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domingo, 31 de janeiro de 2021

Brasil já tem quase 27 milhões de miseráveis após fim do auxílio emergencial

 

Foto reprodução

Os dados são preocupantes. Pelo levantamento, o número de brasileiros vivendo na extrema pobreza é maior que a população da Austrália.

Segundo projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV), já são quase 27 milhões de brasileiros que vivem na miséria após o fim do pagamento do auxílio emergencial. Com base nos dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio (Pnads), neste janeiro, 12,8% da população passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês (R$ 8,20 ao dia).

“Com o fim do auxílio emergencial em dezembro, 2021 começou com um salto na taxa de pobreza extrema no Brasil. O país tem hoje mais pessoas na miséria do que antes da pandemia e em relação ao começo da década passada, em 2011”, diz reportagem de Fernando Canzian no jornal Folha de S.Paulo deste domingo (31).

Os dados são preocupantes. Pelo levantamento, o número de brasileiros vivendo na extrema pobreza é maior que a população da Austrália.

“Trata-se de um aumento significativo na comparação com o segundo semestre de 2020, quando o pagamento do auxílio emergencial a cerca de 55 milhões de brasileiros chegou a derrubar a pobreza extrema, em agosto, para 4,5% (9,4 milhões de pessoas) —o menor nível da série histórica”, revela a reportagem.

Segundo o estudo, a taxa neste começo de década é maior que a do início da anterior (12,4%) e que a de 2019 (11%). “O efeito negativo da pandemia sobre a renda dos mais pobres já tenderia a ser prolongado levando-se em conta a recuperação difícil que o Brasil tem à frente (quase sem espaço no Orçamento público para novas rodadas de auxílio emergencial), o aumento das mortes pela Covid-19 e o atraso no planejamento da vacinação”.

Com informações do jornal Folha de S.Paulo

Via – Portal Vermelho

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Meus trabalhos

 

Nessa vida aperreiada
De excluído do sistema
Eu já fiz de tudo um pouco
Já fui frentista de posto
Fui poeta e fui poema

Já trabalhei de padeiro
Oreia seca em construção
Já fui vendedor de foto
Fui colhedor de algodão

Já vendi móvel e eletro
Trabalhei de almoxarife
Fui vigilante noturno
Trabalhando no escuro
Sem ter na mão faca ou rifle

Eu também já fui porteiro
Fui professor de História
Fui atendente de mesa
Já fui mão a palmatória

Sou vapor que move a máquina
Usado na mais valia
Fui entregador de compra
Balconista em padaria

Já quebrei milho na roça
No sol quente o dia inteiro
Conduzi carro de som
Propaganda e difusão
Mas nunca tenho dinheiro... 


quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Agora um verso

 


Desde que me candidatei
Minha vida tem mudado
Virei mito, presidente
Querido por muita gente
Sou ídolo adorado
Gosto de falar besteira
Conversa sem eira nem beira
Dou coice pra todo lado
Não aliso os inimigo
Bajulo quem tá comigo
De civil até soldado
Gosto muito da função
Tô amando minha gestão
Tô me sentindo honrado
Mas o que eu gosto mesmo
Calculando ou a esmo
Na caixinha ou enlatado
Digo sem titubeá
Gosto muito de comprá
O tal leite condensado...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Projeto internacional mostra Brasil entre piores fracassos da pandemia

 Projeto internacional, liderado pelas Universidades de Harvard e de Cornell, compara como países de 5 continentes vêm atuando em termos de saúde pública, economia e política. Controvérsias entre ministros da saúde e presidente da República revelam a gravidade do fracasso brasileiro.

A transferência arriscada e cara às pressas de pacientes de hospitais em colapso para outros estados foi uma das imagens mais trágicas da gestão da pandemia no Norte do país. Marco Santos

Por Cézar Xavier

No Portal Vermelho

Brasil, Índia, Itália, Reino Unido e Estados Unidos representam os maiores fracassos de resposta à Covid e, por isso, foram classificados como países “caóticos” pelo projeto Comparative Covid Response: Crisis, Knowledge, Politics (CompCoRe). China, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan como países “de controle” e Alemanha, Austrália, Áustria, França, Japão, Holanda e Suécia como “de consenso”. Pesquisadores de cada um desses países colaboraram com estudos de caso para a comparação.

Esta informação foi divulgada pela publicação de resultados preliminares de um estudo comparativo entre 16 países do impacto às respostas governamentais relacionadas a saúde pública, economia e política durante a pandemia da Covid-19. A publicação do estudo foi feita pela Universidade de Cornell e a Universidade de Harvard, ambas nos Estados Unidos.

Um dos dados mais reveladores do fracasso brasileiro foi a controversa demissão do popular ministro da saúde após a defesa de medidas de quarentena impostas por governadores e prefeitos, mas criticadas como economicamente ruinosas por Bolsonaro. Seu sucessor renunciou poucos dias depois, tornando o Brasil o único país do mundo à deriva em termos de gestão da pandemia durante algum tempo. Seguindo a deixa da postura pública de Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro zombou do vírus e defendeu uma política inviável de “isolamento vertical”, visando atingir os que correm mais risco e ao mesmo tempo manter a economia aberta. O número de mortos da Covid-19 no Brasil subiu para o segundo maior do mundo.

O projeto CompCoRe foi financiado pela National Science Foundation, agência governamental americana que promove o progresso da ciência, e pelo Schmidt Futures, instituição privada que busca aproximar cientistas da política pública. Os docentes e pesquisadores que participaram do estudo brasileiro foram Marko Monteiro e o pesquisador de pós-doutorado Alberto Urbinatti, da Unicamp, Gabriela Di Giulio, Ione Mendes e Felipe Reis, da USP, e Philip Macnaghten, da Universidade de Wageningen, na Holanda.

O Brasil está entre os países que mais chamaram atenção no estudo. Para Alberto Urbinatti, “a Covid-19 explicitou e aprofundou questões pré-existentes em cada país. Isto fica bastante evidente no caso brasileiro: uma intensa polarização política pré-existente deu o tom das respostas à pandemia, principalmente no que diz respeito às controvérsias que surgiram em torno das responsabilidades federal, estadual e municipal com as medidas de combate à Covid-19”. O relatório preliminar do estudo apresentou 3 tipologias diferentes de pensar as relações entre as respostas à pandemia e a forma como a sociedade aceitou ou reagiu a elas.

Mitos desmascarados

Os resultados preliminares do projeto indicam falácias comuns aos diferentes países analisados que, segundo os pesquisadores, precisam ser evitadas.

