aliás, no texto “O caminho que me levou ao leninismo”, Ho Chi Minh lembra sua emoção ao participar nos debates, no Partido Socialista Francês (que depois se tornou o Partido Comunista Francês) sobre a participação na III Internacional, fundada por Lênin em 1919.

“O que eu mais queria saber – e o que justamente não era debatido nos encontros – era: qual Internacional está do lado dos povos das colônias? Eu levantei essa dúvida – a mais importante em minha opinião – no encontro. Alguns camaradas responderam: ‘é a III Internacional, não a II’. E um camarada me deu para ler a ‘Tese sobre as questões nacionais e coloniais’ de Lênin, publicadas pela ‘L’Humanité’. Havia termos políticos difíceis de entender nessa tese. Mas, por meio do esforço de lê-la e relê-la, pude finalmente apreender a maior parte deles. Que emoção, entusiasmo, esclarecimento e confiança essa obra provocou em mim!”

Ou seja, identificou em Lênin não só o patriotismo, mas, sobretudo, a visão de que a luta pela soberania nacional está ligada à luta pela emancipação da classe mais oprimida, contra o domínio capitalista.

Esta visão fez a força do pensamento de Ho Chi Minh ao identificar a luta nacional com a luta social, de classes, aliando-se a todas as forças sociais capazes de combater pela libertação de todos os homens, de lutar contra todas as formas de opressão.

As ideias que, fundamentadas nos ensinamentos de Marx. Engels e Lênin, fizeram de Ho Chi Minh o dirigente da luta pela independência do Vietnã, que derrotou três imperialismos – o francês, o japonês e o estadunidense – e que, hoje, iluminam a luta pela libertação nacional, contra o imperialismo e a luta de classes, contra o domínio capitalista. O significado do nome Ho Chi Minh permanece válido: “Aquele que ilumina”.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Bolsonaro não é louco

Ruth de Aquino

Por Ruth de Aquino em O Clobo

Vamos chamar a coisa pelo nome. O presidente eleito por milhões de brasileiros não é louco. Psicóticos e neuróticos podem ser classificados assim. Eles sofrem e enxergam o sofrimento do outro. Eles não têm método. Bolsonaro é diferente. Pelos estudos da psiquiatria inglesa no século XIX, Bolsonaro se encaixaria em outra categoria: a dos psicopatas. Conversei com o psicanalista Joel Birman para entender essas fronteiras entre transtornos mentais. "A psicopatia não é uma loucura no sentido clássico, mas uma insanidade moral, um desvio de caráter de quem não tem como se retificar porque não sente culpa ou remorso". Os psicopatas são "autocentrados, agem com frieza e método". "Não têm método. Bolsonaro é diferente. Pelos estudos da psiquiatria inglesa no século XIX, Bolsonaro se encaixaria em outra categoria: a dos psicopatas.

Conversei com o psicanalista Joel Birman para entender essas fronteiras entre transtornos mentais. "A psicopatia não é uma loucura no sentido clássico, mas uma insanidade moral, um desvio de caráter de quem não tem como se retificar porque não sente culpa ou remorso". Os psicopatas são "autocentrados, agem com frieza e método". "Não têm empatia em relação ao outro, o que lhes interessa é o que lhes convém". A palavra psicopatia vem do grego psyché, alma, e pathos, enfermidade.

A pandemia só tornou esses traços de Bolsonaro mais gritantes. Desde os primeiros grandes gestos do presidente, ficou claro, disse Birman, que seus atos "são marcados por crueldade e violência". Proposição de liberar fuzis para civis. Proposição de acabar com os radares nas estradas. Proposição de não multar a falta de cadeirinha para crianças. Proposição de acabar com os exames toxicológicos para motoristas de caminhão, ônibus e carretas. Proposição de legalizar o garimpo predatório nas florestas e terras indígenas. Tudo isso é um atentado à vida.

Eu poderia lembrar o que muitos teimam em esquecer. Que Bolsonaro já era assim antes de ser eleito. Quem defende torturador e condena as vítimas, publicamente, no Congresso, não é uma pessoa que preza a vida. Não surpreende, portanto, que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, denuncie, sem meias palavras, a "política genocida" de Bolsonaro. O presidente pode trocar seu ministro da Saúde, mas será barrado pelo STF se insistir em condenar o isolamento social e ameaçar a saúde pública.

