Premiê britânico sinalizou otimismo de nova etapa com Buenos
Aires após posse do candidato de oposição ao kirchnerismo, mas defende
exploração inglesa
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Cameron acena para possibilidade de fim de hostilidades com argentinos |
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou
neste sábado (19/12) que a vitória do neoliberal Maurício Macri à frente da
Presidência da Argentina pode melhorar as relações dos dois países.
Segundo o chefe de governo conservador britânico, a recente
entrada de Macri — que encerrou 12 anos de kirchnerismo — é uma
"oportunidade" para Londres construir uma relação "mais
madura" com Buenos Aires em relação às ilhas Malvinas.
"Tenho a esperança que a eleição de um novo presidente
na Argentina nos permitirá avançar rumo a uma relação mais madura. Está claro
que existem muitas áreas nas quais a cooperação beneficiaria a ambos",
declarou Cameron, em mensagem natalina dirigida aos moradores das ilhas
Malvinas.
Contudo, o premiê inglês destacou que seu Executivo
"pressionará" para defender a exploração das jazidas de
hidrocarbonetos, que foram descobertas nos arredores do arquipélago há cinco
anos — e que aumentou a tensão sobre a reivindicação das ilhas com o governo
argentino, então dirigido por Cristina Kirchner.
"Falei com o presidente Macri e, embora esteja disposto
a melhorar as relações com a Argentina para o benefício de todos, fui claro no
fato de que isso não muda a posição de meu governo sobre seus direitos à
autodeterminação", afirmou Cameron aos malvinenses, segundo a Agência Efe.
Entenda o conflito
Desde 1833, o governo britânico administra e ocupa as
Malvinas — também conhecidas como Falkland Islands — e rejeita apelos da
Argentina e da comunidade internacional para abrir negociações a respeito da
soberania da ilha.
Em 1982, houve uma guerra pela retomada do território. Após
70 dias de conflito, mais de 900 pessoas morreram e a Argentina saiu perdedora.
A tensão ganhou um novo fôlego em 2010, quando os britânicos descobriram uma
grande reserva de gás e de petróleo offshore, que poderia render bilhões de
dólares.
Há quase três anos, Londres fez um referendo com os pouco
mais de 1.500 residentes da ilha, que optaram por permanecer sob o status de
território além-mar britânico. Buenos Aires rejeitou a consulta popular,
alegando que os habitantes foram colocados na região pelo Reino Unido e que,
portanto, não tinham o direito de autodeterminação.
Em 2014, o país europeu anunciou que aportaria US$ 268
milhões em infraestrutura militar no território que é reivindicado
historicamente pelos sul-americanos. No mesmo ano, o diário britânico Sunday
Express revelou que o Reino Unido realiza exercícios militares há anos nas
Malvinas para testar a segurança do local diante de uma suposta possibilidade
de ataque argentino.
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Cristina, em abril de 2015, lança flores em homenagem aos mortos nos 33 anos da guerra das Malvinas |
Via - Opera Mundi
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