Os cinco principais lugares comuns que se mostraram falhos como referência para o combate à pandemia foram:

1) uma pandemia pode ser gerenciada por um “manual”. São poucas as normas que se aplicariam a todos os casos, realidades e novos eventos. Alguns países abandonaram manuais de pandemia para aplicar políticas públicas novas e bem sucedidas, assim como outros não entraram em consenso sobre seus manuais e acabaram fracassando;

2) em situações de emergência, as políticas públicas são mais importantes do que o contexto político; ou seja, o contexto político se mostrou definidor das políticas públicas ou ausência de sua aplicação, como nos casos em que polarizações raciais e econômicas se acentuaram e criaram desconfianças da elite governante ou no caso de sociedades consensuais em que se reforçaram os laços de solidariedade para o sucesso do enfrentamento;

3) os indicadores de sucesso e fracasso são sempre nítidos e os resultados podem ser bem definidos e medidos objetivamente. A pandemia mostrou que os dados podem ser escolhidos politicamente e valorados de forma diferente; especialistas divergem sobre quais indicadores são mais importantes e que decisões foram mais importantes para definir um quadro.

4) o assessoramento por cientistas permite que os formuladores de políticas definam as melhores políticas públicas em todos os casos. Em muitas localidades, as recomendações de cientistas se confrontaram com as dificuldades e desigualdades enfrentadas pelos gestores, pelas disputas político-ideológicas, assim como com o cansaço da população em lidar com o prolongamento de quarentenas; Cientistas não falam com uma única voz, divergem em diagnósticos e resultados, como demonstram as experiências de Brasil, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos, por exemplo.

5) a desconfiança no assessoramento dado pelos especialistas em saúde pública reflete um “analfabetismo científico”. Este lugar comum se choca com a politização do debate e a estratégia intencional de gestores em desinformar a população desacreditando os cientistas para impor suas vontades políticas. Na experiência internacional se observa o estrelismo de certos cientistas que se confronta com ideias divergentes de pares, assim como a evolução da pandemia altera as percepções e decisões de especialistas, como Fauci, nos EUA, que mudou sua posição sobre uso de máscaras ou cientistas que mudaram sua posição sobre imunidade de rebanho e lockdowns. Muitas desconfianças sobre vacina derivam de países desiguais e conflituosos onde diferenças sociais definiram a marginalização e exploração de grupos sociais.

“Esses pontos derivam do debate sobre casos bastante diversos. Não são pontos que buscam delimitar ‘regras’, mas indicam fortemente uma necessidade de levar em conta que os fracassos de política pública e resposta à pandemia, cujos casos mais paradigmáticos são os Estados Unidos e o Brasil, devem-se não necessariamente à ausência de boas políticas públicas ou a uma ausência de bons cientistas e conhecimento, mas pela forma como tais conhecimentos e protocolos sanitários conhecidos foram ignorados ou preteridos por conta de disputas políticas, como no caso brasileiro”, aponta Marko Monteiro.

Um dos objetivos do projeto foi justamente dar soluções rápidas, bem fundamentadas e que pudesse ajudar a orientar a própria resposta dos países à pandemia. Os resultados reforçam a importância de se proteger a economia e os empregos a longo prazo e identifica que as melhores respostas de saúde pública estão relacionadas tanto a fatores biológicos, como biologia molecular, clínica médica e epidemiologia, quanto a fatores sociais, como o comportamento humano. O contexto político de cada país também é responsável pelos avanços ou retrocessos em políticas públicas.

Segundo Alberto Urbinatti, o projeto aponta nas suas conclusões questões necessárias para pensar um ‘novo globalismo’ do século XXI. As vacinas, por exemplo, “evidenciaram questões de ética e ciência em um palco global, criando novas redes de interação e conflitos políticos”. Para Marko Monteiro, dados os problemas em produzir vacinas, destaca-se a “necessidade de produzir um novo pacto global, além de um pacto social internamente a esses países, a respeito do papel da ciência nas tomadas de decisão. Um novo globalismo pode representar uma forma de reorganizar tanto cadeias de produção e relações comerciais, quanto as instituições de alcance global que participam da governança desses eventos, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). São questões centrais para os anos futuros”.

Estados Unidos: Apesar das impressionantes conquistas dos EUA em biomedicina e extenso planejamento para preparação para pandemia, o histórico dos EUA em lidar com a crise de saúde pública da Covid-19 está entre os piores do mundo, conforme evidenciado pela incidência absoluta de fatalidades, perturbação econômica contínua, e extrema desordem política.

Alemanha: Uma resposta eficaz em nível nacional manteve a incidência per capita na Alemanha mais baixa do que em muitos de seus vizinhos em todas as ondas de transmissão que atingiram a Europa. Em contraste com os EUA e o Brasil, a resposta econômica alemã enfatizou a preservação de empregos e relações econômicas, o que resultou na preservação da estabilidade e da ordem social. As medidas de emergência foram amplas e inclusivas e não produziram controvérsias significativas em torno da ciência ou das políticas do tipo visto em muitas outras nações.

Taiwan: uma ação rápida de um oficial júnior do ministério da saúde que ouviu falar do surto de Wuhan no Twitter em 31 de dezembro de 2019 levou as autoridades de saúde a interceptar voos de chegada naquele mesmo dia e ajudou a impedir a propagação da Covid-19 em Taiwan, um país insular, quase imediatamente. As autoridades identificaram até o momento 776 casos de Covid-19 e 7 mortes. O crescimento esperado do PIB para 2020 caiu de 2,5% para 1,1%, mas ainda deixou Taiwan na rara posição de projetar crescimento positivo para o ano.

Índia: com o segundo maior número de casos e o terceiro maior número de mortes no mundo, a Índia foi duramente atingida pela Covid-19. No entanto, os números absolutos não contam a história completa, o que teria que ser responsável por grandes diferenças regionais nas taxas de letalidade relatada. Um elemento único da resposta indiana foi um bloqueio repentino e drástico que levou dezenas de milhões de trabalhadores migrantes de volta para suas vilas, enfrentando graves dificuldades na estrada e enfrentando perspectivas econômicas de longo prazo incertas. A recuperação econômica da Índia pode ser muito mais problemática do que a recuperação da doença, onde a Índia, como grande fabricante de vacinas, desfruta de vantagens tecnológicas.

Holanda: O primeiro-ministro holandês anunciou um “bloqueio inteligente” com o objetivo de controlar o vírus, mas não o cidadão, que poderia ser considerado razoável e seguir os conselhos de especialistas de maneira adequada. Essa resposta contrastou com os bloqueios totais do Sul da Europa e a abordagem sem bloqueio da Suécia. Esse “bloqueio inteligente” funcionou bem no início, mas na segunda onda de casos no outono, o progresso foi em grande parte desfeito, fazendo com que a Holanda mudasse drasticamente sua resposta, especialmente com relação às máscaras.