Ao criar uma realidade paralela, Bolsonaro desfruta sua liberdade de ir e vir sem se importar com as consequências de seu exemplo. Não só para velhos mas para jovens que também não resistem ao vírus. Ele refuta a ciência, ignora as normas sanitárias nacionais e internacionais, receita remédios polêmicos sem autoridade para isso, ironiza quem se isola, chamando a mim e a você de "moleques". Coloca em maior risco os pobres e vulneráveis. O presidente é uma temeridade ambulante.

Ao se recusar a divulgar o resultado de seu exame, despreza a população, se acovarda e age diferente dos homens públicos que honram seus cargos. Pode até ser que esteja imune após uma versão branda da Covid-19 e por isso se sinta apto a saracotear pelas ruas e padarias, mexendo em dinheiro e comida, enxugando o nariz e apertando as mãos do povo aglomerado. Bolsonaro não é tosco. Nem burro. Nem inconsequente, leviano ou louco. Vamos chamá-lo pelo adjetivo correto? Bolsonaro é perverso, ao estimular um comportamento de altíssimo risco.

A OMS classifica a psicopatia como um transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais. A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, autora do livro Mentes perigosas, diz que a "psicopatia não é uma doença, é uma maneira de ser". O psicopata, segundo ela, sempre vai buscar poder, status e diversão. Enxerga o outro apenas como um objeto útil para conseguir seus objetivos.

Todos nós precisamos reagir a Bolsonaro. É urgente. Não podemos nos tornar cúmplices no crime de lesa-humanidade. Omissão também mata.

sábado, 16 de maio de 2020

A MESSE É GRANDE, MAS OS OPERÁRIOS SÃO POUCOS


Por Lincoln de Britto Santos.

Mais uma vez o processo eleitoral brasileiro está sendo marcado pela mediocridade, onde partidos políticos e igrejas não estão economizando hipocrisia para chegar mais uma vez no seu objetivo final que é enganar e iludir o povo.

Um país que em pleno século XXI ainda passa por problemas absurdos como trabalho escravo, que ainda não resolveu o problema da água no nordeste, milhares de pessoas que não tem acesso a saneamento básico, a energia elétrica, que ainda convive com o analfabetismo não pode se dar ao luxo de reduzir seu processo eleitoral em duas discussões, em dar ou não o direito dos homossexuais legalizarem sua situação frente à lei, e tornar ou não legal o aborto.

Claro que são questões que a sociedade deve discutir, são temas polêmicos, mas o processo eleitoral não pode se prender apenas a essas duas questões, afinal o país precisa urgentemente de propostas para enfim resolver os diversos problemas que tanto afligem nossa população.

Tantos problemas de um lado e poucas propostas de outro, assim se resume a campanha eleitoral, partidos políticos que se acusam a todo o momento, dizendo que o fracasso que nação se encontra é graças ao partido x ou y, todos se acusam, todos trocam “alfinetadas” e o povo cada vez menos sabe quem é responsável por encaminhar o país a essa barbárie.

O PT acusa o PSDB de ser o responsável por todo o caos, já o PSDB diz que ao contrário. Quem diz a verdade? Eis o Mistério. Nunca saberemos de fato quem é o responsável, os dois partidos tiveram oito anos cada um para por fim as diversas deficiências que aleijam o Brasil. Vidas pessoais estão sendo expostas para melhor ofender e desmoralizar o adversário. Parecem apostar que partido tem mais corruptos e qual deles é mais desonesto, será Paulo Preto ou José Dirceu? Quem fez mais ou menos pelo Brasil durante os oito anos que cada partido teve para dirigi-lo?

E por fim vêm igrejas, tumultuando ainda mais o processo eleitoral na tentativa de impor seus dogmas e verdades ao Estado que perante a lei é laico. A religião mais uma vez usa da demagogia para tentar de novo passar a imagem de que está interessada em mudar o mundo, mas todos nós sabemos que quando teve a oportunidade pouco fez e ainda continua pouco fazendo em prol dessa causa.

Portanto, políticos e religiosos chega de discursos vazios e promessas, o povo tem sede de pão e justiça, o povo quer seus direitos, quer trabalhar, quer ter um teto, quer comer, quer se divertir, quer dar um futuro melhor aos seus filhos, quer cultura e educação, quer saúde, quer gente que faz, não mais quer gente que apenas discursa, portanto, chega de hipocrisia, e aos canditados eleitos e ao futuro presidente do país, mãos a obra.

Professor Lincoln de Britto Santos, pós-graduado em História pela Fafipa-Paranavaí.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

O famigerado dinheiro


A quem devemos atribuir o caos em que está mergulhada toda humanidade?
O que leva o homem tornar-se um ser corrompido? Onde está a causa de toda desgraça do mundo?

