Do blog da Jussara Midlej
Há 47 anos, no dia 31 de março de 1964, ocorreu o golpe militar no Brasil. Ali, com o nosso país sob o jugo político dos militares, o povo brasileiro amargou - entre os anos de 1964 e 1985 - um período de agruras e restrições: um tempo de ditadura militar.
No início dos anos sessenta, as lutas dos operários chegaram em seu auge com o Comando Geral dos Trabalhadores (CTG): este, ao conclamar seus pares à luta, em 1963, levou cerca de 700 mil trabalhadores às ruas para pedir a unificação da data-base dos acordos salariais. Era uma época de muitas greves, comandadas por pessoas que protestavam contra a contenção salarial com o intuito de reduzir a taxa inflacionária.
João Goulart (Jango - acima com Brizola), presidente do Brasil entre 1961 e 1964, tinha a pretensão de resolver esses problemas com as Reformas de Base. Uma das reformas seria a agrária, que, segundo ele, contribuiria para a expansão do mercado interno e para o desenvolvimento do país. Outras medidas seriam a elevação do salário mínimo no campo e a redistribuição de renda.
Havia, dentre outras questões, o temor das classes conservadoras de que o Brasil se tornasse comunista, pois as camadas populares ganharam mais espaço político no governo de João Goulart. Os partidos da oposição – a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático – acusavam o presidente de planejar um golpe de esquerda e de ser o responsável pelos problemas que os brasileiros enfrentavam na época. Os Estados Unidos também tinham esse temor e acabaram apoiando o golpe militar.
Assim, após o golpe, entre os anos de 1964 e 1985, a república militar governou o Brasil o que se caracterizou pela concentração do poder nas mãos do Executivo, pelo controle dos partidos e dos sindicatos, pela censura dos meios de comunicação, supressão de direitos constitucionais, perseguição política e repressão àqueles que eram opostos ao regime militar.
De muitos modos ocorria a resistência ao poder militar, desde os primeiros momentos do golpe: artistas de diversas áreas e músicos usavam metáforas para mandar mensagens ao público e, por conta disso, muitos foram presos, torturados, exilados. O MDB atuava em conjunto com partidos clandestinos, como o Partido Comunista do Brasil (PC do B) e o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), entre outros.
Muitas pessoas pagaram com a própria vida o preço da luta contra o regime opressor. Foram mutilados,torturados, assassinados, anunciados como suicidas e muitos tiveram seus nomes nos registros de desaparecidos.
Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresentava vários problemas: a lliberdade ainda era pequena, a inflação era alta e a recessão também. Enquanto isso, a oposição ganhava terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.
Em 1984, políticos de oposição, os artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participaram do movimento das Diretas Já e a abertura para tempos de redemocratização política começou a se consolidar.