China: após inação desastrosa durante as primeiras semanas cruciais do surto, quando as autoridades em Wuhan suprimiram informações e autoridades sanitárias internacionais não foram bem-vindas, o CDC central chinês implementou uma política de contenção com precisão militar. A máquina avançada de vigilância digitalizada foi mobilizada e milhões de cidadãos foram testados e examinados diariamente para febre. O tratamento em hospitais designados, combinado com o rastreamento de contato parcialmente eletrônico, controlou a doença e, subsequentemente, pequenos surtos locais foram suprimidos com sucesso.

Reino Unido: Apesar de ter um sistema de saúde público universal

amado e confiável por seus cidadãos, a contagem de casos per capita do Reino Unido permanece entre os mais altos do mundo e seu próprio primeiro-ministro foi hospitalizado com Covid-19 em um momento de imenso debate sobre políticas de contenção apropriadas. A fonte oficial de aconselhamento científico do governo, o Science Advisory Group for Emergencies (SAGE), foi contestado por um grupo não oficial que se autodenominou Independent SAGE, ou “indieSAGE” para abreviar, que se tornou uma voz de oposição clamando por uma ação de saúde pública mais rigorosa do que o governo conservador perseguia.

Austrália: Em contraste com outros sistemas federais, especialmente os EUA, o governo australiano reuniu uma resposta nacional unificada à pandemia. Pela primeira vez, o primeiro-ministro estabeleceu um Gabinete Nacional que incluía os chefes de todos os estados e territórios, sem levar em conta a filiação partidária para coordenar uma resposta de “tempo de guerra”. Bloqueios rígidos, restrições a viagens internacionais e domésticas, distanciamento social e testes, rastreamento de contatos e isolamento mantiveram a incidência e a mortalidade (908 mortes) em níveis baixos.

Repercursão

O relatório foi divulgado no evento global “Schmidt Futures Forum“, que ocorreu de forma online nos dias 12 e 13 de janeiro, no qual Tedros Adhanon, diretor-geral da OMS, fez a fala de abertura Adhanom ressaltou as disparidades globais no processo de vacinação que se iniciou em dezembro de 2020, além das diferenças de aderência às recomendações de saúde púbica mapeadas no estudo. Ele destacou também o papel central de sistemas públicos de saúde diante dessa e de futuras pandemias e clamou pelo envolvimento de toda sociedade nessas ações.

O jornal americano The New York Times citou o projeto em uma matéria publicada em 15 de janeiro, na qual ressalta a noção de “condições pré-existentes” sugerida no estudo para entender as diferenças de resposta dos países no mundo.

Com informações do Jornal da Unicamp

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Empresários reconhecem necessidade de volta do auxílio; Guedes resiste

 

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Tanto Bolsonaro quanto Paulo Guedes adotam discurso ambíguo. Não descartam a possibilidade de volta do auxílio, mas juram fidelidade ao mercado.

Com a nova onda de contágio da pandemia em meio a um cenário de desemprego e inflação, fica cada vez mais clara a necessidade da continuidade de alguma forma de proteção à população, seja por meio de uma reedição do auxílio emergencial ou outro programa de transferência de renda. Segundo Pesquisa Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de janeiro, 69% dos brasileiros que receberam o auxílio emergencial ainda não têm fonte de renda que substitua o benefício.

Matéria publicada nesta terça-feira (26) pela Folha de S. Paulo mostra que a necessidade de renovação do auxílio já é reconhecida por entidades empresariais. Representantes da Fecomércio SP, Confederação Nacional de Serviços (CNS) e Associação Brasileira de Varejo Têxtil (Abvtex) reconheceram a necessidade da ação do poder público, com retorno do benefício. Edmundo Lima, da Abvtex, defendeu ainda o resgate do programa do governo federal que permitiu a redução de jornada e salário para evitar demissões.

O representante da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) disse que é preciso ainda esperar o desenvolvimento da pandemia para avaliar se o retorno do auxílio será necessário. Os representantes da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) e Confederação Nacional dos Transportes (CNT) defenderam, respectivamente, ajuda dos governos estaduais e uma campanha de conscientização sobre o vírus em vez de fechamento do comércio.

A discussão de um novo auxílio emergencial é também um ponto de concordância entre os dois candidatos mais cotados para levar a presidência da Câmara dos Deputados, o bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ) que tem o apoio dos partidos de oposição.

Em resposta às pressões, tanto Jair Bolsonaro quanto Paulo Guedes têm adotado um discurso escorregadio. Não descartam a possibilidade, mas buscam assegurar ao mercado a manutenção do teto de gastos públicos e que qualquer benefício concedido será temporário.

Nesta segunda (25), Jair Bolsonaro disse que “auxílio emergencial não é aposentadoria” a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada. “A palavra é emergencial. O que que é emergencial? O que não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria. Lamento muita gente passando necessidade, mas a nossa capacidade de endividamento está no limite”, declarou.

Hoje, em evento virtual com investidores internacionais, Paulo Guedes disse que a recriação do auxílio implicaria no congelamento de despesas em áreas como educação e segurança pública. “Nós temos que ter muito cuidado. Quer criar o auxílio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado, pensa bastante. Porque se fizer isso não pode ter aumento automático de verbas para educação, para a segurança pública”, afirmou.

No mesmo evento, Jair Bolsonaro se comprometeu com o teto de gastos e prometeu acelerar privatizações, em uma tentativa de de acalmar o mercado após seu candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) não ter garantido a votação da privatização da Eletrobras e o presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior, ter anunciado sua demissão.

Jair Bolsonaro tem interesse pessoal na questão do auxílio emergencial, principalmente após perder a guerra da vacina contra a Covid-19 para seu maior adversário político, o governador de São Paulo, João Doria. Ele sabe que deve o aumento de sua popularidade ao benefício, cujo encerramento já começou a refletir em perda de apoio em pesquisas de opinião.

No entanto, também lhe é cara a sustentação do empresariado, que, por enquanto, ainda dá um voto de confiança à agenda liberal de Paulo Guedes. Em uma sinuca de bico, Bolsonaro vai acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo. Caso reedite o auxílio, está claro que será em moldes liberais – um valor bem menor do que os R$ 600 ou mesmo R$ 300 anteriores, direcionado a uma parcela menor da população. Caberá, portanto, ao Congresso Nacional lutar para que os brasileiros tenham a proteção adequada para atravessar mais uma onda da pandemia.

Via Portal Vermelho

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A pandemia piora a situação global do trabalho infantil

 

A situação do trabalho infantil piorou hoje devido à pandemia de Covid-19, por causa do aumento da pobreza que reverte o progresso na luta contra este flagelo, advertiu a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O fechamento de escolas e medidas restritivas estão agravando a situação em que os menores devem trabalhar para contribuir com a renda familiar, disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT, referindo-se aos 152 milhões de crianças que trabalham em todo o mundo.

