A Folha de São Paulo continua com sua campanha para
retroagir a educação brasileira ao tempo da palmatória – ideologia e interesse
Mais um editorial contra o modelo de ensino previsto no
Plano Nacional de Educação (PNE) e na BNC – Base Nacional Comum Curricular do
MEC. Como este de 27 de dezembro de 2015 é a terceira ou quarta vez que a Folha
volta ao assunto, nota-se que ele é caro a alguém de muita influência no
jornal.
”Educação fora da caixa” – esqueçam o título, é contrapensar
criado pelo “Ministério da Verdade”. Para a crítica sobre o assunto basta
voltar a ”E, no entanto, ele nos temem”.
A acrescentar, apenas que, seja quem for o patrocinador do
retrocesso educacional na Folha, seus argumentos são vazios.
“Chega a ser aflitivo contemplar o desfiladeiro que separa o
que é preciso fazer pela educação brasileira daquilo que na prática se está
fazendo. Precisamos de uma revolução, mas não logramos nem mesmo conceber uma
reforma decente”.
Retórica grandiloquente e nada mais. Substitua educação
brasileira, no parágrafo acima, por saúde, meio ambiente ou paz mundial e fica
tudo do mesmo tamanho.
Mas o que propõem o editorial, quando propõe alguma coisa?
“Um choque de gestão nas escolas públicas”.
Ato falho, sem dúvida. Denuncia claramente a ideologia por
traz das críticas. Se não o partido.
E os riscos também. Os últimos choques de gestão que
assistimos serviram para construir aeroportos em terras de parentes e para
transportar amigos bem nascidos em aeronaves do Estado. Serviram também para
provocar crises de abastecimento de água à população, mas garantindo alta
lucratividade aos donos da empresa de abastecimento. Que em princípio era
pública.
Vejamos a metodologia de ensino preconizada:
“… dar aulas de verdade, que utilizem o tempo disponível
para explicar o conteúdo definido e sua utilidade; propor exercícios sobre o
que foi ensinado; corrigir os erros cometidos e explicar por que são erros”.
Isso não é educação, isso é adestramento.
Educação utilitarista e tecnicismo educacional.
Pode até treinar trabalhadores braçais, ou cobradores de
falta. É também o método utilizado para adestrar animais. Mas, sem dúvida, não
forma cidadãos críticos de sua realidade e com saberes para interferir nessa
realidade.
E, por certo, nem deseja formá-los.
Basta isso.
Não é necessário entrar no mérito de propostas, tais como:
cobrar pelo ensino superior nas universidades públicas,
demitir professores que não demonstrem “empenho e
desempenho” e
fechar escolas “ruins” ou entregar sua gestão a
“organizações sociais”,
para perceber que há método atrás de tantas sandices e muita
ideologia e interesses.
PS1: para quem desejar entender um pouco mais sobre em que
estágio do desenvolvimento pedagógico se encontra a proposta da Folha: aqui.
Via Jornal GGN
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