Atos em defesa da democracia e de direitos marcarão Dia do
Trabalhador pelo país.
Lideranças sindicais anunciaram que ato está previsto para
às 16h, no centro da capital paranaense / Joka Madruga.
Emilly Dulce
Brasil de Fato
Às vésperas do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, além de
mobilizações espalhados pelas diversas capitais, as centrais sindicais
organizam um ato unificado em Curitiba (PR), onde está o Acampamento Lula Livre
em resistência à prisão política do ex-presidente.
As reivindicações de sete centrais sindicais e das frentes
Brasil Popular e Povo Sem Medo, unidas na capital paranaense, fazem parte de um
cenário mais amplo de defesa da classe trabalhadora, como conta Wagner Gomes,
secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
"As principais bandeiras das centrais sindicais no
primeiro de maio é a revogação da reforma trabalhista, contra a reforma da
Previdência, defesa dos direitos e também pela liberdade do ex-presidente
Lula", afirma Gomes.
Após mais de dois anos do golpe que depôs a presidenta
eleita Dilma Rousseff (PT), Douglas Izzo, presidente da Central Única dos
Trabalhadores (CUT) São Paulo, reforça a importância da solidariedade ao
ex-presidente Lula neste momento.
"É um primeiro de maio que acontece em uma conjuntura
de forte ataque aos direitos dos trabalhadores e à democracia. A classe
dominante brasileira, através do Judiciário e da manipulação da grande mídia,
condenou o ex-presidente Lula sem provas e, agora, nessa saga de tentar
desmontar a figura de Lula, o maior presidente operário do Brasil, coloca o
ex-presidente em uma prisão política", diz.
A poucos meses também das eleições brasileiras, Gomes
destaca a forte ligação de Lula com o movimento sindical e com a classe trabalhadora,
citando seus projetos voltados para os mais pobres, como a valorização do
salário mínimo e o programa de infraestrutura energética Luz para Todos.
Segundo o dirigente sindical, o 1º de Maio também reivindica
uma maior participação da classe trabalhadora no processo eleitoral para
viabilizar uma candidatura que preze pelo desenvolvimento com distribuição de
renda, geração de empregos e investimentos nos direitos básicos.
"Nos dois mandatos do ex-presidente Lula, ele prometeu
e cumpriu o que prometeu. Foi a época onde os setores mais pobres da população
tiveram um reforço do ponto de vista dos projetos sociais. Foi quando 40% da
população brasileira saiu da linha da pobreza", afirma.
No portal da CUT, o presidente Vagner Freitas diz que a
liberdade de Lula é também garantir a defesa das empresas públicas que estão
sendo sucateadas e vendidas, como a Eletrobras e a Petrobras. “Queremos que os
valores com a venda do pré-sal sejam destinados à saúde e educação, como estava
previsto nos governos Lula e Dilma”.
Caravanas nacionais e internacionais participarão da
manifestação unitária em Curitiba. Para Freitas, a data será um 1º de Maio
histórico. “Ao decidir fazer um ato unificado, as centrais reconhecem que Lula
é o maior símbolo da luta da classe trabalhadora por direitos”.
Além disso, Douglas Izzo ressalta que as manifestações
combinarão resistência política e também cultural na perspectiva da soberania
nacional. "Nós teremos algumas atrações culturais porque a cultura também
é uma forma de dialogar com a sociedade".
A capital paulista contará com a participação de artistas
populares e renomados como a sambista Leci Brandão, a rapper Preta Rara e a
banda Liniker e os Caramelows, que mescla black music e soul e é encabeçada
pela cantora trans Liniker. Além disso, Grazzi Brasil e Celsinho Mody cantarão
o samba-enredo da escola Paraíso do Tuiuti, vice-campeã do Carnaval do Rio de
Janeiro 2018, que levou para a avenida a denúncia da situação da população
negra no país, os ataques aos direitos da classe trabalhadora e denunciou o
golpe que levou Michel Temer (MDB) ao poder, assim como seus apoiadores.
Confira alguns atos do 1º de Maio já confirmados:
Em Curitiba, a movimentação contará com a presença de
artistas a partir das 14h na Praça Santos Andrade (Praça da Democracia). Às
16h, haverá o ato político com a presença dos presidentes das centrais
sindicais, representantes dos movimentos populares e parlamentares. O local
fica a aproximadamente nove quilômetros da sede da Polícia Federal, onde Lula é
mantido como preso político, desde o dia 7 de abril.
Na capital de São Paulo, a manifestação será na Praça da
República, a partir do meio dia.
Em Macapá, Amapá, será realizada uma vigília com ato público
às 9h, na sede da CUT, na Avenida Manoel
da Nóbrega, 537, no bairro Laguinho.
No Distrito Federal, os trabalhadores e trabalhadoras se
reunirão às 9h no estacionamento entre a Funarte e a Torre de TV. Haverá um
debate político, além de apresentações culturais e atividades para as crianças,
com o samba da Tapera.
No Pará, haverá atos no 1º de Maio na capital, Belém, às 9h,
na Praça da República e nas cidades de Abaeté, Altamira, Barcarena, Cametá e
Igarapé Miri.
No Rio de Janeiro, a concentração está marcada na Praça XV
(próximo à Rua do Mercado) às 14h. Haverá um esquete com o grupo Emergência
Teatral. Na sequência, batucada com o Bloco da Democracia e caminhada pelo
Boulevard Olímpico até a Praça Mauá.
Em Porto Alegre (RS), a manifestação será no Parque da
Redenção às 10h. Contará com apresentação de Nei Lisboa, Raul Ellwanger, Grupo
Unamérica, entre outros artistas.
Toda a programação de mobilizações pelo país pode ser
encontrada aqui.
Edição: Mauro Ramos
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