domingo, 27 de dezembro de 2015

Crise nas vendas ou crise nas vendas em Shoppings?


A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) anunciou que as vendas em seus shoppings caiu em 2,8% nestas vendas de Natal. O valor já está corrigido pela inflação, porém este valor não represente a leitura que se está fazendo.

Como em questão de comércio estamos atrasados uns vinte anos em relação aos Estados Unidos estamos sentindo a mesma mudança comportamental que já levou à falência ou a reconversão de centenas de shoppings.

Só para dar dados recentes em reportagem do The Wall Street Journal relata que as vendas via Internet cresceram a tal ponto que as lojas virtuais estão com dificuldades em entregar em dia as encomendas. Porém a descida ladeira abaixo das vendas nos Shoppings não é algo recente, há mais de cinco anos que o declínio vem se acentuando, fazendo que desde 2006 determinadas empresas do ramo não constroem shoppings de grande porte nos USA.

Os especialistas procuram em parte justificar a queda dos shoppings pela perda da renda média das famílias norte-americanas, porém uma perda de 8% em relação a 2006-2007 não explicam a verdadeira falência dos shoppings. Já em janeiro de 2014 a previsão de um especialista em vendas em varejo, Howard Davidowitz previa que em 15 a 20 anos metade de todos os shoppings norte-americanos vão falir!

A Internet é um dos fatores primordiais deste declínio de vendas em shoppings, porém mudanças nos hábitos de consumo e principalmente no fascínio que representava um shopping. Há quinze ou vinte anos quando se queria comprar algo ia-se até um shopping e se olhava os preços numa série de lojas, porém com a homogeneização dos preços entre as lojas, a mesmice que representa um shopping em termos de diversidade de lojas, torna muito mais simples avaliar o preço de um produto através da Internet, onde lojas virtuais vem se firmando com melhores preços e maior diversidade de produtos.

Alem do fator preço para o consumidor existe o fator preço para o lojista, quando no auge dos shoppings às administradoras impunham preços de locação que tornavam inviável o custo para lojas que precisam grandes áreas, estas ou pagavam um absurdo ou simplesmente achavam um local mais barato para a locação. Na cidade de Porto Alegre, pipocam as chamadas lojas de esquina, lojas situadas em regiões de poder aquisitivo alto ou médio de construção barata que tem sido a grande salvação de donos de casas de esquina (que vendem as casas), construtores especializados (que constroem uma loja de estrutura metálica e paredes de vidro em três a quatro meses) e dos donos de redes ou mesmo lojistas individuais (que mesmo com seguro contra roubo e vandalismo alugam lojas bem mais baratas).

O templo do consumo de massa está não só perdendo o seu glamour para a classe média como está perdendo a sua receita, somente os shoppings de alto-luxo ainda continuam em alta, e o resto ou está se convertendo em outros tipos de negócios ou simplesmente falindo.A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) anunciou que as vendas em seus shoppings caiu em 2,8% nestas vendas de Natal. O valor já está corrigido pela inflação, porém este valor não represente a leitura que se está fazendo.

Como em questão de comércio estamos atrasados uns vinte anos em relação aos Estados Unidos estamos sentindo a mesma mudança comportamental que já levou à falência ou a reconversão de centenas de shoppings.

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