Ressaltou que 'desde o início deste século, quase 100 milhões de crianças deixaram de trabalhar', entretanto, ele lembrou que situações de conflito e fragilidade como as vividas pela humanidade devido à pandemia de Covid-19 aumentam um problema que afeta uma em cada 10 crianças no mundo.

Atualmente existem 152 milhões de crianças afetadas pelo trabalho infantil, apesar de este número ter diminuído 38% na última década, de acordo com dados da OIT.

Quase metade dos casos de trabalho infantil são registrados na África (72 milhões), seguida da Ásia e do Pacífico (62 milhões), enquanto 70% dos menores que trabalham o fazem no setor agrícola, de acordo com várias organizações internacionais.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 108 milhões de crianças entre cinco e 17 anos são identificadas como trabalhadores agrícolas, um setor considerado um dos mais perigosos em termos de mortes relacionadas ao trabalho.

O diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Henrietta Fore, disse que o trabalho infantil tem sido exacerbado pelo aumento da pobreza, leis de proteção fracas e práticas culturais em alguns países.

Na última quinta-feira, 2021 foi inaugurado como o Ano Internacional para a Erradicação do Trabalho Infantil, aprovado pela Assembleia Geral da ONU em 2019, dentro das metas propostas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que exortam os governos a erradicar o trabalho infantil até 2025.

É um apelo para proibir e eliminar as piores formas de trabalho infantil - em particular, o recrutamento e uso de crianças soldados - e para acabar com todas as formas deste problema social.

Via – Prensa Latina

domingo, 24 de janeiro de 2021

Japão persiste em sediar suas Olimpíadas

 


O comitê organizador dos XXXII Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 ratificou hoje seu compromisso de celebrá-los com sucesso de 23 de julho a 8 de agosto de 2021, com segurança e rigorosos padrões higiênico-sanitários.

O anúncio foi feito pela referida comissão em seu site, garantindo que os preparativos para o evento continuem, apesar do surto de Covid-19 no mundo e no país, especificamente em sua capital.

A nota chega à arena pública, horas depois de o jornal britânico The Times publicar um trabalho no qual cita uma fonte próxima ao governo japonês, atestando que este havia determinado o cancelamento definitivo da justa olímpica.

De acordo com o artigo do jornal britânico, o Japão buscaria então se inscrever em Tóquio para sediar os Jogos de 2032, a próxima edição disponível após Paris-2024 e Los Angeles-2028.

A este respeito, também se apresentou a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, que negou o trabalho do The Times e garantiu que não há ideia de desistir da celebração dos Jogos de verão.

'Trabalhamos em coordenação estreita com o governo, o comitê organizador e o COI, e a verdade é que não houve discussão sobre anulação ou adiamento', disse Koike à mídia.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram adiados meses atrás devido ao surgimento e disseminação da pandemia causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que ainda mantém a comunidade internacional em alerta.

Porém, esta semana o diretor-geral da Tokyo-2020, Toshiro Muto, afirmou que a comemoração dos Jogos não tem um plano B, e que trabalharão para desenvolver a luta com sucesso, mas obedecendo a fortes protocolos sanitários.

A este respeito, o primeiro-ministro Yoshihide Suga, durante uma sessão do parlamento japonês, ratificou o compromisso de seu país de realizar a reunião de verão, enquanto o presidente do COI, alemão Thomas Bach, observou que não há motivos para cancelá-la.

Em declarações à agência Kyodo japonesa, o chefe do COI disse que ele e seu executivo, junto com o comitê organizador e as autoridades 'japonesas' estão totalmente focados em tornar os Jogos seguros e bem-sucedidos.

No entanto, alertou que há possibilidades de que a frequência dos adeptos do estádio seja limitada de forma a evitar possíveis infecções pela Covid-19, já que a prioridade, disse, é preservar a saúde dos envolvidos e dos adeptos.

Via – Prensa Latina

sábado, 23 de janeiro de 2021

Adeus medidas de Trump

 


O presidente estadunidense Joe Biden passou as primeiras 24 horas no cargo assinando uma série de ordens executivas invertendo medidas de seu antecessor, Donald Trump, incluindo algumas relacionadas à imigração, mudança climática, economia, injustiça racial e a pandemia de Covid-19.

Por Deisy Francis Mexidor  

Durante os primeiros 10 dias na sala oval – após a cerimônia de posse em 20 de janeiro – o democrata assinará mais de 17 portarias que tentarão limpar a imagem de mau governo que deixou o republicano nos últimos quatro anos.

'Trabalhar imediatamente', disse Biden ao inaugurar seu posto em sintonia com os desafios que se apresentam em um país polarizado, submerso em um mar de múltiplas crises.

Por isso ele insistiu em seu discurso de posse sobre a necessidade de unir os Estados Unidos, superar as divisões e buscar a paz. Foi assim que o novo presidente decidiu reentrar no Acordo de Paris sobre mudança climática e cancelar a saída de seu país da Organização Mundial da Saúde, dois passos que, na época, renderam ao Trump inúmeras críticas.

Além disso, ele emitiu outras disposições, como o uso obrigatório da máscara e o distanciamento para mitigar a propagação do coronavírus SARS-CoV-2, suspendeu fundos para a construção do muro anti-imigração na fronteira com o México e levantou a proibição de viagens de nações com populações majoritariamente muçulmanas.

Ele também insistirá em uma moratória sobre os contratos de exploração de combustíveis fósseis na zona de refúgio do Ártico e reverterá a controversa autorização para colocar e utilizar o oleoduto Keystone XL, causa dos protestos dos povos indígenas e ambientalistas.

Haverá também uma moratória federal sobre despejos e pagamentos de hipotecas federais até o final de março, bem como uma interrupção dos pagamentos de dívidas estudantis até setembro próximo.

Enquanto isso, ele deu luz verde à ordem para que todas as agências federais considerassem a equidade racial nos programas governamentais e acabassem com as práticas discriminatórias em uma abordagem para enfrentar o racismo sistêmico.

Na opinião dos especialistas, com este ponto de partida Biden solidifica sua aliança e poderia fortalecer o 'anti-Trumpismo' no tecido social para pôr um fim ao que o próprio governador chamou de 'uma era nefasta de demonização'.

Para James C. Early do Institute for Policy Studies, 'com a derrota dos apoiadores de Trump e sua saída da Casa Branca, a administração Biden-(Kamala) Harris enfrenta várias crises no contexto de uma profunda esperança, expectativas e exigências de 81 milhões de eleitores que os apoiam'.

Falando com Orbe via Internet, Early disse que os desafios mais urgentes para o atual presidente são as políticas internas e apontou o impacto de uma pandemia que já matou mais de 400.000 pessoas. Os Estados Unidos têm 'a taxa mais severa e mortal entre as nações mais desenvolvidas do mundo', disse ele.