Estas questões têm uma única resposta: O dinheiro. O vil metal é o responsável pelo precipício em que caímos, toda nossa maldição é conseqüência do apego humano a este entorpecente que transforma o homem na mais abominável criatura.

A culpa dos males sociais está no dinheiro, por ele, mata-se, rouba-se e engana-se. Pelo vil metal nós competimos, para possuí-lo, somos medidos, avaliados e escravizados. Na necessidade de tê-lo, o homem abre mão de seus princípios, cospe em sua honra, joga fora a sua liberdade e perde a sua vida.

Droga alguma é mais letal a razão do que o dinheiro. A dependência humana por este alucinógeno tem feito a raça se exterminar. Não fosse a sede incessante pela moeda, o homem seria um ser mais evoluído e se não houvesse toda essa ganância por parte deste mesmo homem em possuir cada vez mais o dinheiro, ele não seria esta vergonha sem escrúpulos que conhecemos.

Quando o homem entender que a saúde física e mental são bens com valores desmedidos, começaremos a viver na sociedade dos nossos sonhos. O Tumor maligno que mais tem matado os seres racionais chama-se dinheiro. Não fosse a busca, a necessidade e o desejo incontido por este ópio, não estaríamos inseridos neste genocídio que não cessará enquanto a humanidade não deixar de se corromper por esta tentação.

Pelo dinheiro, os bípedes implumes se deixaram prostituir e a situação destes seres racionais torna-se cada vez mais insustentável, o futuro da humanidade está comprometido, devido a toda essa dependência em torno do dinheiro.

O dinheiro é o deus da humanidade, nenhuma outra divindade criada pelo homem para adestrar e dominar seu semelhante recebeu mais dedicação e adoração por parte dos seres dotados de razão do que o dinheiro.

Pelo deus moeda o homem rompe as barreiras do absurdo, deus algum está tão impregnado no subconsciente humano e recebe mais amor de seus servos do que o dinheiro.

O dinheiro é por sua vez a famigerada droga que destruirá a humanidade. Isto é preocupante, deprimente e estarrecedor. Mas devemos pensar nisso.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Devaneios na madrugada


Presencio neste momento a terceira badalada da hora matinal em uma madrugada de sul do mundo, no ermo, no fim do mundo. Lá fora, além da escuridão, um clima incomum dá à noite características únicas. O silêncio, vez ou outra é interrompido pelo longínquo ladrar de um cão ou pelo grito pouco amistoso de uma coruja maldizente ou ainda, pelo cantar histérico dalgum quero-quero que nunca dorme.

Em alguns instantes, a noite deixa audível os sons do silêncio, indecifráveis, misteriosos, talvez sejam os fantasmas, ou animais noturnos, ou ainda, seres irreconhecíveis que existem no além ou no imaginário das mentes que tudo pensa, são sons enigmáticos, idiomas, comunicações do que não existe e que são ouvidos apenas nas madrugadas por quem não dorme.

Ao longe a cidade adormecida, nesta noite gélida de princípios de agosto. E o pensamento deste pensador, segue a vagar, meditando, lembrando de muitas coisas, de tantos rostos, de tantas cenas. Uma mescla de sentimentos povoam meu cérebro, risos, melancolias, culpa, pena e tantos outros sentidos habitam minha massa cinzenta,  onde ansiosamente conto o crepitar dos minutos que falsamente parecem vagarosos.

Quantas vidas, quantos sonhos estarão nascendo ou ceifando-se neste momento? E os devaneios continuam... De minha alcova, viajo a mundos, a passados e a planetas. No céu límpido cintilam estrelas majestosas. De vez enquando, algum meteorito incendeia-se na abóbada escura. Luzes longínquas dão sinais de vida e se exibem quais vaga-lumes distantes dando prova da existência de que alguém habita aquele afastado ermo.

Neste instante, a grande maioria dos humanos dormem, onde ao raiar do sol, buscarão suas vidas, se envolverão em suas ilusões. E o tempo não para...

Os devaneios são contínuos, os por quês, florescem em minha mente, me encontro acordado, em uma madrugada onde o frio não dá trégua, tal qual o que não se pode medir, um turbilhão de pensamentos manifestam-se em minha cabeça. A madrugada continua a noite impera em parceria com o frio, e eu sigo meditando, tecendo no tear imaginário a minha loucura e minha lucidez...

Neste embaraço de tantas cenas amontoadas em meu imaginário, concluo:

O PENSAMENTO É ALGO INCRÍVEL.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

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