A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop)
anunciou que as vendas em seus shoppings caiu em 2,8% nestas vendas de Natal. O
valor já está corrigido pela inflação, porém este valor não represente a
leitura que se está fazendo.
Como em questão de comércio estamos atrasados uns vinte anos
em relação aos Estados Unidos estamos sentindo a mesma mudança comportamental
que já levou à falência ou a reconversão de centenas de shoppings.
Só para dar dados recentes em reportagem do The Wall Street
Journal relata que as vendas via Internet cresceram a tal ponto que as lojas
virtuais estão com dificuldades em entregar em dia as encomendas. Porém a
descida ladeira abaixo das vendas nos Shoppings não é algo recente, há mais de
cinco anos que o declínio vem se acentuando, fazendo que desde 2006
determinadas empresas do ramo não constroem shoppings de grande porte nos USA.
Os especialistas procuram em parte justificar a queda dos
shoppings pela perda da renda média das famílias norte-americanas, porém uma
perda de 8% em relação a 2006-2007 não explicam a verdadeira falência dos
shoppings. Já em janeiro de 2014 a previsão de um especialista em vendas em
varejo, Howard Davidowitz previa que em 15 a 20 anos metade de todos os
shoppings norte-americanos vão falir!
A Internet é um dos fatores primordiais deste declínio de
vendas em shoppings, porém mudanças nos hábitos de consumo e principalmente no
fascínio que representava um shopping. Há quinze ou vinte anos quando se queria
comprar algo ia-se até um shopping e se olhava os preços numa série de lojas,
porém com a homogeneização dos preços entre as lojas, a mesmice que representa
um shopping em termos de diversidade de lojas, torna muito mais simples avaliar
o preço de um produto através da Internet, onde lojas virtuais vem se firmando
com melhores preços e maior diversidade de produtos.
Alem do fator preço para o consumidor existe o fator preço
para o lojista, quando no auge dos shoppings às administradoras impunham preços
de locação que tornavam inviável o custo para lojas que precisam grandes áreas,
estas ou pagavam um absurdo ou simplesmente achavam um local mais barato para a
locação. Na cidade de Porto Alegre, pipocam as chamadas lojas de esquina, lojas
situadas em regiões de poder aquisitivo alto ou médio de construção barata que
tem sido a grande salvação de donos de casas de esquina (que vendem as casas),
construtores especializados (que constroem uma loja de estrutura metálica e
paredes de vidro em três a quatro meses) e dos donos de redes ou mesmo lojistas
individuais (que mesmo com seguro contra roubo e vandalismo alugam lojas bem
mais baratas).
O templo do consumo de massa está não só perdendo o seu
glamour para a classe média como está perdendo a sua receita, somente os
shoppings de alto-luxo ainda continuam em alta, e o resto ou está se
convertendo em outros tipos de negócios ou simplesmente falindo.A Associação
Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) anunciou que as vendas em seus
shoppings caiu em 2,8% nestas vendas de Natal. O valor já está corrigido pela
inflação, porém este valor não represente a leitura que se está fazendo.
Como em questão de comércio estamos atrasados uns vinte anos
em relação aos Estados Unidos estamos sentindo a mesma mudança comportamental
que já levou à falência ou a reconversão de centenas de shoppings.
Via Jornal GGN
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