Longe de decretar uma estratégia para conter o vírus, Trump teve um comportamento desastroso e 'sua política vulgar afetou desproporcionalmente as comunidades de cor, afros, latinos, idosos', disse Early, membro do Capítulo de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade naquele país.

Ele reiterou que o cenário nacional é difícil. Não se pode esquecer que 74 milhões de americanos votaram contra a plataforma política de Biden-Harris, 'muitos deles ainda são raivosos', enfatizou, 'com a crença de que a eleição (de 3 de novembro) foi fraudada'.

No Prensa Latina

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Venezuela, a crise em Manaus e o valor da dignidade humana

 “A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”.


Por Wevergton Brito

No Portal Vermelho

O drama da população em Manaus ficará marcado na história já trágica da Covid-19 no Brasil. Faltou o básico, oxigênio, enquanto sobra cloroquina, desespero e falácias difundidas pela máquina de propaganda enganosa a serviço do presidente Jair Bolsonaro.

Aliás, tirando pelo general Pazuello, o exército de fake news é o único exército que parece ter alguma eficácia prática no Brasil, ainda que para o mal.

Quem primeiro se mobilizou diante da tragédia manauara não foi o Governo Federal, cujo presidente e seus acólitos, mais uma vez, tiraram o corpo fora.

Ironicamente, foi o perseguido, apedrejado, sancionado, insultado, governo do presidente Nicolás Maduro quem, imediatamente e sem vacilação, estendeu a mão solidária ao povo brasileiro, colocando em primeiro lugar a vida humana e passando por cima de toda sorte de provocações do incrivelmente inepto e criminoso governo brasileiro.

E os venezuelanos e seu governo realmente tiveram, de fato, que passar por cima de muita coisa para que prevalecesse o sentimento humanista. Afinal, boa parte das enormes dificuldades cotidianas enfrentadas pela população venezuelana decorrem de sanções e bloqueios impostos pelos EUA e apoiados entusiasticamente pelo presidente brasileiro.

Mais do que isso, Bolsonaro e seu esotérico chanceler eram, sabidamente, defensores de uma agressão armada contra a Venezuela, solução que Bolsonaro pregou abertamente em mais de uma oportunidade.

Em conjunto com o moribundo governo Trump e outros parceiros de extrema-direita da região, como a Colômbia, Bolsonaro participou da fracassada manobra da falsa “ajuda humanitária” de 23 de fevereiro de 2019, que visava provocar um conflito na fronteira e justificar uma invasão armada contra o país vizinho.

Em obediência a seu amo em Washington, o capacho que utiliza a faixa presidencial brasileira reconheceu o desmoralizado Juan Guaidó como presidente da Venezuela e tentou, extraoficialmente (através da invasão criminosa da embaixada venezuelana em Brasília) e por meios oficiais, expulsar do Brasil os diplomatas venezuelanos, no que foi impedido pelo STF.

Mesmo com tudo isso, no dia 07 de agosto de 2020, por orientação de Nicolás Maduro, o Chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, escreveu uma carta ao seu homólogo brasileiro onde dizia, entre outras coisas:

“(…) a região da América Latina e do Caribe está passando por uma perigosa encruzilhada, tornando-se o epicentro global do crescimento da pandemia. Não há espaços ou desculpas para atrasar nossa responsabilidade histórica de enfrentar e reverter os terríveis efeitos deste vírus. É urgente uma ação coordenada entre nossos países, que compartilham uma extensa fronteira comum, bem como uma longa tradição de laços familiares, culturais, sociais e econômicos, especialmente nas vastas áreas limítrofes (…) Ministro, o Covid-19 não distingue ideologias ou tendências políticas (…) O mundo deve se unir para enfrentá-lo”.

A carta ficou sem resposta e menos de um mês depois o chanceler bolsonarista voltou ao ataque contra a Venezuela divulgando uma nota onde convocava o mundo a “unir-se para dar fim a esse regime atroz”.

Lembrando que em abril de 2020, o líder de Bolsonaro, Donald Trump, ao apertar as coisas em seu país em relação ao coronavírus, disse, textualmente, que não queria “outros países conseguindo máscaras”, pois podia faltar para o seu. Agora, o tal avião que iria para a Índia buscar vacina adiou “sine die” a viagem, pois o governo de extrema-direita do país asiático disse que não tem como atender ao Brasil.

Mas quando um governador (bolsonarista também, por falar nisso), Wilson Lima, solicita de forma desesperada ajuda à Venezuela, o governo bolivariano responde positivamente, sem hesitar. Em declaração ao Portal UOL, nesta sexta-feira (15), Wilson Lima diz “que a Venezuela foi o único país que se prontificou a ajudar o estado, após a crise pela falta de oxigênio”.

Ironicamente, à falsa ajuda humanitária de 23 de fevereiro de 2019, a Venezuela contrapôs, sem pedir nada em troca e sem intenções encobertas, uma ajuda humanitária verdadeira e urgente.

Franz Kafka dizia que a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana.

Podemos dizer que a frase também é verdadeira em relação ao seu sentido oposto: a ausência de solidariedade é uma característica que expressa a falta de respeito pela dignidade humana, bastando observar Bolsonaro e seus seguidores para comprovar o acerto dessa tese.

O gesto da Venezuela, vítima de tantos preconceitos, jamais será esquecido, tanto por seu valor imediato, no que tange à salvação de vidas, quanto pelo valor pedagógico que, mais dia menos dia, despertará de sua letargia as consciências embrutecidas no ódio cevado pela ignorância.

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Protagonistas de Friends se preparam para retornar à tela


Quase 17 anos após o fim de Friends, os protagonistas desta bem-sucedida série americana se preparam hoje para seu retorno juntos à telinha, em uma proposta diferente de antes. Como confirmado por Lisa Kudrow (Phoebe Buffay), em uma entrevista no podcast de Rob Lowe, 'Já gravamos algumas partes. Fiz uma pré-gravação, então com certeza faremos, porque já gravamos algo.'

Ele adiantou que o especial não é um renascimento ou uma continuação dentro do campo da ficção, já que 'não interpretaremos nossos personagens. Somos nós nos encontrando, o que é algo que não costuma acontecer muito e nunca aconteceu na frente de outras pessoas desde 2004 quando terminarmos'.

Anunciado desde fevereiro de 2020, o retorno parece ocorrer após complicações diferentes, desacordos, atrasos e o impacto da pandemia Covid-19, que causou adiamentos nas filmagens, embora não na data de lançamento estimada.

De fato, a crise de saúde causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 reviveu o legado desse projeto, cujos capítulos marcaram as listas de reprodução de streaming mais importantes no estágio de confinamento.

