segunda-feira, 5 de março de 2018

Adolfo Pérez Esquivel vai indicar Lula para Prêmio Nobel da Paz

Esquivel esteve reunido em São Paulo com Lula nesta sexta-feira para prestar apoio ao ex-presidente, contra a campanha do judiciário que quer impedi-lo de participar da disputa eleitoral deste ano.


São Paulo – Reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo nesta sexta-feira (2), o Prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel, anunciou que vai indicar o nome de Lula para esse reconhecido prêmio internacional. Esquivel veio à capital paulista prestar seu apoio ao ex-presidente, que enfrenta uma campanha do judiciário para impedi-lo de ser candidato à presidência nas eleições deste ano.

“A chegada do PT e de Lula à presidência do Brasil marcaram um antes e um depois no país, ao ponto de seu nome converter-se em referência internacional na luta contra a pobreza. Mais de 30 milhões de pessoas foram resgatadas da pobreza extrema, o que reduziu as desigualdades e aumentou o índice de desenvolvimento humano no país”, afirmou Esquivel, em defesa da proposta que levará ao comitê do Prêmio Nobel, na Noruega. “Seu governo tomou medidas cruciais para a paz dos brasileiros e foi um exemplo para o mundo”, disse ainda.

No encontro, Lula falou sobre os graves retrocessos democráticos que se instalaram no país desde o golpe de 2016 que destituiu a presidente eleita Dilma Rousseff sem que houvesse crime de responsabilidade. Lula disse que, com esse processo, muita gente está de novo caindo na pobreza. Lula agradeceu a visita de Esquivel, e destacou que “é bom vê-lo lutar incansavelmente pela democracia, pelos povos e pelos direitos humanos, porque nos dá ânimo para seguir lutando”.

“No Brasil hoje não há democracia, em continuidade ao golpe branco contra Dilma. Defender a candidatura de Lula é defender o retorno da democracia brasileira. O povo brasileiro está perdendo sua terra, seu teto e seu trabalho. A direita sabe que Lula tem muito apoio, porque levou adiante políticas para a igualdade e justiça social como nunca antes neste país; por isso, necessita proibí-lo. Não o perseguem porque consideram suas políticas erradas, mas o perseguem porque querem reverter o que fez de bom para as maiorias populares”, afirmou Esquivel, para quem Lula é o primeiro presidente trabalhador da América Latina.

No encontro, ambos destacaram que além da campanha eleitoral há a necessidade de solidariedade internacional de organizações sociais e políticas diante da grave situação que o Brasil enfrenta atualmente com as políticas regressivas e repressivas do governo de Michel Temer.


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