terça-feira, 1 de maio de 2018

Centrais sindicais se unem em Curitiba para 1º de Maio por Lula Livre


Atos em defesa da democracia e de direitos marcarão Dia do Trabalhador pelo país.


Lideranças sindicais anunciaram que ato está previsto para às 16h, no centro da capital paranaense / Joka Madruga.

Emilly Dulce
Brasil de Fato

Às vésperas do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, além de mobilizações espalhados pelas diversas capitais, as centrais sindicais organizam um ato unificado em Curitiba (PR), onde está o Acampamento Lula Livre em resistência à prisão política do ex-presidente.

As reivindicações de sete centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, unidas na capital paranaense, fazem parte de um cenário mais amplo de defesa da classe trabalhadora, como conta Wagner Gomes, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

"As principais bandeiras das centrais sindicais no primeiro de maio é a revogação da reforma trabalhista, contra a reforma da Previdência, defesa dos direitos e também pela liberdade do ex-presidente Lula", afirma Gomes.

Após mais de dois anos do golpe que depôs a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT), Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) São Paulo, reforça a importância da solidariedade ao ex-presidente Lula neste momento.

"É um primeiro de maio que acontece em uma conjuntura de forte ataque aos direitos dos trabalhadores e à democracia. A classe dominante brasileira, através do Judiciário e da manipulação da grande mídia, condenou o ex-presidente Lula sem provas e, agora, nessa saga de tentar desmontar a figura de Lula, o maior presidente operário do Brasil, coloca o ex-presidente em uma prisão política", diz.

A poucos meses também das eleições brasileiras, Gomes destaca a forte ligação de Lula com o movimento sindical e com a classe trabalhadora, citando seus projetos voltados para os mais pobres, como a valorização do salário mínimo e o programa de infraestrutura energética Luz para Todos.

Segundo o dirigente sindical, o 1º de Maio também reivindica uma maior participação da classe trabalhadora no processo eleitoral para viabilizar uma candidatura que preze pelo desenvolvimento com distribuição de renda, geração de empregos e investimentos nos direitos básicos.

"Nos dois mandatos do ex-presidente Lula, ele prometeu e cumpriu o que prometeu. Foi a época onde os setores mais pobres da população tiveram um reforço do ponto de vista dos projetos sociais. Foi quando 40% da população brasileira saiu da linha da pobreza", afirma.

No portal da CUT, o presidente Vagner Freitas diz que a liberdade de Lula é também garantir a defesa das empresas públicas que estão sendo sucateadas e vendidas, como a Eletrobras e a Petrobras. “Queremos que os valores com a venda do pré-sal sejam destinados à saúde e educação, como estava previsto nos governos Lula e Dilma”.

Caravanas nacionais e internacionais participarão da manifestação unitária em Curitiba. Para Freitas, a data será um 1º de Maio histórico. “Ao decidir fazer um ato unificado, as centrais reconhecem que Lula é o maior símbolo da luta da classe trabalhadora por direitos”.

Além disso, Douglas Izzo ressalta que as manifestações combinarão resistência política e também cultural na perspectiva da soberania nacional. "Nós teremos algumas atrações culturais porque a cultura também é uma forma de dialogar com a sociedade".

A capital paulista contará com a participação de artistas populares e renomados como a sambista Leci Brandão, a rapper Preta Rara e a banda Liniker e os Caramelows, que mescla black music e soul e é encabeçada pela cantora trans Liniker. Além disso, Grazzi Brasil e Celsinho Mody cantarão o samba-enredo da escola Paraíso do Tuiuti, vice-campeã do Carnaval do Rio de Janeiro 2018, que levou para a avenida a denúncia da situação da população negra no país, os ataques aos direitos da classe trabalhadora e denunciou o golpe que levou Michel Temer (MDB) ao poder, assim como seus apoiadores.

Confira alguns atos do 1º de Maio já confirmados:

Em Curitiba, a movimentação contará com a presença de artistas a partir das 14h na Praça Santos Andrade (Praça da Democracia). Às 16h, haverá o ato político com a presença dos presidentes das centrais sindicais, representantes dos movimentos populares e parlamentares. O local fica a aproximadamente nove quilômetros da sede da Polícia Federal, onde Lula é mantido como preso político, desde o dia 7 de abril.

Na capital de São Paulo, a manifestação será na Praça da República, a partir do meio dia.

Em Macapá, Amapá, será realizada uma vigília com ato público às 9h, na sede da CUT, na Avenida  Manoel da Nóbrega, 537, no bairro Laguinho.

No Distrito Federal, os trabalhadores e trabalhadoras se reunirão às 9h no estacionamento entre a Funarte e a Torre de TV. Haverá um debate político, além de apresentações culturais e atividades para as crianças, com o samba da Tapera.

No Pará, haverá atos no 1º de Maio na capital, Belém, às 9h, na Praça da República e nas cidades de Abaeté, Altamira, Barcarena, Cametá e Igarapé Miri.

No Rio de Janeiro, a concentração está marcada na Praça XV (próximo à Rua do Mercado) às 14h. Haverá um esquete com o grupo Emergência Teatral. Na sequência, batucada com o Bloco da Democracia e caminhada pelo Boulevard Olímpico até a Praça Mauá.

Em Porto Alegre (RS), a manifestação será no Parque da Redenção às 10h. Contará com apresentação de Nei Lisboa, Raul Ellwanger, Grupo Unamérica, entre outros artistas.

Toda a programação de mobilizações pelo país pode ser encontrada aqui.

Edição: Mauro Ramos

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