Os seis integrantes do elenco (Jennifer Aniston, Courteney Cox, Matt LeBlanc, Matthew Perry, David Schwimmer e Kudrow) voltarão, pela primeira vez às telas, para relembrar a década que deram à série (1994-2004) e após várias atrasos na agenda da reunião.

A atriz ressaltou ainda que espera estrear a nova série na próxima primavera, o que indica que entre março e abril ela poderá ir ao ar, embora ainda não haja confirmação oficial.

Via – Prensa Latina

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Joe Biden prepara medidas para seus primeiros dias de governo

Em meio aos preparativos para a posse, a equipe de transição do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, prepara hoje um conjunto de medidas urgentes para os primeiros 10 dias de governo.

Em um memorando distribuído à grande mídia dos EUA no sábado, os assessores de Biden descrevem essas ações executivas como uma medida urgente para lidar com as crises mais sérias da história moderna do país.

Ron Klain, o novo chefe de gabinete do próximo chefe da Casa Branca, escreveu no documento que as ordens se concentrarão na 'crise de saúde da Covid-19 e seu impacto severo resultante, mudança climática e igualdade racial'.

O funcionário disse que as disposições serão acompanhadas por uma agenda legislativa 'forte' e visam trazer alívio para milhões de americanos que lutam com essas situações terríveis.

Ele acrescentou que o presidente eleito tomará medidas, não só para reverter os danos mais graves da administração do governante republicano Donald Trump, 'mas também para começar a fazer nosso país avançar'.

O novo chefe de Estado começará a implementar as medidas na quarta-feira, dia de sua posse, com o que Klain disse ser cerca de uma dezena de ordens executivas sobre os temas mencionados.

O líder eleito também planeja reincorporar o país ao acordo de Mudança Climática de Paris e desfazer a proibição de viagens aos Estados Unidos para cidadãos de sete países de maioria muçulmana, medida implementada por Trump.

Biden também emitirá uma cláusula para o uso obrigatório de máscaras faciais como um requisito para permanecer em terras ou instalações de propriedade federal e em viagens interestaduais, e também estenderá uma pausa sobre despejos e hipotecas.

Além disso, planeja tomar medidas para mitigar a propagação expandindo os testes para Covid-19, protegendo os trabalhadores e estabelecendo padrões de saúde claros.

A Casa Branca dedicará os oito dias restantes para instruir seu gabinete a promover ajuda econômica com o objetivo de aliviar os efeitos da pandemia e tomar medidas executivas em questões como a reunificação de crianças separadas de suas famílias após cruzarem a fronteira, entre outras.

O esforço ocorre enquanto o Senado se prepara para o segundo impeachment do presidente Trump, nos primeiros dias do governo Biden.

Embora a equipe de transição não tenha delineado muitos componentes de sua próxima agenda legislativa, o próximo chefe da Casa Branca implementou um plano de US $ 1,9 trilhões para combater os danos do coronavírus SARS-CoV-2, no máximo prioridade para a nova administração.

Via – Prensa Latina

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Primeira pessoa vacinada é enfermeira negra do Emílio Ribas em SP

 Mônica Calazans tem 54 anos e é linha de frente no combate ao coronavírus. Ela é do grupo de risco: obesa, hipertensa e diabética.


No Brasil 247

A primeira pessoa vacinada com Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan, será uma enfermeira negra que trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, segundo coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

Mônica Calazans tem 54 anos e é linha de frente no combate ao coronavírus. Ela é do grupo de risco: obesa, hipertensa e diabética.

Mesmo assim, no auge da pandemia do coronavírus em maio, ela decidiu se inscrever para as vagas de enfermagem abertas no regime de CTD (Contrato por Tempo Determinado). Antes disso, ela foi auxiliar de enfermagem por 26 anos.

A vacinação se iniciou no Hospital das Clínicas em São Paulo, neste domingo, 17, assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou os imunizantes.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Vacinas Covid-19 da AstraZeneca chegarão ao Brasil no sábado

 


Pelo menos dois milhões de doses da vacina Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e pela empresa anglo-sueca AstraZeneca, chegarão ao Brasil no próximo sábado, informou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Antes da imprensa, ele especificou que um avião, alugado pelo governo federal, parte nesta quarta-feira com destino a Nova Déli para recolher a carga do laboratório Serum. 'É hora de viajar, pegar e trazer, você tem o documento de importação em mãos (…).

Então, quando você tem o cargo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a gente tem material para distribuir e capacidade de vacinar em todo o país ', disse.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada à pasta da saúde, entregou o pedido de uso emergencial da vacina à Anvisa no dia 8 de janeiro. Quando dias depois o órgão regulador anunciou que a reunião para definir a autorização de emergência está marcada para o próximo domingo.

O ministro explicou que ainda em janeiro, a partir da divulgação da Anvisa, o governo terá oito milhões de doses dos dois tipos de vacinas contra a Covid-19 para injetar na população. Serão seis milhões de porções do CoronaVac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan de São Paulo em associação com o laboratório chinês Sinovac, e esses dois milhões da vacina Oxford importada da Índia. Pazuello esclareceu que demorará três ou quatro dias para começar a distribuição do medicamento aos estados após a aprovação da agência.

O Brasil, um dos epicentros globais da pandemia, com mais de 204 mil perdas humanas e oito milhões de infecções, ainda não tem data definida para iniciar a vacinação em massa contra Covid-19 devido ao atraso dos laboratórios no registro de suas drogas e diferenças entre autoridades.

Via – Prensa Latina

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Soberana, a vacina de Cuba contra a Covid-19

 Ilha caribenha desafia bloqueio econômico dos EUA e desenvolve duas versões de vacinas com tecnologia e recursos próprios.

Moradores de Havana caminham de máscara como medida de prevenção contra a Covid i Foto: Ernesto Mastrascusa/EPA

Por
Mali S. Gonzales

No Portal Vermelho

Em 10 de outubro de 2020, uma mãe vai ao médico, alarmada pela febre de sua filha de 5 anos. Tosse, calafrios, altas temperaturas. Embora a menina não saia de casa há vários meses devido ao lockdown obrigatório, a mãe decide seguir seu instinto e não esperar muito tempo para levar a criança até uma clínica. Elas vivem em Havana, Cuba.

A chegada de uma criança com esses sintomas desencadeia o protocolo de cuidados contra a Covid-19 e a menina é enviada para um centro de isolamento. O hospital pediátrico conhecido como La Balear, no município de San Miguel del Padrón, acolhe a mãe e a filha. As condições materiais não são as melhores, mas há um grupo de médicos e enfermeiros que gerenciam o caso com atenção.

