Foto/Ricardo Drummond Macedo |
Em assembleia geral realizada ontem à tarde, a maioria dos
professores da rede estadual decidiu pela suspensão da greve da categoria. No
entanto, os docentes do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato)
votaram pela manutenção do estado de greve e o retorno das aulas apenas na
segunda-feira (5 de maio). A assembleia foi realizada no Expo Unimed Curitiba,
centro de eventos no bairro Campo Comprido.
“De olho”
O diretor do sindicato, Hermes Leão, explica que os
professores optaram por acatar as propostas do governo do estado. “Mas
continuaremos em permanente estado de greve acompanhando a implantação dessas
propostas. Caso o governo descumpra o que foi acordado, uma nova assembleia
deve ser convocada”, afirma.
Ao todo, 4,3 mil professores participaram do debate.
“Visualmente a grande maioria optou pela suspensão da greve”, completa Leão.
Hoje, os comandos de greve regionais devem se reunir em suas cidades para
debater a suspensão da greve.
Segundo Leão, cada colégio vai se planejar para realizar as
reposições das aulas. “As aulas serão repostas. Assumimos esse compromisso.
Cada escola irá adequar-se ao calendário e enviar a proposta de reposição aos
Núcleos Regionais de Educação”, informa Leão. Os professores estavam em greve
desde a última quarta-feira, 23 de abril.
Controvérsia
Embora o APP-Sindicato tenha votado o início das aulas para
segunda-feira, o secretário de estado da Educação, Paulo Schmidt, determinou a
retomada das aulas imediatamente hoje em todas as escolas da rede estadual do
Paraná. “A volta imediata das aulas foi uma das condicionantes do governo do estado
nas negociações, pois não existe mais motivo para os alunos continuarem sem
aulas”, disse Schmidt, por meio da assessoria de imprensa.
Com o fim da paralisação, a Seed encaminhará, nos próximos
dias, orientação aos 32 Núcleos Regionais de Educação sobre a reposição das
aulas perdidas. Segundo o secretário será avaliado o impacto da paralisação nas
várias regiões do estado. Os Núcleos Regionais de Educação serão responsáveis
pela análise dos documentos e para assegurar a efetivação da reposição das aulas.
Propostas
Confira as principais ofertas do governo estadual, agora em
análise pelos professores:
Hora-atividade
Implantar, a partir de agosto, uma compensação financeira
pela diferença da hora-atividade, e torná-la efetiva na distribuição das aulas
do ano que vem. Hoje são realizados 30% de hora-atividade.
Atrasados
Efetuar o pagamento de promoções e progressões atrasadas em
três parcelas (junho, agosto e novembro). Segundo o APP-Sindicato, o governo do
Paraná deve R$ 100 milhões aos professores e funcionários, em um atraso de um
ano e meio.
Salário
Governo oferece apenas aumento pela inflação, estimado em
6,5%, em maio. O pedido do sindicato era de 8,32%.
Saúde
Formação de um comissão de estudos sobre o Sistema de
Assistência à Saúde (SAS) dos funcionários públicos do Paraná.
PSS
Encaminhamento, pela Secretaria de Estado da Educação, de
uma proposta de alteração da lei que regulamenta a contratação por Processo
Seletivo Simplificado (PSS), que passará a contar como tempo de serviço para
fins de estágio probatório no caso de aprovação em concurso público, e também
aumentará a remuneração de quem possuir pós-graduação.
Marcha
Professores da rede estadual de ensino no Paraná realizaram
ontem um ato em frente ao Palácio Iguaçu. A mobilização consistiu em realização
de discursos de autoridades vinculadas à categoria, e ocorreu após a Marcha da
Educação, iniciada pelos professores às 10 horas na Praça Santos Andrade, no
Centro de Curitiba.
O APP-Sindicato estima que o ato reuniu cerca de 20 mil
professores, vindos do Paraná e também de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A
Polícia Militar, por sua vez, estimou o número de participantes em 10 mil
pessoas.
Fonte: Gazeta do Povo