quarta-feira, 19 de abril de 2017

Papa Francisco recusa convite de Temer para visitar o Brasil

Papa Francisco em março de 2013, durante visita à presidenta Cristina Kirchner, na Argentina / Casa Rosada/Argentina

Em resposta oficial, líder da igreja expressa preocupação com o momento político vivido no país.

Em carta, o Papa Francisco recusou o convite do presidente golpista, Michel Temer, para visitar o Brasil para participar das celebrações dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, em outubro desse ano.

A informação é do jornalista Gerson Camarotti, da Globo News, que por sua vez, ouviu relatos de pessoas que tiveram acesso ao conteúdo da carta.

O Papa Francisco já havia sinalizado, em janeiro desse ano, que não viria ao Brasil em 2017. Na avaliação de um integrante da CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ouvido por Camarotti e cujo nome não foi divulgado, o Papa Francisco evita viajar para países que enfrentam um momento político mais delicado para não correr o risco de ser usado por alguma das partes envolvidas.

Ainda segundo o integrante da CNBB, o Papa não costuma visitar países em ano eleitoral, o que o impediria de visitar o Brasil em 2018.

No entanto, na carta enviada a Temer, o Papa demonstrou preocupação com a situação política do país.

O Papa Francisco diz entender que a crise não é de solução fácil, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas, mas que não corresponde à Igreja nem ao Papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo. O trecho foi publicado no blog do jornalista da Globo News.

O papa também escreveu que não pode deixar de pensar em tantas pessoas, “sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira".

Temer havia enviado a carta convite ao líder da igreja católica no fim do ano passado. Nessa carta, o Papa Francisco respondeu que não poderá vir devido a uma agenda intensa.

Edição: Radioagência Brasil de Fato



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