Como medida preventiva, ambas recebem tratamento antiviral e monitoramento sistemático da temperatura da menina. Poucas horas depois, ela é submetida a um teste PCR em tempo real, o exame molecular para detectar a presença da SARS-Cov2.  Em menos de 72 horas, elas recebem o resultado negativo e voltam para casa no mesmo dia. Mãe e filha também recebem rapidamente a visita do médico de família, o que se repetirá por três dias consecutivos.

Essa história não é inédita, nem exceção, e faz parte da vida cotidiana dos cidadãos cubanos em tempos de pandemia.

O protocolo para o atendimento de pacientes suspeitos de contaminação por Covid-19 foi apontado como um dos maiores sucessos da luta contra a doença em Cuba. Embora hoje a ilha esteja enfrentando uma nova onda da doença, que vem se propagando desde a abertura das fronteiras, os números mostram que o país caribenho se saiu melhor do que alguns de seus vizinhos na região. Até o domingo (10), o coronavírus havia deixado 153 óbitos e 15.007 casos confirmados desde março.

Para enfrentar o vírus, a dedicação dos profissionais de saúde e o uso precoce de produtos biotecnológicos cubanos têm sido essenciais; protagonistas desde a prevenção até as salas das unidades terapia intensiva.

Diante do ressurgimento da doença, que suscitou alarme no país, foi anunciada a utilização de um desses produtos, o Nasalferon, nos viajantes que chegam do exterior e em suas famílias, gratuitamente. Especialistas explicaram à Prensa Latina que a droga evita a multiplicação do vírus e modifica a quantidade de colônias presentes no corpo. Além disso, fortalece o sistema imunológico e, em caso de contaminação, previne sintomas graves.

Entre essas armas de batalha sanitária, a Biomodulina T também tem sido usada como imunomodulador para prevenção em idosos e outros grupos de risco. Já a Hebertrans é aplicada em grupos de risco de forma profilática, e interferons, para tratamento antiviral. Além destes, outros dois medicamentos – Jusvinza e Itolizumab – vêm sendo utilizados para o controle das reações inflamatórias, efeitos mais severos da Covid-19 em pacientes graves. Todos esses são produtos da biotecnologia cubana.

Nos últimos meses, o número de laboratórios que realizam testes PCR aumentou para 17 em Cuba, permitindo que 15 mil diagnósticos sejam realizados diariamente. No último 9 de janeiro, por exemplo, as autoridades do Ministério da Saúde relataram a análise de 13.592 amostras. A chave deste trabalho foi a criação de mecanismo essencial para a coleta e o transporte de amostras clínicas suspeitas de conterem o vírus SARS-CoV-2: uma operação de sucesso, realizada em tempo recorde pelo Centro Nacional de Biopreparados.

Outros projetos de medicamentos e produtos, como o desenvolvimento de respiradores artificiais, se juntam à lista de esforços da biotecnologia cubana contra a Covid-19.

Biotecnologia como chave para o desenvolvimento e a saúde

Uma das notícias que ganhou destaque no mundo inteiro foi o anúncio de que Cuba está trabalhando em quatro candidatos à vacina contra a Covid-19. Os imunizantes Soberana 01 e Soberana 02 são desenvolvidos pelo Instituto de Vacinas Finlay (IFV). Já as vacinas Abdala e Mambisaestão a cargo do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB).

Um tuíte recente do Instituto Finlay anunciou que a Soberana 02 – atualmente em fase 2 de testes clínicos – será testada em breve no Irã, graças à assinatura de um acordo bilateral entre Havana e Teerã. De acordo com informações compartilhadas pela instituição científica, o compromisso “permitirá um progresso mais rápido na imunização contra a Covid-19 nos dois países”.

As duas Soberanas aparecem na lista de 63 imunizantes registrados na fase de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) até 5 de janeiro. Cuba é o único país da América Latina a ter chegado mais longe na busca de uma vacina.

O cientista Vicente Vérez Bencomo, diretor-geral da IFV e líder do projeto, afirma que “a Soberana 02 especificamente, devido às suas características, mostrou uma resposta imunológica precoce (aos 14 dias), o que lhe permitiu passar mais rapidamente para a fase 2 de ensaios clínicos”. Ele acrescenta que Soberana 01 “também demonstrou muito boa segurança e resposta imunológica, mas é mais lenta devido ao tempo necessário entre uma dose e outra, portanto, espera-se que entre na fase 2 do ensaio clínico em fevereiro. Ambas têm demonstrado resultados positivos à segurança e à resposta imune”, conclui o cientista.

Diante destes resultados, no final de dezembro, Eduardo Martínez, presidente do BioCubaFarma Business Group, revela que no final do primeiro trimestre de 2021 Cuba poderá iniciar a imunização contra a Covid-19. “Queremos obter autorização para um uso emergencial e começar a vacinar todo o pessoal de grupos de risco: os médicos que trabalham na linha de frente do combate contra a doençae os profissionais de saúde”, diz o executivo da empresa que reúne as instituições da biotecnologia cubana.

Com os resultados otimistas dos testes, Cuba decidiu começar a aumentar a produção, disse o cientista à TV. Desta forma, quando a vacina estiver pronta, a imunização poderá começar. No entanto, esta estratégia foi afetada pelos problemas financeiros que o país sofre e que se agravaram no último ano, com um forte impacto na vida cotidiana dos cubanos.

O executivo explica que algumas empresas internacionais foram pressionadas a não colaborar com a BioCubaFarma. “Elas estão estudando os 10% do componente norte-americano. Não podemos sequer revelar o nome das empresas”, explicou ele.

A recusa das empresas é uma resposta a uma das cláusulas do embargo dos Estados Unidos contra Cuba: Washington estabelece que nenhum produto ou equipamento com mais de 10% de componentes norte-americanos pode ser vendido a Havana.

Os resultados obtidos até agora com as vacinas Mambisa e Abdala também refletem a segurança e inocuidade de ambas, disse Eulogio Pimentel Vázquez, diretor geral do CIGB. Mas nem o protocolo único de cuidados contra a Covid-19, nem o avanço dos candidatos à imunizantes ocorrem por acaso.

Em recente entrevista à Sputnik, o professor italiano Fabrizio Chiodo, professor da Faculdade de Química da Universidade de Havana e um dos especialistas estrangeiros envolvidos no desenvolvimento das vacinas Soberanas, resumiu os antecedentes desta realidade em três pontos.

“Saúde totalmente pública, biotecnologia totalmente pública e uma grande confiança neste sistema. Um sistema supereficiente para muitos, com um papel fundamental para a medicina territorial. Cuba, com 11 milhões de habitantes, teve apenas pouco mais de 150 mortes por causa da Covid-19 até agora”, disse ele.

A estreita relação entre a saúde pública e as necessidades da população são citadas por outros especialistas como outras razões para a capacidade de Cuba alcançar um alto desenvolvimento tecnológico para uma nação do terceiro mundo.

