Era manhã de sábado, dia 12 de
Outubro de 1974, Agostinho Arraes, jovem professor de artes marciais, trazia em
seu coração um misto de sentimentos que ia desde a ansiedade, passando pela
emoção até a felicidade plena. Era, pois, um sonho que se realizava, nascia
neste dia Academia de Judô Os Dragões Independentes, um escola que fez história
e consequentemente, campeões, campeões estes, liderados pelo mestre que tem
como característica a sobriedade e a seriedade.
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Via: Professor Osmar Fernandes |
A academia de judô com prédio
próprio, situado na Avenida João Venâncio da Rocha N°542 é desde sua fundação
um orgulho para a pequena Nova Londrina, em suas dependências agregaram-se
campeões que se evidenciaram tanto no âmbito estadual quanto no nacional, uma
história que sempre conduziu seus alunos no bom caminho, com a sensatez de seu
líder Agostinho Arraes, ele, referência digno de reverência aos profissionais
de judô.
Uma história de tradição e
longevidade não vem acompanhada unicamente de flores, a luta renhida, o
trabalho árduo e a seriedade não foram suficientes para poupar de adversidades a
menina dos olhos de Agostinho Arraes, a conhecida Academia de Judô Os Dragões Independentes,
seguia seus dias no tempo que nunca para e antes de completar sete anos de
atividades, ela sofre um golpe doído...
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Foto/Vilmar Toledo |
Eram as primeiras horas da tarde
de uma segunda-feira , 27 de Maio de 1981, um vendaval repentino castigou a
cidade de Nova Londrina, colocando abaixo muitos telhados, muitas paredes e
consequentemente, muitos sonhos, o contratempo não defendeu a academia do
professor Agostinho, o castelo do rei ruiu-se, e ele escapou por providência
divina, pois, poucos minutos antes estivera no prédio que naquele instante
viera abaixo.
Era um sonho interrompido? A
princípio parecia que sim, porém, toda tempestade antecede uma bonança. Os bons
ventos vieram, os ruins se foram, o impacto negativo daquele dia também passou,
o bom guerreiro não se entrega antes da hora final, a fé e a perseverança faz
vicejar o sonho, a vida imita a mitologia e tal qual a fênix que ressurge das
cinzas, a Academia de Judô Os Dragões Independentes ressurgiu sob os escombros
deixados pelo vendaval.
Com a fibra dos guerreiros, o
Dragão não adormeceu e a academia seguiu adiante seus passos, na defesa de seus
intentos, atento, rompendo as barreiras e os vendavais, derrubando a
desesperança, golpeando as dificuldades e escrevendo sua história campeã em
formar campeões.
Quarenta e cinco anos nos separam
daquele 12 de Outubro de 1974, Professor Agostinho Arraes segue de pé com sua academia, olhando com
orgulho seu patrimônio e descansado na paz de consciência de seu dever cumprido
e do seu sonho realizado. O Dragão não adormece, sente que não é hora, não é
tempo de parar.
Outros contratempos vieram, mas,
a caminhada continuou, o mestre tem seu respeito e seu legado, seu trabalho
rendeu frutos e não foi em vão, Agostinho Arraes se emociona quando relembra
que teve seu trabalho reconhecido pelo mestre em judô Roberto Nagahama, quando
este o felicitou por ser responsável pela formação do professor em Judô Douglas
Violin, filho de Nova Londrina e hoje ministrando aulas na Universidade
Estadual de Maringá (UEM).
A história da Academia de Judô Os
Dragões Independentes segue viva na força de vontade e no amor pela causa do
Sensei Agostinho Arraes, o mestre está na ativa, exercendo seus conhecimentos e
contribuindo para a perpetuação desta arte milenar aqui em Nova Londrina, hoje
em nome de sua academia, Agostinho Arraes presta seu serviço atendendo no Caiuá
Country Club, quarenta e cinco anos depois de ter nos enriquecido com a
construção de sua academia.
Ao professor e sua escola externamos
nossos parabéns, além da gratidão por nos ensinar a perseverança e o caminho do
bom senso, que os bons ventos estampem em seu semblante os sorrisos da
consciência tranquila do dever cumprido. Obrigado professor pelo seu trabalho e
pela Academia de Judô Os Dragões Independentes.
Salve 12 de Outubro de 1974 –
Viva a Academia de Judô Os Dragões Independentes do professor Agostinho Arraes.
Mateus Brandão de Souza