Ao longo de sua vida, cada criança cubana recebe 11 vacinas de acordo com o cronograma oficial de imunização. Destas, oito são produzidas pela empresa nacional de biotecnologia. Foi no Instituto Finaly que nasceu uma das vacinas que contam como um marco na história da saúde em Cuba, salienta um artigo publicado pela BioCubaFarma.

“A vacina antimeningocócica BC, desenvolvida no final dos anos 1980, sob a orientação do doutor Concepción Campa Huergo, foi a primeira de seu tipo no mundo para o controle da meningite tipo B. Patenteado por cientistas cubanos, recebeu a Medalha de Ouro da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI)”, diz a publicação. Hoje, as vacinas cubanas protegem contra 14 doenças infecciosas.

Muitos cientistas cubanos concordam que as sementes do desenvolvimento do país em saúde e biotecnologia começaram a ser plantadas há décadas com a Campanha de Alfabetização e livre acesso, onde apenas o talento é mediado, e as oportunidades de formação universitária para todos os cubanos. Em resumo, a história por trás dos candidatos à vacina em Cuba é mais longa do que imaginávamos.

Fonte: Prensa Latina

 

 

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Centrais sindicais lançam propostas contra a crise na Ford e no BB

 


“De nossa parte, vamos organizar, mobilizar, resistir, enfrentar, propor e dialogar em torno de um projeto nacional de desenvolvimento”.

Via – Portal Vermelho

Em resposta às demissões causadas pelo fechamento das fábricas da Ford no País e de agências do Banco do Brasil, as centrais sindicais lançaram nesta quarta-feira (13) um documento unificado, com foco na manutenção dos empregos. Ao todo, as entidades – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB – lançaram oito propostas para enfrentar a crise.

Com relação ao caso da Ford, as centrais devem ampliar os contatos com o Poder Público, a iniciativa privada, o conjunto do movimento sindical e social, além de outros segmentos da sociedade civil. Para a próxima sexta-feira (15), está prevista uma reunião com as 11 centrais sindicais brasileiras, “para encaminhar ações unitárias em defesa do emprego, do auxílio emergencial e de vacinas para todos”. Além disso, haverá manifestações nas concessionárias de Ford em 21 de janeiro.

O documento também se dirige ao presidente Jair Bolsonaro e cobra ações do governo federal diante da segunda onda da pandemia de Covid-19 no Brasil. “Neste momento, deve ser prioridade do governo vacinar todos os brasileiros por meio de um plano nacional de vacinação coordenado pelo SUS, visando proteger à vida de todos e dar capacidade para a retomada segura da atividade produtiva”, afirma o texto.

Confira abaixo a íntegra do documento das centrais:

CENTRAIS SINDICAIS E SINDICATOS UNIDOS NA DEFESA DO EMPREGO

As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, reunidas virtualmente nesta quarta-feira (13/01) no Fórum das Centrais Sindicais, debateram sobre as dramáticas notícias para os trabalhadores brasileiros neste início de ano: o fechamento da Ford, o fechamento de agências do Banco do Brasil e as milhares demissões anunciadas nesta segunda-feira (11).

O anúncio extemporâneo do fechamento da Ford, empresa presente no Brasil a mais de século, se soma aos anúncios de fechamento da Mercedes-Benz, da Audi e aos milhares de silenciosos fechamentos de micro, pequenas e médias empresas. Essas empresas receberam ao longo de décadas, e continuam a receber, bilhões de reais em incentivos e benefícios fiscais. A atitude da Ford, sem diálogo e depois de tudo que recebeu e ganhou, demonstra o absoluto desrespeito com o país e desconsideração com o povo brasileiro.

Mais um caso concreto do processo de desindustrialização e de desmonte das políticas de conteúdo nacional que avançam de maneira praticamente irreversível, fragilizando todo o sistema produtivo no comércio, serviços e agricultura e destruindo milhões de empregos diretos e indiretos. Desta forma o país regride para a condição de mero exportador de produtos primários como minérios e grãos, levando, neste movimento, a grande maioria dos brasileiros a empobrecer ou cair na miséria, enquanto alguns poucos enriquecem. E o governo Bolsonaro avança na implementação dessa política de destruição e aprofundamento da desigualdade social.

Para espanto e desespero do povo, o governo, de forma cínica, não se constrangeu em bradar: “Que vão embora”, ao comentar sobre a saída da Ford do Brasil. Esse foi mais um de seus chocantes absurdos. Isso não pode continuar! De nossa parte, vamos organizar, mobilizar, resistir, enfrentar, propor e dialogar em torno de um projeto nacional de desenvolvimento, da reindustrialização e recuperação da dinâmica virtuosa de crescimento do sistema produtivo, de retomada dos investimentos em infraestrutura econômica e social, em ciência, tecnologia e inovação, de ampliação das políticas sociais, de geração de empregos de qualidade e de crescimento da renda do trabalho.

Vamos fortalecer a nossa unidade de ação e estabelecer uma ampla rede de debates e de negociação com os poderes Executivos, Legislativos e Judiciário, com os empresários e com o movimento sindical internacional. Iremos promover o debate nas bases sindicais, em eventos regionais e nacionais, organizando nossa resistência e atuação propositiva em cada situação e diante de cada problema, mobilizando e incidindo local e nacionalmente.

Reafirmamos, conforme já explicitado em documento unitário, divulgado no dia 05/01/2021, que, neste momento, deve ser prioridade do governo vacinar todos os brasileiros por meio de um plano nacional de vacinação coordenado pelo SUS, visando proteger à vida de todos e dar capacidade para a retomada segura da atividade produtiva.

De imediato, as Centrais Sindicais deliberam, para enfrentar a decisão de fechamento da Ford no Brasil:

• Investir na unidade sindical e na construção de iniciativas e ações conjuntas.

• Ampliar e estabelecer diálogo com os parlamentares (senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores) para tratar de iniciativas a serem tomadas em relação à Ford e casos semelhantes.

• Estabelecer diálogo com os Governadores de São Paulo, Bahia e Ceará para a construção de alternativas para o caso Ford.

• Estabelecer cooperação de atuação com entidades sindicais internacionais para denunciar a decisão da Ford no Brasil.

• Produzir informações comuns para alimentar a comunicação.

• Realizar reunião com as 11 Centrais Sindicais, na próxima sexta-feira (15/01), para encaminhar ações unitárias em defesa do emprego, do auxílio emergencial e de vacinas para todos.

• Realizar no dia 21/01 manifestações nas Concessionárias de revenda Ford.

• Propor medidas a serem tomadas na esfera Legislativa e Judiciária.

São Paulo, 13 de janeiro de 2021

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